27.12.06

Obra de arte sem conservantes

Venhamos e convenhamos. “Artifício” tem, lá em algum lugar da sua etimologia, um pouco de “arte”. E, quero crer, “artificial” também. O natural quando precisa se “artifcializar” pode até ser que use alguma conserva. Arte contemporânea, arte digital. Diálogos. Natural ou artificial. Ninguém pode avaliar o preço da contemplação alheia. Se for para ser produto, melhor que não contenha conservantes. A dica é: visite o blog de Samara – www.esteprodutonaocontemconservantes.blogspot.com

20.12.06

BNB de cultura 2007 tem dois projetos iraraenses

Foi divulgada esta semana a lista dos projetos selecionados no Edital BNB de Cultura 2007. Das 2.179 propostas habilitadas a concorrer, 157 foram selecionadas. Dois projetos de Irará figuram na lista dos contemplados. São eles: O Colóquio de Literatura Popular, da Casa da Cultura; e o CD – Tocata e Retreta, da Filarmônica 25 de Dezembro.
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As entidades contaram com a assessoria técnica da Charanga Comunicação para elaborar os projetos que resultam num patrocínio de quase dez mil reais do Banco do Nordeste para cada uma delas.
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Com os nomes na relação dos selecionados, cabe agora a Casa da Cultura e a Filarmônica, organizarem os documentos e aguardar comunicação do BNB. Depois de resolvido os tramites burocráticos, é só realizar os projetos.
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Repentistas se apresentam no Colóquio 2006
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O Colóquio de Literatura Popular, da Casa da Cultura, foi selecionado na área de literatura e visa incentivar o exercício da leitura no município de Irará. Aprovado nas três edições do edital BNB de Cultura, O Colóquio, em suas duas edições (2005 e 2006), tem conseguido chamar a atenção da comunidade iraraense.
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A atividade é constituída de palestras, oficinas, apresentações de folguedos populares e grupos musicais, além de recitais de poesias e cordéis. A temática abordada é a literatura popular, com manifestações de caráter tipicamente nordestino.
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Sede da Filarmônica 25 de Dezembro

O projeto aprovado para a Filarmônica 25 de Dezembro consiste na prensagem dos LPs Tocata (1983) e Retreta (1993) no suporte CD. O lançamento deste material, já gravado e remasterizado, foi planejado para acontecer durante as comemorações dos 50 Anos da entidade. Contudo, não foi possível devido a falta de recursos para prensagem dos CDs.
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Agora, com o Patrocínio do Banco do Nordeste, a Filarmônica devera lançar o CD com o conteúdo dos seus dois LPs. De acordo com o projeto, parte do CDs a serem prensados serão doados a escolas, instituições e outras Filarmônicas, parceiras da 25.
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O Programa BNB de Cultura tem como objetivo apoiar prioritariamente a realização de projetos culturais que estão fora da evidência do mercado e que contemplem a cultura popular nordestina.
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Leia noticia sobre resultado do Programa em:
http://www.bnb.gov.br/Content/aplicacao/Grupo_Principal/Nordeste_Noticias/conteudo/nordeste_noticias_detalhes.asp

Queremos saber

Dias desses a Nasa, Companhia espacial norte-americana, disse ter descoberto provas da existência de água em estado liquido no Planeta Marte. O site do Uol e do Ig noticiaram o fato em suas respectivas colunas de ciências.
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A notícia, claro, divulgada através de uma coletiva convocada pela Nasa, é dada como uma certeza. Entretanto, quando observamos o texto de um dos sites descritos acima, feitos com base em nota emitida pela Agência Efe temos:
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Foto "prova" existênica de água em Marte

“Edgett, da empresa Malin de Ciências Espaciais, mostrou uma série de fotografias feitas em 2000 e 2005 das encostas das crateras vulcânicas nas quais se pode ver o que PARECE ser leitos de cursos de água, estreitos em seu começo e que se abrem em deltas ao chegar à base.”
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Lembrando da série, “perguntar não ofende”, menino curioso questiona logo: “E parecer, é ser?”. E olha que são justamente as tais fotografias que representam as “provas” alardeadas.
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Primeiro me veio à mente uma citação de Raul, parte da incrível letra de “Eu também vou reclamar”. Grita o maluco beleza: “Gelo em Marte, diz a Vicking, mas, no entanto, não há galinha em meu quintal”.
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Depois tive a lembrança de um clássico poema de Drummont, “O homem; as viagens”, o qual minha irmã gosta muito de recitar. Basta dá uma olhada no trecho abaixo.
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"Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem,
o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
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Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.
(*).
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Já passamos de “2001”, o mundo não acabou, e a humanidade continua a sua “odisséia no espaço”. Em meio aos tradicionais questionamentos, bilhões de dólares são gastos em programas espaciais. Enquanto aqui na terra, “lugar de muita miséria e pouca diversão”, milhares e milhares ainda carecerem de necessidades básicas. Entre as carências, dormir e se alimentar que, antes de serem necessidades humanas, são necessidades animais.
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Seca no Nordeste Brasileiro

De tal modo, o que importa saber se há água em Marte? Queremos saber, se há água nos sertões do nordeste brasileiro. Queremos saber, se há alimento na África sub-saariana. Queremos saber se há paz no Oriente Médio, ou em tantas outras partes do mundo.
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Depois de tanto querer saber, difícil foi não rememorar uma linda canção de Gilberto Gil, cujo título é: “Queremos saber”.
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Queremos Saber
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Queremos saber
O que vão fazer
Com as novas invenções
Queremos notícia mais séria
Sobre a descoberta da antimatéria
E suas implicações
Na emancipação do homem
Das grandes populações
Homens pobres das cidades,
Das estepes, dos sertões
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Queremos saber
Quando vamos ter
Raio laser mais barato
Queremos de fato um relato
Retrato mais sério
Do mistério da luz
Luz do disco voador
Pra iluminação do homem
Tão carente e sofredor
Tão perdido na distância
Da Morado do Senhor
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Queremos saber
Queremos viver
Confiantes no futuro
Por isso se faz necessário
Prevê qual o itinerário da ilusão
A ilusão do poder
Pois se foi permitido ao homem
Tantas coisas conhecer
É melhor que todos saibam
O que pode acontecer
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Queremos saber
Queremos saber
Todos queremos saber
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Gilberto Gil.
(*) Leia integra do poema de Drummond:

Coopril consolida Feira da Mandioca

A Feira Regional da Mandioca está sendo consolidada no calendário de eventos iraraenses. Antes mesmo de terminar a terceira edição, nos últimos dias 08, 09 e 10 de dezembro, as pessoas já começavam a falar da Feira 2007.
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Entusiasmado, Agnaldo Francelino, Guido, representante da Coopril (Cooperativa dos Produtores Rurais de Irará – Ltda), entidade que organiza o evento, anunciou a Feira do próximo ano. Antes agradeceu o patrocínio da Petrobrás e do Governo Federal e, crendo no potencial de crescimento da feira, também apostou numa maior participação do governo estadual.
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“Acreditamos que com o a gestão que vai se iniciar em janeiro, com o Governador Jaques Wagner e o companheiro Geraldo Simões, novo Secretário de Agricultura, teremos o apoio necessário”. Discursou Guido.
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Público prestigia a Feira em "massa"
A movimentação era grande nos estandes. Neles, além de bebidas e artesanatos eram comercializados, tapioca, beijus e outros produtos, como pizza e lasanha, todas estas guloseimas feitas à base da mandioca.
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E não só de bar, culinária e artesanato viveu a feira. Estandes também foram disponibilizados para Associações e empresas, como a Moveis Bemfeito. A Prefeitura Municipal de Irará também montou o seu.
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Já o estande que visava enfatizar a diferença entre o modo artesanal e a técnica mecanizada do processamento da farinha teve localização desprestigiada, ao fundo da feira, e acabou passando despercebido por algumas pessoas.
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Quem viu a “Casa de Farinha” lembrou do “barraco da cidade”, aquele feito pela Prefeitura no São João. Porque lá estavam novamente as ripas, material nada convencional para se fazer a representação de uma típica casa de taipa.
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Irará, tantas vezes campeã da feira do interior, representando suas casas de Farinha, deve ter desaprendido como fazer casa de modo artesanal.
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Uma queixa quase unânime foi quanto ao espaço da Feira. Era comum, em meio ao aperto e a dificuldade dos transeuntes, ouvir pessoas reclamando que a Feira da Mandioca não pode mais ser realizada na Praça Antônio do Oliveira Borges, em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Fica a dica para os organizadores.
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A parte das apresentações artísticas, motivo principal para ida de muitos à feira, agradou. A abertura aconteceu na sexta à noite com Manele do Arcodeon e Eletrofole, sendo encerrada na noite do Domingo com Futuca Menino.
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A chegança, repentistas, forrozeiros e grupos de Samba de Roda também se apresentaram. A noite do sábado teve encerramento com as apresentações de Saracú de Nazareno e Raimundo do Sodré.
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Raimundo Sodré canta para a massa
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O cantor da “massa” botou a “massa” pra sambar. E enquanto uns apreciavam a “massa”, ao longo de toda a praça percebiam-se rodinhas de samba se formando. Não falei. Foi “massa”!
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“E haja vasilina moço, pra escorregar com essa menina”. Os ritmos tocados por Sodré, quando não combinavam tanto com a roda de samba, eram acompanhados pelos casais dançando forró coladinho. “Torna repetir meu amor”.
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Repetir a Feira no ano que vem é o desejo de todos. Devem ser repensados pontos como a localização e também as estratégias para chamar atenção da população para as palestras e os ensinamentos e discussões disponibilizados pela Feira da Mandioca, com ao melhoramento da cultura mandioqueira.
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Enquanto a feira do de 2007 não chega, fica a expectativa e a certeza de que a Feira da Mandioca, já vai sendo consolidada como um grande evento no calendário do município. Nada mais natural para Irará e sua agricultura, com índice de 80% de representação para a cultura da mandioca.

8.12.06

Vai ser “massa”


Raimundo Sodré na Feira Regional da Mandioca em Irará. Sodré que ficou conhecido internacionalmente depois do Festival da Nova MPB 80, onde apresentou a canção “A massa”, vai poder mostrar suas canções ao vivo para “a massa” iraraense que planta, cultiva e consome mandioca. .
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Não só “a massa”, mas tantas outras da suas belas canções. Músicas que cantam “a dor da gente”. A “dor de menino acanhando, menino-bezerro pisado, no curral do mundo a penar”. Som autêntico “que salta aos olhos, igual a um gemido calado” e assim espanta “a sombra do mal assombrado, a dor de nem poder chorar”.
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Sodré na Feira é mais um presente para “a massa” iraraense. Principalmente para os jovens. Os jovens da geração de antes que testemunharam Raimundo no Festival. Os jovens de hoje, tão carentes de opções culturais e submissos aos ditames da cultura de massa. Interesses mercadológicos que tratam todos, e a sua cultura, como se fossem um “moinho de homens, que nem girimus amassados, mansos meninos domados, massa de medos iguais”.
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Para lutar contra os seus medos, a principal arma da “massa” é a resistência. Assim como Tiago de Melo insiste em não dormir, a cultura da mandioca teima em resistir. Resiste ao descaso, resiste às pressões, aos que desejam indústrias para poluir em detrimento de suas potencialidades. Massa de homens batalhadores. Todos os que resistem e insistem em seguir “amassando a massa” com “a mão que amassa a comida, esculpi, modela e castiga”. Essa é “a massa dos homens normais”.
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“Quando eu lembro da massa da mandioca, mãe”. “Da massa”. Lembro dessa gente sofrida. Lembro da força da raiz da mandioca. Lembro... “nunca mais me fizeram aquela presença, mãe”. Triplo sentido. As três massas na composição de Raimundo Sodré e Jorge Portugal. Um orgasmo literário. Prato cheio para quem curte as metáforas e os trocadilhos.
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“Da massa que planta mandioca”. A “massa que falo é que passa fome, mãe”. Alguns já viciados nas esmolas governamentais, deixam suas lavouras, esquecem o “amor de lelé”, perdem a esperança da resistência de poder um dia bradar com fé: “no cabo da minha enxada não conheço “coroné””.
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E assim como essa indecisão de se acomodar ou de se rebelar “eu quero, mas não quero, camarão, mulher minha na função, camarão, que está livre de um abraço, mas nunca de um beliscão”. E a “massa” que tanto parece indecisa, assim como Arnaldo Antunes, não quer só comida, quer comida, diversão e arte. Por isso, quando Sodré terminar o seu show, certamente os pedidos serão: “tornar repetir meu amor, ai, ai, ai!”.
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Aí então, com as massas conscientes do que querem e se quererem bem, pouco importa se “o guarda civil não quer a roupa no quarador”. Por outro lado, se “as massas” deixarem transparecer que ainda dormitam, Sodré continuará com seu questionamento. “Meu Deus onde vai parar, parar essa massa?”.
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Em Irará, Raimundo só não deve ficar sem resposta quando perguntar: “Meu Deus onde vai rolar, rolar essa massa...”. Entre dúvidas e questionamentos, só me vem a certeza de que a apresentação de Sodré em Irará vai ser “massa”. Sentido quádruplo. Gozei!
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PS. “junte as partes aspeadas e forme a letra de A Massa” (rs, rs, rs)

A. A.

Uma apresentação. “Eu gosto de ficar só, mas gosto mais de você”. Ao fundo uma enorme tela de projeção. Imagens em preto e branco, lindas e simples. Cisnes, pombos, gaivotas, texturas, água. Ondas, correntezas, cascatas, pingos de chuvas caindo. Círculos, muitos deles, são formados.
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Mais círculos. Agora no chão. É feito de luz. Efeito de iluminação. Uns lembram flores, outros, buracos. E o do “espelho está fechado, agora temos de ficar aqui, com um olho aberto, outro acordado, do lado de cá onde eu saí”.
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Música suave. Perna pra frente, pra trás. Gestos simples e evasivos, assim como as palavras. Parece composição de criança. “Sujar o pé na areia pra lavar com água. Molhar o pé na água pra sujar na areia”.
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Criança não tem o “senso do ridículo”. E por temer o ridículo, ou sei lá qual outra convenção, o adulto não ama. Ainda que tenha possibilidade bem pertinho. Ridícula é a humanidade. Pena que as crianças crescem.
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Sombra na parede. Movimento. É preciso que o fio acompanhe. Atenção total do rodeie para evitar que se formem os nos. Pedestal vai e vem. Como num passo de dança por cima da cabeça, repousa nos ombros. Figurino quase lembra uma camisa de força. Gestos robotizados e às vezes explosivos.
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Corre, vai até a enorme projeção e se joga. Parece querer transpor um portal. Procurar outra dimensão. “Socorro! Alguma alma mesmo que penada, me preste suas penas, já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada”. Então busca “qualquer coisa que se sinta, tem tanto sentimento deve ter algum que sirva”.
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Apresenta o novo trabalho. “Qualquer”. Canta as coisas, “qualquer coisa”. O bezerro grita “mam-mãe”. Mensagens em refrão e olhares não codificados. Volta pro centro das luzes. A voz é grave e cativante. Ao fundo violões, guitarra e teclados, sob o comando de três competentes companheiros. Faz a já esperada e corriqueira encenação. Sai e volta. Vem “exagerado” só pra lembrar que o “pulso ainda pulsa”.
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“Acabou choraré”. Boa parte das abelinhas sai a procura de zum-zum e mel. Lá fora alguém havia gritado: “eu gosto é de arrocha”! Teatro Castro Alves, Salvador, Bahia. “No palco, um amigo da gente, Arnaldo Antunes”.

5.12.06

Maconha e amnésia

“Lembrando pra vocês que maconha trás amnésia e outras coisas que Aurelino já esqueceu”.
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A frase cantada por uma banda de reggae faz alusão a um caso de um suposto maconheiro que ao fumar era questionado: “Rapaz; você não sabe que isto causa amnésia?”. E ele então respondia: “Ah! É!? Esqueci”.
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Enquanto os cientistas se debatem com a questão (uns falam que sim, outro falam que não, outros dizem que só para usuários pesados...) as versões se multiplicam. Já existe casos até em vídeo.
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Sucesso no Youtube, o nome da obra é “Tapa na Pantera” e trata a relação maconha e amnésia de forma bem humorada, entre uma baforada e outra de uma senhora, enquanto presta seu depoimento sobre a canabis.
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Com duração de pouco mais de três minutos, o vídeo é uma obra ficcional de Esmir Filho, Marina Bastos e Rafael Gomes. A produção é da Substância Filmes e apresenta Maria Alice Vergueiro. Confira no link: www.youtube.com/watch?v=2PWNRzfx8zU
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Obs: caso o link não abra, entre no site
www.yuoutube.com e no campo onde tem “search” digite: Tapa na Pantera.

ACM e o espelho

A Rádio Band News noticiou o discurso de Antônio Carlos Magalhães (PFL–Ba), semana passada no plenário do Senado. A fala era em defesa da ética na relação entre governos e veículos de comunicação (sic). De acordo com a reportagem, o Senador teria dito que governos deveriam ser proibidos de anunciar em empresas de comunicação cujos donos sejam “políticos, filhos de políticos ou parentes de políticos”.
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Concordo com o Senador. O difícil vai ser encontrar, principalmente quando se referir a grande mídia, grupos que estejam fora do perfil traçado. O próprio ACM quando foi Ministro das Comunicações, durante o governo de José Sarney, distribuiu o maior número de concessões de Rádio e TV, para políticos e parentes de políticos, da história. Na Bahia, por exemplo, é grande a quantidade de emissoras em poder de políticos.
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Neste cenário, é a própria família do ilustre Senador (um político) que detém a maior rede de comunicação do estado. Rádios, TVs, Jornal, entre outros, completam o império dirigido pelo Júnior, filho do Antônio Carlos. E nos últimos anos, os veículos da família receberam, sim senhor, publicidade oficial, até mesmo quando o próprio ACM era governador do Estado.
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Será que só agora Antônio Carlos percebeu a falta de ética nesse tipo de prática? Ou será que tem algo a ver com o fato de que – parece - ele vai ser oposição total (Prefeitura de Salvador, Governo Estadual e Federal)? Comentei o discurso do, agora quase folclórico e histórico, Senador com alguns colegas que disseram: “deviam ter colocado um espelho na frente dele”.

Ser ou não Cê crítico

Dizem que já não mais existem críticos. Tão somente amigos e fãs. Será? Li umas duas criticas do novo disco do Caetano Veloso. A bolacha (essa é do tempo do vinil, rs, rs, rs) nomeada como “Ce”, é o primeiro trabalho de Caetano depois do seu afastamento de Paula Lavigne.
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Os textos que li elogiavam o trabalho do rapaz. Fiquei curioso para ouvir o “h”, ou melhor, o “Ce” do santamarense. Depois li o texto de Vitor Pamplona e me aquietei. Sem contar que “bate coxa na ante-sala do Ministério da Cultura” é ótimo, viu. Leia o texto de Pamplona em:
www.hora-prima.blogspot.com .
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É mesmo difícil a tarefa de “Cê” crítico, mas isso não nos impede de “C” ao menos ouvinte do “Ser” do rapaz. Então, qualquer hora dessas, acho que ainda vou escutar esse disco. Pode “Cê” até uma boa opção musical. ““Cê” aposta?”

29.11.06

Vídeo do Colóquio 2005 na Net.

O Colóquio de Literatura Popular vem se firmando como um importante evento de incentivo a leitura no município de Irará. A edição 2005 apresentou a proposta da atividade ao município.
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O entusiasmo cresceu, gerou expectativas e a edição 2006 contou com maior participação e envolvimento dos iraraenses. Antes das palestras do sábado a noite, o video do Colóquio 2005 foi apresentado aos presentes num telão. Este material agora pode ser visto na internet. Hospedado gentilmente no site do Cult (www.cult.ufba.br), o video do Colóquio 2005, 26 minutos, tem imagens de Vânia Medeiros e Daniel Côrtes (apresentação dos grupos populares e musicais); edição de Marcos Nunes; produção, roteiro e direção de Roberto Martins.
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Aos poucos o Colóquio vai garantido o seu espaço na história cultural do Irará. No futuro, as lembranças, os relatos e as imagens, servirão como testemunhos concretos da experiência deste evento. .
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Acesse www.cult.ufba.br , veja a noticia sobre o colóquio (lado direito da tela) e dentro da noticia, clique no link do vídeo.

3.11.06

São Paulo celebra dia do Saci. Colégio Saci, o Halloween

No dia primeiro de novembro aconteceu uma boate no prédio anexo da Escola Saci. A julgar por algumas crianças fantasiadas de bruxa, a festa era para celebrar o Halloween, acontecido no dia anterior, 31 de Outubro.
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A tradição americana, potencializada nos cursos de inglês, já vai se tornando uma prática em Irará, visto que já foi realizada pela Saci, por outras escolas e até por cursos de informática. Em rota diferente deste movimento, existe em São Paulo uma ONG chamada Sociedade dos Observadores de Saci (
www.sosaci.org) que busca incentivar as tradições brasileiras. Eles instituíram o 31 de Outubro como o dia do Saci, conseguiram oficializar a data através de lei no âmbito do município e do estado e agora buscam reconhecimento federal. A todo ano, eles comemoram a data com celebrações ao Saci e a outros mitos nacionais.
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A Saci, escola onde eu e muitos amigos e amigas iraraenses rascunhamos os nossos primeiros textos, foi assim denominada em homenagem ao folclore brasileiro. Hoje, a Saci já não é mais uma “escolinha”, com ensino de Infantil a 4º série, mas sim um Colégio, atendendo até o Ensino Médio. Chama-se CSACI (Colégio Social de Aprendizagem e Cultura Integrada). Caso o “integrada” da sigla tenha o mesmo sentido adotado por Umberto Eco no livro “Apocalípticos e Integrados”, está justificada a comemoração do Halloween.
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Abaixo Texto de Maurício Kubrusly sobre o Halloween e o Manifesto do Saci.
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Halloween dos basbaques
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Maurício Kubrusly, 03/11/2003
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Você só vale um terço. Todos nós somos Terços. No planeta compra & venda em que vivemos, o negócio está no comando. Portanto, um americano é Inteiro, padrão mundial como referência de valor. E cada um de nós, brasileiros, é Terço. Afinal, precisamos três Reais pra completar um Dólar. Também por isso, óbvio, gostamos de imitar o país do presidente Bush. Inclusive, na Festa do Dias das Bruxas.
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“ Só ponho be-bop no meu samba / Quando Tio Sam pegar no tamborim ” – Chiclete com Banana , de Jackson do Pandeiro e Almira Castilho.
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O comércio de fantasias, em São Paulo, confirma que o ralouin já representa o segundo maior faturamento do ano. Perde apenas pro carnaval. Que vexame! É verdade que a moda cresce mais nas cidades ricas, como São Paulo e Rio, onde até escolas (entidades responsáveis pela educação – sim, educação!) promoveram festas de ralouin. Abóboras, bruxas, caveirinhas... É possível que o sucesso de Harry Potter tenha pingado fermento no fascínio das histórias de bruxos. Mas a dimensão das festas, neste 2003, foi degradante.
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“ Festejar o halloween no Brasil, é coisa de basbaques* ” (Roberto Pompeu de Toledo, em ensaio na Veja , novembro de 1996). Nesses sete anos, o número de basbaques aumentou demais. É a tribo que não diz liquidação, prefere ceile. Que não oferece desconto de 50% e sim, 50% ófi. Tem personal treini, e não instrutor particular. E usa adesivos escritos em inglês nos seus carros. Enquanto isso, no horizonte da decência, grita a voz rascante de Elza Soares: “ Minha pátria é minha língua! ” Na citação – dentro da letra da canção “ Língua ” , faixa de Velô, que Caetano lançou em 1984 – o beabá da identidade nacional: o idioma. O povo que sente vergonha da própria língua já está de joelhos. Filial que imita a matriz é deprimente. E muito triste. Acredita que, caso a cópia seja bem feitinha, ela muda de nacionalidade. Mas Terço nunca vira Inteiro, nem com visto permanente, dupla nacionalidade, viagem com itíqueti (jamais com bilhete eletrônico, claro), ralouin andi souon.
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Pausa 1 par pra pingos no iss: a cultura americana é extraordinária. Indispensável buscar o privilégio de conhecer um pouco do melhor que é produzido por lá. Fertiliza a cabeça, abala o coração. O elogio da diversidade cabe aqui também. Mas, sem cópias, subserviência, capachismos.
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– Tupi or not tupi, that is the question. Oswald de Andrade logo acende a lanterninha de sua esperteza, e nos guia: Manifesto Antropofágico , maio de 1928, que ele preferiu assinar assim: ano 374 da deglutição do bispo Sardinha. Isso mesmo: engolir o estrangeiro, que se transforma em energia no corpo nacional. Muito diferente de macaquear a festa do ralouin. No manifesto anterior, o Pau Brasil, de 1924, o grande Oswald clamava pela alegria dos que não sabem e descobrem. Nada de cópias.
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Ou você imagina que Tio Sam pula fogueira e solta balão, dança frevo, desfila no carnaval e tem toda alegria que existe aqui? (Novamente Oswald, no segundo Manifesto: “ A alegria é a prova dos nove. ” )
Faaala!, Jackson do Pandeiro, enquadra o Tio Sam: “ Quando ele entender que o samba não é rumba / Aí eu vou misturar Miami com Copacabana / Chiclete eu misturo com banana... ”
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Enquanto os basbaques brincavam de ralouin, em São Luís do Paraitinga, São Paulo, o Saci dava mais um pulo certeiro. No próprio dia da festa que os americanos importaram da Irlanda, no século 19, tradição dos Celtas, com mais de dois mil anos... no último dia de outubro, aquela pequena cidade comemorou o primeiro Dia do Saci. E chutaram muita abóbora, entre outras molecagens.
Pausa 2 pros pingos no iis: não interessa defender uma tradição imóvel, folclore intocado, nada disso. Todas essas manifestações estão vivas.
Portanto, em transformação, porosas. Quando o sistema pára de evoluir, começa a morrer - lembra?
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Fiquemos com o gênio de Jackson do Pandeiro e seu jeito maroto de falar da relação entre o Terço e o Inteiro: “ Eu quero ver o boogie-woogie / De pandeiro e violão / Eu quero ver o Tio Sam, de frigideira / Numa batucada brasileira. ”
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* Basbaque – aquele que se admira e se espanta por coisas triviais & aquele que diz ou pratica tolices, segundo o dicionário Houaiss.
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Manifesto do Saci
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Um espectro ronda a indústria da cultura. Como já ocorrera durante a I Guerra Mundial – quando os chamados “ povos civilizados” se matavam entre si nos campos da Europa, como lembra Monteiro Lobato em seu Inquérito, escrito em 1917 –, o espectro do Saci voltou para dar nó na crina das potências que invadem os outros países com uma “indústria cultural” predadora e orquestrada.
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O Saci é reconhecido como uma força da resistência cultural a essa invasão. Na figura simpática e travessa do insigne perneta, esbarram hoje, impotentes, os x-men, os pokemon, os raloins e os jogos de guerra, como esbarravam ontem patos assexuados e ratos com orelhas de canguru.
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É tempo, pois, do Saci expor abertamente seus objetivos, lançando um manifesto e denunciando o verdadeiro espectro: o espectro do imperialismo cultural. Para tanto, outros expoentes do imaginário cultural brasileiro – como o Boitatá, a Iara, o Curupira e o Mapinguari – reuniram-se e redigiram o presente manifesto.
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A cultura popular é um elemento essencial à identidade de um povo. As tentativas insidiosas de apagar do imaginário do povo brasileiro sua cultura, seus mitos, suas lendas, representam a tentativa de destruir a identidade do nosso país. A história de todas as culturas até hoje existentes é a história de opressores e oprimidos. Hoje, como ontem, o Saci apóia, em qualquer lugar e em qualquer tempo, qualquer iniciativa no sentido de contestar a arrogância, a prepotência e a destruição de que é portadora a indústria cultural do império.
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O Saci não se reivindica como símbolo único e incontestável da cultura popular brasileira. O Saci trabalha pela união e pelo entendimento das várias iniciativas culturais que devolvam ao nosso povo a valorização de sua identidade cultural. O Saci não dissimula suas opiniões e seus objetivos e proclama, abertamente, que estes só podem ser alcançados por um amplo movimento de resistência cultural, denunciando os malefícios da indústria cultural imperialista. Que ela trema à idéia de uma resistência cultural popular. Nesta, o Saci nada tem a perder a não ser seus grilhões. E tem um mundo a ganhar.
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Sacis de todo o Brasil, unamo-nos!

Tranqüilidade e falta de transporte marcam segundo turno em Irará

Lula venceu em Irará. O PeTista teve 85,32% dos votos válidos, contra 14,68% do tucano Geraldo Alkimin. Neste segundo turno, sem os candidatos a deputado, a campanha foi um pouco fria.
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Do lado de Lula, o PT de Irará, com o apoio “dos Pinto”, colocou carro de som na rua. Da parte de Geraldo, ninguém patrocinou nenhum tipo de manifestação pública. Para além dos comentários e conversas boca a boca, Irará assistiu o segundo turno basicamente através da mídia. Destaque para os debates e os programas eleitorais de Rádio e TV.
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A tranqüilidade também marcou o dia da eleição. A movimentação de pessoas na rua foi bem menor do que no primeiro turno. Passei numa barraca de lanches e perguntei ao vendedor: “Como vai o movimento?”. A resposta dele foi que estava fraco, complementando com uma informação. “O prefeito não colocou ônibus”, disse ele.
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No início da tarde avistei um ônibus da prefeitura rodando. “Ele só colocou dois, para não dizer que não botou” me disse um eleitor. A situação era diferente do primeiro turno quando era grande o movimento de ônibus transitando pelo município. Algumas pessoas que foram à zona rural, afirmam terem visto eleitores na estrada, aguardando condução.
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Houve eleitor que se cansou de esperar e foi votar a pé. Nesta situação estavam algumas pessoas da Massaranduba, distante 13km do centro da cidade. Outros acharam carona dos carros particulares e de transportes patrocinados pelo PT-Irará e pela família Pinto. Conduções, assim como os ônibus da Prefeitura, devidamente autorizadas pela Justiça Eleitoral.
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Apesar do clima frio de campanha e das dificuldades com transportes, a abstenção em Irará ficou no patamar dos 12%. Índice abaixo das médias, nacional (18,99%) e estadual (23,29%).
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25.10.06

Brevitas e Bravatas das Eleições

A volta e o voto
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Mais de mês de “férias forçadas”. Alguns problemas e... como diria Macunaíma: “eh! Preguiça!”. Mas, vamos nós! Já tá mais do que na hora de voltar. E como voltas por votos foi o que mais se viu durante este período, nada melhor do que retornar com as eleições. O tempo pede “Brevitas Bravatas”. Ainda mais agora que “bravata” já foi até incorporada ao vocabulário presidencial.
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As recorrentes palavras
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Candidatos adoram se agarrar a algumas palavras em eleições. No primeiro turno foi festa. Eu queria ter de R$ 0,50 (cinqüenta centavos) as vezes que: Lula falou, “bolsa Família”; Geraldo Alkimin disse, “choque de gestão”; Heloisa Helena pronunciou, “elites”; Cristovam Buarque proferiu, “educação”; Jaques Wagner discursou, “governo bom, é governo que cuida da vida das pessoas”. E tantos e tantos outros que tiveram por aí.
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Trocando os termos
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A ânsia de dizer suas palavra favoritas, deve ter sido o motivo para que alguns presidenciáveis trocassem os termos, durante o Debate da Globo. Geraldo disse que no “açúcar 40% é esgoto”. Mas, logo logo se corrigiu: “imposto”. Cristovam não escapou da redundância, quando afirmou ser preciso “um esclarecimento claro” da questão. Cochilei e não percebi as falhas de Heloisa Helena. Nem as do presidente Lula. Ele estava lá?
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Editou de novo
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Televisão faz mágica. Continuo achando que o Lula não faltou ao debate da Globo no primeiro turno. Onde já se viu!? PeTista faltar a debates??? Acho que a emissora, como já havia feito em 1989, editou o confronto dos candidatos. Devem ter feito jogo de cena mesmo. Pode ser que toda vez que Luis Inácio levantava, eles mostravam a cadeira vazia, para causar ao telespectador a impressão de que o Lula não estava lá. Só faltou Eimael pra dizer: “a cadeira está vazia”. Contabiliza mais algumas moedas de cinqüenta aí, por favor.
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“Agora é comigo”
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“Ei Ei Ei Eimal o democrata cristão”. As vezes eu fico pensando, e se um candidato azarão ganhasse as eleições. Vocês viram a Tereza Serra do PRONA??? Fala sério. Já imaginou ela governando? Kátia Guzzo deitou e rolou pra cima da “bichinha”. “Você conhece a máquina do estado?”. Resposta: “Á maquina do estado? É... Assim...”. Como diria uma amiga “thadinha”. Se já tem candidato a governador assim, imagine para deputado e senador.
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Os 15 segundos de fama
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Emanuel dos Aposentados, saindo do caixão, “hôooo!!”. O cara do capacete, o do rolo de fumo, Zé da Padaria com o pão na mão (eu escrevi pão), Dr. Xis, aquele do óleo de peroba em São Paulo e muitos outros. Todos com seus 15 segundos de fama, no “otário eleitoral” e no Fantástico. Mamãe, no auge de sua jovialidade aos 102 anos, teve mais de 10 mil votos. Arrebentou! Teve direito a mascara e tudo. Já dá pra ir para o cinema.
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Fracasso de bilheteria e prejuízo no bolso
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O locutor do Primeiro Programa da Rádio Transamérica leu nota de um colunista que fazia uma analogia entre a campanha de Cristovam Buarque (PDT) e o cinema. O texto simplesmente disse que eleição para Buarque foi igual a filme de Woody Allen. Sucesso de crítica, fracasso de público. E ainda informou a existência de um debito de R$ 2 milhões do PDTista com a empresa produtora de suas peças publicitárias para horário gratuito no Rádio e na TV.
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Do reality show da eleição para o da TV
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Por mais que a justiça queira proibir sohwmicios, ou outros atrativos, a eleição continua tendo seu lado reality show. Ainda tem muita gente que se empolga, briga pelos candidatos, se pinta, etc e tal. Já outros aproveitam a “farra” e o movimentar de dinheiro para tirar uma “lasquinha”. Olhe que nestas eleições eu soube de gente que ia pedir de tudo aos políticos. Teve quem pediu gás, outros pediram pra pagar conta, outros queriam combustível... Teve até quem foi pedir para “patrocinar a produção pra fazer o vídeo de se inscrever no Big Brother”... Pronto! Agora está inaugurada mais uma maneira de querer ficar rico por meio da política.
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Soltos numa boa aventura
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Se tem gente que sonha em ficar rico por meio política, tem aqueles que devem ter cuidado para não ficar pobre. Ao menos isso era o que alguns diziam em Irará com relação a família Pinto. Parece que “os pinto” agora entraram de cabeça no negócio da política. Formaram grupo e desafiaram a maquina da prefeitura, bancando a candidatura de Eliana Boaventura (Estadual - PP) e Fábio Souto (Federal – PFL) em Irará. Eles é que sabem da vida deles, afinal a história está cheia de exemplos de empresários que se deram mal ao adentrar solto na boa aventura da política.
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Nova polarização
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E a entrada “dos pinto” parece que re-polarizou a política em Irará. Era inevitável ouvir as pessoas já sinalizando para o pleito em 2008. Muitos apostam numa acirrada disputa entre Juscelino (reeleição) e um possível candidato da família Pinto. Se continuar assim, nas próximas eleições municipais pode se repetir o que aconteceu em 2004. Na eleição ao invés da discussão em torno de plano de governo para Irará, a população será coagida a votar por outros motivos. Ou para Juscelino sair, ou para não deixar “os pinto” entrar.
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E o nome do vice?
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Um amigo meu certa feita disse que em Irará pra se ganhar eleição, o nome do prefeito é importante, mas o do vice é vital. O vice pode ajudar financeiramente e se for agradável e boa praça pode até levar uns votos para o candidato. O atual vice-prefeito, Vital Bacelar, por exemplo, tem contribuído muito para as vitórias de candidatos a prefeito. Além da atual gestão, Vital já foi vice de Chico de Beto (1993-1996) e de Marito (2001-2004). Mas, até onde sei, como foi um vice reeleito em 2004, Bacelar não poderá ser candidato a vice em 2008. Isto quer dizer que, caso seja candidato a reeleição, Juscelino terá de conseguir outro vice. Enquanto isso, uma enorme lista de prováveis vice “dos pinto” já esta se formando.
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A lista dos mais votados
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Quem não deve está gostando desta nova polarização é Marito. Nesta brincadeira, o “sapo” (como alguns costumam chama-lo) não deu sequer o “bronze” a seus deputados na eleição. Um resultado péssimo para quem colocou seus representados, tanto para federal, como para estadual, em primeiro nas eleições de 1998 e 2002. Desta vez, Marcelo Guimarães (PL – Estadual de Amaro) ficou atrás de Tarcisio Pimenta (PFL – Juscelino), Eliana Boaventura (PP – Pinto) e Elisio Santana (PSB – PT e PMDB). Enquanto Fernando de Fabinho (PFL – Estadual de Amaro) chegou atrás de ACM Neto (PFL – Juscelino), Fábio Souto (PFL – Pinto) e Geddel Vieira Lima (PMDB – PMDB).
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Surpresa de verdade
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O ruim desempenho dos candidatos maritistas em Irará pode ter sido surpresa, mas nem de longe supera a surpreendente vitória de Jaques Wagner para o governo da Bahia. Além de ganhar no primeiro turno, Wagner venceu até mesmo em cidades como Irará, onde as três maiores forças políticas pediam votos para Paulo Souto. Eles diziam que tava “na cabeça e no coração”, só não estava era na urna. Teve PeTista iraraense que classificou a vitória de Wagner no município como um presente. Houve quem contestasse, mas se dependesse da mobilização do partido...
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Se...
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“Se meus candidatos não ganharem, cabeças vão rolar”. Assim disse o Prefeito Juscelino (PP) durante reunião, com os prestadores de serviços (pessoas contratadas sem concurso) da prefeitura. “Vocês tem o direito de votar em quem quiserem, mas tem o dever de votar em meus candidatos”, completou o executivo. Depois a Sra. Secretária de Educação, Adriana Santana, disse que nesta eleição, aquelas pessoas tinham que “botar os ideais na gaveta”. Ao final da reunião, todos tiveram de dá as mãos e juntos cantar o jingle de “ACM Neto 2526”. Olha que me contaram isso cheio de dedos. “Pelo amor de Deus não diga que lhe contei”. Dei credibilidade à informação devido ao caráter da minha fonte e como não dava pra ficar indiferente diante de um fato jornalístico desses, acabei publicando. Já pensou se vivêssemos na ditadura? Seria festa hein!?
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Festa de Aniversário
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Não era carnaval, mas o clima foi meio agitado em Irará nestas eleições. Teve gente que brigou, gente que bateu, gente que apanhou, gente que foi posta pra fora. Não é que o próprio Fábio Calisto, o revolucionário do PC do B, ele mesmo, me confirmou o caso comentados por todos. Numa dada festa de aniversário, Fábio foi cumprimentar o prefeito Juscelino. Este então retirou a mão para não apertar a mão do rapaz. Diante do acontecido, Fábio foi enfático: “Você tirou a mão, mas eu vou lhe tirar da prefeitura, porque eu lhe coloquei lá, eu lhe tiro”. Com estas palavras Calisto mostrou a força dos seus 24 votos na eleição de 2004, quando se candidatou a vereador apoiando Juscelino (PP). Depois da resposta de Fábio, e de acordo com informações do próprio, os seguranças, melhor dizendo, os assessores do prefeito, “convidaram-no” a se retirar do aniversário. Mais uma “arte” para o repertorio de Calisto. Coisa vai ser agora que ele fez um blog (
www.fabio-calisto-irara.blogspot.com).
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O doce Iê!
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Para quem é artista, não há dificuldade. Pode aprontar, agir de ma fé, praticar estelionato e sempre vai ter alguém pra amparar. Não importa que os amparadores tenham sido vitimas de seus “discursos” no passado. Iê iê iê iê!!! Atenção Brasil! Rui Barbosa era que tinha razão. Vai ver que é doce, um doce Iê!

Pense no absurdo

“Pense no Absurdo? Na Bahia já aconteceu”. A frase é de Octavio Mangabeira, apenas quero trocar “Bahia” por “Irará”. Aparição de dossiê em véspera de eleição não é novidade na terra da farinha.
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Na eleição municipal de 2000 apareceu um “documento” afirmando que o então prefeito Antônio Campos (PFL – na época) havia se comprometido com empresários para ganhar as eleições de 1996.
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Resultado: O documento prejudicou o então candidato Juscelino (PL na época), que estava com Antônio Campos e os referidos empresários no seu palanque, favorecendo a vitória de Marito (PTB na época).
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Como em Irará não temos Policia Federal nem imprensa investigativa, nunca se saberá ao certo, mas houve quem atribuísse a “venda” do tal “dossiê” a Raimundo Ribeiro (PFL).
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Raimundo era candidato, mas sem crescer nas pesquisas e sem contar com apoio do então Prefeito Antônio desistiu da corrida ao executivo municipal, poucos dias antes do pleito, e foi apoiar Marito. Este, com o apoio de Ribeiro e do “documento”, ganhou aquelas eleições.
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Em 2004 um outro “documento” voltou a aparecer. O papel mostrava um possível acordo prévio entre Juscelino (PP) e os mesmos empresários, para um suposto loteamento de recursos e cargos na prefeitura, caso ele ganhasse as eleições.
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Desta vez, Juscelino e seu grupo agiram rápido. Valendo-se de orientação advocatícia e técnicas de comunicação, convenceram a opinião pública da inveracidade do suposto acordo. E assim, o mesmo recurso usado quatro anos atrás não funcionou. Juscelino ganhou a eleição para o mesmo Marito que o havia derrotado anteriormente.
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Agora é Brasília com toda esta história de Dossiê. Fora do espetáculo midiatico e das recorrentes perguntas de Geraldo Alkimin (de onde vem o dinheiro...?), o caso está parecido com o de Irará.
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Sabe-se apenas que foi feito um “documento” para prejudicar uma campanha. No entanto, não se sabe como foi arquitetado o tal “dossiê” e nem a veracidade do seu conteúdo. Agora. Pense no absurdo...

Páginas repetidas

Semana passada. O pobre telespectador zappeia em frente a TV. É horário nobre e ele pára em frente a um dos canais. A imagem mostra um casal semi coberto por um lençol numa cama. Os atores são: José Mayer, já na sua meia-idade, interpretando estado de exaustão; e Daniele Winits, na exuberância sedutora de sua beleza plástica e siliconada, provocativa. “Sua maquina parece enferrujada”, diz a moça. “Não se preocupe que eu vou dá um trato e deixar ela tinindo”, complementa a personagem, com ares de orientadora sexual.
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A cena pode parecer de Cine Privê da Band, mas, pelos nomes do ator e da atriz, o leitor já percebeu tratar-se da novela Páginas da Vida da Rede Globo. É novela de Manuel Carlos, daquele estilo que todos conhecem. Leblon; gente feliz; bossa-nova; ausência de pobre (com exceção dos empregados que nunca tem casa); mesa farta e cheia de gente, com os empregados em pé ao lado esperando os patrões acabar; problemas humanitários em discussão; José Mayer como galã; Helena... Com tanta repetição assim, só mesmo apelando pra ver se sobe a audiência.

15.9.06

Espetáculo “R$1,99” é tema de palestra na Facom

O autor, ator e diretor de teatro Ricardo Castro é o convidado, juntamente com a produtora Marlúcia Morais, do projeto “O Palco é Aqui”, dia 21 de setembro, às 11h, na Faculdade de Comunicação. A palestra sobre a peça “1,99”, é a terceira do ciclo de quatro exposições sobre os espetáculos de teatro em cartaz na cidade, tendo como convidados os seus realizadores. A peça teatral R$1,99 traz questionamentos sobre cidadania, mostrando a necessidade de se preservar os valores morais da sociedade civil, principalmente diante dos mais recentes episódios políticos do país. Ao final da palestra, serão sorteados convites para o público. A iniciativa é da Produtora Júnior da UFBA com objetivo de proporcionar aos alunos um maior contato com o campo teatral, desde produção, direção, viabilização das peças até sua comercialização.
Fonte: UFBA em Pauta 14/09/06 - www.ufba.br

9.9.06

Pedro de Tiano, Comunista da Velha Guarda

Por Juracy de Oliveira Paixão
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Idos dos Anos 60. O Partido Comunista Brasileiro (PCB), na semi-legalidade, possuía ativo diretório no Município de Irará, no qual se destacavam Raul Cruz – o Intelectual e Pedro de Tiano – o Homem das Massas. Enquanto Raul sobressaia-se por sua capacidade de interpretar Lênin, Marx e Engels, transmitindo aos seus camaradas os ensinamentos dos Clássicos do Marxismo, Pedro dava lições de como “falar ao povo usando a linguagem do povo”.
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Pedro Ferreira da Silva entrou para o Partido pelas mãos de Tertuliano Teixeira (o Tiano do Depósito) com quem trabalhava. Um dia, a Direção Estadual do PCB resolveu encarregar Tertuliano da tarefa de organizar o Partido nas regiões de influência da Petrobrás no Recôncavo e ele se foi, deixando duas vagas para Pedro assumir: a do apelido e a do Diretório.
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Naqueles anos, ser comunista conhecido e oficial era um ato de heroísmo, não somente pelas perseguições promovidas pelas forças da repressão estatal mas, também, pelos estigmas que entidades como a Igreja Católica impunha aos ditos vermelhos. Muitas vezes, até os familiares do comunista o combatiam, dificultando-lhe a vida. Ao menos, Pedro teve sorte com seus familiares: desde o sogro João Pechincha até os irmãos mais velhos e mais moços, todos eram membros ativos do Partido e deles o camarada Pedro recebia todo o apoio e cobertura.
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Pedro de Tiano revelou sua suprema audácia e coragem quando, em plena ditadura militar, deu guarida e refúgio nas Terras do Manã a Percílio dos Santros, líder das Ligas Camponesas na Bahia, então caçado por carrascos de farda e por jagunços de latifundiários. Percílio sobreviveu aos anos de chumbo graças ao apoio de Pedro de Tiano e de outros que, como ele, souberam honrar os ensinamentos de Lênin.
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Irará tem filhos ilustres dos quais pode se orgulhar. Pedro merece destaque nessa constelação.

Um ano sem Pedro de Tiano.

Neste 05 de setembro, o falecimento de Pedro Ferreira da Silva, o Pedro de Tiano, completou um ano. No ano passado, poucos dias após o acontecido, fui solicitado para organizar um material sobre a trajetória de Pedro. A idéia era que o resultado fosse publicado e distribuído à população iraraense, naqule outubro de 2005, quando o homenageado faria aniversário.
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Entrevistei pessoas e solicitei escritos de outras que tiveram algum convívio ou conhecimento do homenageado. Escrevi alguns textos com base nas conversas que tive e algumas das pessoas solicitadas me enviaram considerações. Depois, infelizmente, diante da impossibilidade de publicação, este material foi arquivado.
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Agora, como forma de homenagear a memória de Pedro nesta data, resolvi publicar dois daqueles textos aqui neste Blog (leia abaixo). Caso alguém se interesse pelos outros, é só solicitar via e-mail.
(
robertoirara@yahoo.com.br)
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Profissão e Negação, sem contradição

Por Roberto Martins*
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Pedro de Tiano vendia cachaça e fazia parte dos Alcoólicos Anônimos (AA). A principio, uma contradição. Há quem pense que assim agindo, ele seria um falso, atuando no armazen de bebidas contra a sua pregação no AA. Ou então, que ele seria um louco, discursando no AA contra o seu próprio comércio. Entretanto, devemos considerar a possibilidade de nenhuma das duas sentenças ser verdadeira.
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O grupo Nova Vida de AA foi fundado em 13 de maio de 1984. Dia que se comemora a Lei Áurea e que significa a alforria para alguns iraraenses, antes escravizados pelo álcool. Irará possuía um elevado índice de alcoolismo, onde até mesmo um bode que era criado próximo ao alambique, quando bebia a água do açude com alguns resquícios de cachaça, ficava bêbado e saia pelas ruas causando confusão. Em meio a tal cenário, houve quem estranhasse a fundação do AA, mas aos poucos a vergonha foi sendo vencida e a freqüência foi aumentando. As reuniões abertas, aquelas nas quais pode participar qualquer pessoa da comunidade, passaram a congregar maior número de ouvintes. Foi numa destas reuniões que Pedro de Tiano passou a freqüentar os Alcoólicos Anônimos.
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A chegada de Pedro no AA não causou admiração aos membros do grupo. Afinal, ele era um político e como homem público que se preza, gostava de participar e discutir os problemas da comunidade. Numa reunião, para a surpresa de muitos, Pedro manifestou que tinha problemas com o álcool. Era difícil acreditar, pois ele sempre se apresentava sóbrio e consciente de si. No entanto, essa é mais uma dura face do alcoolismo, uma doença que não escolhe as suas vítimas e nem sempre é perceptível. Então, Pedro continuou a freqüentar as reuniões, a ouvir os relatos, os conselhos e se interessar muito pela literatura de Alcoólicos Anônimos. E antes mesmo de se tornar um membro efetivo, garantiu a todos que já tinha o problema sobre controle. Consciente do papel do AA perante a comunidade, não abandonou o grupo, sentiu que era hora de ajudar a outros irmãos.
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Como membro efetivo de Alcoólicos Anônimos, Pedro de Tiano foi secretário, tesoureiro, coordenador, participou de todas as funções do Comitê de Serviços. Era um membro muito interessado e fez juz àquele lema de AA: se você quer beber o problema é seu, se quer parar o problema é nosso. Nesta tarefa, visitava localidades rurais, entrava nas casas, convidava as pessoas que tinham problemas com o álcool a conhecerem a filosofia de AA. Na sua pregação, viu que no Largo São José a problemática era séria, então incentivou a criação do grupo Vida Nova na comunidade. “Ele dizia que tinha falatite aguda, não esperava que as pessoas o procurassem, ele procurava as pessoas”, lembra o amigo Dante Barbosa, salientando que “ele era bom em convencer as pessoas; era um dom dele”.
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Numa palestra sobre alcoolismo e os seus malefícios, veio a provocação. “O Sr. fala isso tudo... e como o Sr. vende cachaça?”, perguntou uma senhora da platéia. Pedro respondeu com a comparação prática do homem que trabalha com a pólvora e nem por isso precisa se queimar ou explodir alguém. Ainda sobre este mesmo questionamento, costumava responder que o ofício de vender bebidas foi o que ele aprendeu, no qual ele foi criado e de onde ele tirava o seu sustento. Da mesma forma, sentenciava que vendia a bebida e não o vicio. Respostas comprovadas pelo perfil de Pedro de Tiano, que não era um capitalista mercenário para vender bebida para uma pessoa sem condições de beber.
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Desta maneira, Pedro Ferreira da Silva seguia na sua profissão e na sua pregação. Em mais estas duas frentes de atuação, Pedro se mostrava um homem de convicção e personalidade. Lutava pela sua sobrevivência e contra a doença do alcoolismo. E, certamente, os clientes da Casa São Pedro ainda deviam ouvir um conselho em forma de provérbio: “tudo demais é sobra”.
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* Texto feito com base em entrevista cedida por Dante Barbosa, na primavera de 2005, em sua residência na cidade de Salvador..

4.9.06

Festa da Cultura Popular movimenta Conceição do Coité

Cartaz do evento


A cidade de Conceição Coité, na Região Silaleira, será tomada por diversas manifestações da cultura popular no final de semana dos dias 15, 16 e 17 de setembro. Trata-se da Terceira edição da Festa da Cultura Popular.
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O encontro nasceu da necessidade das comunidades rurais em celebrar seus ritos, cantos, musicalidades e tantas outras manifestações da cultura sertaneja. Esta é a terceira edição da Festa que desta vez conta com o incentivo do Ministério da Cultura. O patrocínio foi conseguido através de Edital realizado pelo Fundo Nacional de Cultura, destinado a contemplar projetos sem fins lucrativos e que expressem rico valor cultural.
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A fortuna da cultura popular estará proclamada pela variedade de manifestações presentes ao evento. São shows, palestras, oficinas, exibição de vídeos e apresentações de diversos grupos e folguedos populares. Está previsto ainda, um cortejo folclórico pelas ruas de Coité.
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A ampla programação é basicamente constituída de grupos e personalidades oriundas da própria Região Sisaleira, da micro-região de Feira de Santana e do Recôncavo Baiano. Áreas geográficas de destaque no sincrético mapa da cultura da Bahia. E que juntas, certamente, se converterão num grande caldeirão de cultura popular.

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PROGRAMAÇÃO:
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SEXTA – 15/09
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8:00h - Abertura: Café da manhã sertanejo (performance com Miudinho e Passarinho)
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9:00h - Oficinas de Samba de Roda, Chula e Pandeiro
Ministrantes: Dona Chica, Véio e Sr. Martinho
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11:00h - Show com a Banda de Pífanos de Euclides da Cunha
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12:00h - Almoço coletivo (performance com Lampião de Feira)
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14:00h - Oficinas de artesanato, cerâmica e vassoura
Ministrantes: Dona Raimunda, Maria José e Dona Antônia
Oficina de Literatura de Cordel
Ministrantes: Franklin Maxado, Jotacê Freitas e Antônio Carlos Barreto
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16:00h - Show com o Reisado de Cabaçeiras
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17:00h - Palestra sobre As manifestações culturais do sertão
Convidados: Carlos Neves e Pedro Paulo
Mediador: Sandro Santana
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18:30h - Jantar coletivo (Performance eco-cultural com Ermedita & Florzinha)
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20:00h - Show com a dupla de repentistas Ceará & Zeteir
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21:00h - Mostra do vídeo-documentário I Festa da Cultura Popular em Barrocas
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22:00h - Show com Paulinho Jequié
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11:00h - Forró pé-de-serra
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SÁBADO – 16/09
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7:00h - Café da manhã sertanejo (performance com o Boi-roubado de Malhada Nova)
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8:00h - Oficinas de cavaquinho e viola
Ministrantes: Guda Moreno e Antônio Queiroz
Oficina de dialeto sertanejo
Ministrante: Prof. Lucas Campos
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10:00h - Show com o grupo de samba de roda São Domingos
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11:00h - Show com o grupo de samba de roda da Melancia (Nova Soure)
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12:00h - Almoço coletivo (performance com Lampião de Feira)
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14:00h - Oficinas de capoeira e maculelê
Ministrantes: Mestre Paraná e Reny
Oficina de dança folclórica
Ministrantes: Genivaldo, Gigi e Andréa
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16:00h - Palestra sobre Memória, Oralidade e Identidade Cultural
Convidados: Sr. Maurício França e Asa Filho
Mediador: Erhi Araújo
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17:30h - Concentração dos grupos na Praça Pública
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18:00h - Cortejo folclórico com o Lindro-Amor de Malhada Nova
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19:00h - Mostra do vídeo-documentário II Festa da Cultura Popular em Santa Bárbara
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19:30h - Queima da Lapinha da Lagoa do Caminho
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20:00h - Gabriel, o menino aboiador
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20:15h - Antônio Queiroz & Paraíba da Viola
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20:45h - Show com Asa Filho, Cescé e o Reisado de São Vicente
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21:30h - Grupo Cultural Korró-Korró
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22:00h - Grupo Pavão Dourado (Cantigas de Roda)
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22:15h - Jejê Nagô
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22:30h - Arraiá da Lagoa da Cruz
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23:00h - Quixabeira da Lagoa da Camisa
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23:30h - Comunidade de Dois Coqueiros (Reisado e Samba de Roda)
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24:00h - Veteranos de Ouro de Candeal (Samba Martelo)
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00:30h - Show com Zé Araújo
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01:00h - Quixabeira da Matinha dos Pretos
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DOMINGO – 17/09
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06:30h - Café da manhã sertanejo
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08:00h - A Voz do Trabalhador de Ichú
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08:30h - Grupo de Mulheres que Cantam e Encantam do MMTR
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09:00h - Samba de Roda de Salgadalha
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09:30h – Grupo de Teatro Caçuá
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10:00h - Grupo de Capoeira Regional e Maculelê ACEM
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10:40h - Batuques do Seu Anastácio
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11:20h - A Burrinha e o Bumba-meu-boi de Lustosa
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12:00h - Almoço (Performance musical com Lampião de Feira)
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14:00h - Show com Cescé, Asa Filho e Noca do Forró
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14:30h - Cordelistas: Franklin Machado – Antonio Carlos Barreto – Jotacê Freitas
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15:00h - Antonio Queiroz & Os Meninos da Ladeira
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15:30h - Samba de Roda de Juazeirinho
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16:00h - Bumba-meu-boi da Barreiras
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16:30h - Farinhada de São Nicolau
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17:00h - Quixabeira da Matinha dos Pretos
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18:00h - Encerramento com a benção de Dona Antônia
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Informações:

Assessoria de Comunicação: Sandro Santana
Tel.: (71) 8805-3187/3347-6247
http://br.f421.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=sandro_santana@hotmail.com

Noite do interior no Sarau do Gregório

É recital, é mesa-redonda, é exposição. É mais uma edição do Sarau do Gregório que acontece nesta terça-feira, dia 05, às 19h, com entrada franca, no Teatro Gregório de Mattos (Praça Castro Alves) em Salvador.
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O Sarau é uma realização da Gerência de Arquivos e Bibliotecas da Fundação Gregório de Matos (FGM), coordenada pelo poeta Douglas de Almeida. O projeto acontece toda primeira terça-feira do mês desde fevereiro deste ano.
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Desta vez, a mesa-redonda será formada por poetas da chamada novíssima geração da literatura baiana. Os três nomes do evento são do interior da Bahia. Nívia Maria Vasconcellos (foto) e Silvério Duque, de Feira de Santana e Wesley Barbosa Correia, de Cruz das Almas.
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Os três, além recitar poesias, debater e interagir com público, estarão lançando livros durante o Sarau. “... para não suicidar (contos)”, Nivia Maria. “Baladas e outros aportes para viagem” (poesia), Silvério Duque. E “Palmas para um beijo e outros poemas” (poesia), Wesley Barbosa.
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O cenário do ambiente será composto pelas telas do artista Gabriel Ferreira (
www.sougabrielferreira.blogspot.com). Gabriel é natural de Tanquinho e tem se destacado na cena cultural de Feira de Santana, onde reside e estuda na Universidade Estadual.
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Informações: (71) 8163-9484

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Nepotismo. Mais um!

Novela quando faz sucesso, a emissora sempre tenta prolongar os seus capítulos. Isto também tem acontecido com a novela do Nepotismo na Prefeitura Municipal de Irará.
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No mês passado, foi anunciado na mídia local, mais um capítulo deste intrigante folhetim. Melhor dizendo, foi divulgada a contratação de mais um parente do chefe do executivo municipal.
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Agora foi a vez do Gilmar Souza, irmão do Prefeito Juscelino Souza, assumir a Secretária Municipal de Obras. O prefeito nomeou o irmão, sem se preocupar com a repercussão negativa que o emprego de outros parentes, a exemplo de sua esposa e de uma irmã, já tinha lhe causado.
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Assim a novela “Nepotismo” vai a cada dia aumentando os seus capítulos e os seus personagens. O que diminui é no numero de parentes que ainda não assumiram cargos públicos.
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A população iraraense acompanha com expectativa o desenrolar deste “dramalhão mexicano”. Depois que a Câmara de Vereadores “autorizou” o nepotismo, o povo então aguarda as cenas do próximo capitulo. Ou, melhor dizendo, o emprego do próximo parente. Quem será? Façam suas apostas!
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Sobre o assunto leia no arquivo deste Blog:
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E os parentes continuam
Com voto secreto, Câmara garante permanência do nepotismo
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24.8.06

Cinema BR volta à Irará.

O Projeto Cinema BR em Movimento está de volta a Irará. Depois de um intervalo, após as exibições de Tainá 2 e Bendito Fruto em três comunidades rurais, o retorno do Cinema BR traz outro filme infantil (Cine Gibi 2) e uma comédia (Se Eu Fosse Você), ambos de produção nacional. Dois curtas-metragens também serão exibidos, antes dos longas, são eles: “O amigão Zão” e “A Última do Amigo da Onça”.
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A execução do projeto em Irará é uma iniciativa da Charanga Comunicação numa parceria com o Cinema BR. A empresa iraraense é responsável pelo desenvolvimento e acompanhamento das exibições. Os custos são divididos entre a própria Charanga e o Cestão Supermercado (projetor - transportes - apoio - etc), patrocinador do projeto em Irará.
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Na primeira fase das exibições, a Charanga também contou com o apoio da Casa da Cultura de Irará (CCI). A sonorização das sessões foi realizada através do empréstimo da caixa de som amplificada desta entidade cultural.
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A Charanga espera poder repetir essa parceria e contar com a adesão de novos parceiros. Através da participação de um maior número de colaboradores, será possível continuar com a execução do cinema itinerante no município.
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O Cinema BR em Movimento tem o objetivo de estimular a produção cinematográfica nacional e incentivar a formação de platéias. Ao longo de todo o projeto, já foram realizadas mais de 8.820 em cerca de 629 municípios brasileiros.
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Confira abaixo o roteiro das exibições e as sinopses dos filmes:

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CINEGIBI 2 (longa-metragem)
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Coletânea das aventuras que deram origem ao desenho animado. São sete episódios que reúnem a turminha do Bairro do Limoeiro, além de uma participação especial do caipira Chico Bento.

Animação - 2005 - Colorido
Direção: Maurício de Souza
Duração: 64 min
Faixa Etária: Livre
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AMIGÃO ZÃO (curta-metragem)

Dizem que não é certo chamar meu melhor amigo de amigãozão, mas eu não consigo achar um jeito melhor pra falar dele. Quando ele está perto de mim, eu sempre apareço!

Animação - 2005 - Colorido
Direção: Andrés Lieban
Duração: 1 min

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SE EU FOSSE VOCÊ (longa-metragem)

Cláudio é um publicitário bem sucedido, dono de sua própria agência, e casado com Helena, uma professora de música. Acostumados com a rotina do dia-a-dia e do casamento de tantos anos, eles volta e meia têm uma discussão. Um dia eles têm uma briga maior do que o normal, que faz com que algo inexplicável aconteça: eles trocam de corpos. Apavorados, Cláudio e Helena tentam aparentar normalidade até que consigam reverter a situação. Porém, antes disso, eles terão que assumir por completo a vida do outro.

Comédia - 2005 - Colorido
Direção: Daniel Filho

Elenco: Glória Pires, Tony Ramos, Glória Menezes, Patrícia Pillar, Thiago Lacerda, Danielle Winits, Lavínia Vlasak, Ary Fontoura, Jorge Fernando, Dênis Carvalho e outros.
Duração: 104 min
Faixa Etária: 10 anos
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A ÚLTIMA DO AMIGO DA ONÇA (curta-metragem)

Encontro do cartunista Péricles de Andrade Maranhão com sua criatura, o Amigo da Onça, no último dia do ano de 1961.

Ficção - 2005 - Colorido
Direção: Terêncio Porto
Elenco: Chiara Pascotini, Fabio Lago e Osvaldo Mil
Duração: 17 min

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Calendário das Sessões
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Dia

Comunidade

Local

Filme

Hora

Dia 27/08 (domingo)

Boca de Várzea

Associação Rural

Cine Gibi 2

16:30




E se Eu fosse Você

19:00

Dia 29/08 (terça)

Largo

Escola M. Santa Bárbara

Cine Gibi 2

10:00




E Se Eu fosse Você

16:00

Dia 03/09 (domingo)

Sto. Antônio

Associação Rural

Cine Gibi 2

16:30




E Se Eu fosse Você

19:00

Dia 05/09

(terça)

Boa Vista

Boas Vista Espaço Fest

Cine Gibi 2

16:30




E Se Eu fosse Você

19:00

21.8.06

De homem a mito, no 21 de agosto.

É 21 de agosto, uma segunda-feira. Poderia ser mais uma data entre tantas outras datas. E é. Todavia, nós, tolos humanóides, gostamos de guardar, marcar e rememorar as datas. Pra que vão servir depois? Não sei. Mas guardamo-nas.
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Achamos que com as datas iremos re-viver os eventos, os momentos, as pessoas. Sim, as pessoas. E foi por conta de uma pessoa que re-lembrei desta data (21/08). O que teria acontecido neste dia? De que pessoa estaria eu falando? Por que desta lembrança agora?
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Não sabia e nem me lembraria dela (a data), se não tivesse ido ao teatro no último sábado (19/08). É que eu, que cheguei do interior, inocente puro e besta, não vim morar no “apipema”, mas ver teatro e ver cinema é a minha diversão. Confesso que, mais teatro do que cinema. “Emoção ao vivo!”.
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Não compareci a nenhuma sessão das dez e nem tão pouco ninguém me ofereceu pipoca. Mas, o desafio eu aceitei e logo em troca com o leitor comentarei. Talvez você já saiba de quem eu vou falar e o porquê da data, mas mesmo assim, dou-lhe uma explicação.

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Raul Seixas e Raulzito sempre foram o mesmo homem. E lá estão eles. Os dois. Em cartaz no teatro do ISBA, na peça “Raul Seixas, a metamorfose ambulante”. No texto, a trajetória de um homem surpreendente, um “maluco beleza”.
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É o Raul humano, o Raul artista, o Raul sonhador. Os vários Rauls num só. A
história se passa desde a infância do protagonista até a sua última viagem. O bloqueio às regras escolares, as mulheres, os sonhos, a ânsia pela liberdade do ser. Seus problemas e seu fim, que poderá ser o começo. “Plut, Plat, Zum”, pode partir Raul, sem problema algum.
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Morre o homem - Raul dos Santos Seixas - a 21 de agosto de 1989, nasce o mito. Raul que viu dentro do mambo e da consciência o segredo do universo, já tinha deixado sua mensagem na terra. E muitos foram os ensinamentos do “Profeta do Apocalipse”. Eles estão aí gravados, musicados, a quem interessar possa. Basta ouvir com atenção suas canções.
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O menino que sonhava ser escritor e se disse ator, porque fingia que era cantor e todo mundo acreditava, teve uma vida conturbada e da mesma forma foi o período em que ele viveu. Conheceu Elvis e “aquele ritmo quente, vindo dos Estados Unidos”. Amou os Beatles e entre o pessoal do diretório na faculdade era visto como entreguista devido a sua paixão pelo Rock and Roll – som estrangeiro. E sem xenófobismos, foi revolucionário em fundir rock e baião.
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Quebrou regras, evitou padrões. Ao fundo da sua narrativa, como se fosse um filme intimista, a peça mostra momentos históricos da vida brasileira. O Golpe de 1964. Os anos de chumbo do governo Médici. A abertura. Está lá, encenada, a morte do estudante Edson Luiz.
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Algumas cenas emocionam. Outras fazem rir. Ta tudo lá. Se o assunto é cultura de massa e indústria cultural, o texto da suas pinceladas, através da opinião do personagem Raul. As normas da escola, da família, a indecisão entre o sonho e a vida estável, também estão presentes.
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Todo enredo, ganha o atestado de veracidade quando lembramos que Plínio Seixas, irmão mais novo de Raul, é co-autor da peça. A participação de Plínio, também personagem, na montagem do espetáculo, garante a certeza da narrativa fiel.
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Entre uma cena e outra, um momento e outro, as músicas de Raul ajudam a contar a estória. Vale destacar a preciosidade da hora certa, com que algumas músicas aparecem.
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É isto. Para o leitor saber mesmo a emoção do espetáculo, só indo assistir a peça que fica em cartaz até o mês de outubro. A encenação já foi vista por mais de 50 mil pessoas em Salvador e outras tantas, em mais de seis cidades do interior.
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Eu, conforme já deu pra perceber, gostei muito. E gostei tanto, que me motivei, ao voltar para casa, entre uma cerveja e outra, escrever estas linhas.
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Vale salientar também a montagem do cenário da peça. O movimento constante de vários baús para revirar o baú do Raul. O ator Nelito Reis, se mostra bastante a vontade vivendo o personagem Raul Seixas. Seus colegas também não deixam por menos.
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O sotaque dos americanos aparece nas atrizes que fazem as mulheres estadunidenses de Rualzito. Por vezes elas fazem o público rir nas palavras ditas com a língua dobrada. O que não me agradou muito foi a encenação do “personagem” Marcelo Nova.
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Coisas da vida. Algumas coisas agradam, outras não. O que não empolga é a situação de muitos artistas na Bahia e no Brasil. Ao final do espetáculo, vi uma das atrizes, ainda com marcas de maquiagem no rosto, apressadamente pegando o seu Buzú.
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Por fim, recomendo, e muito, a peça. E é bom que estejamos no 21 de agosto. Quem sabe a publicidade que se dão as datas “comemorativas”, não incite mais pessoas a verem a história de Raulzito, filho de Sr. Raul que naquele dia 21 de agosto de 1989, partiu no seu trem das sete e deixou um legado para nos fazer pensar. Toca Raul!!!
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Raul Seixas – A metamorfose Ambulante
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Sex, Sab e Dom, às 20h, até Outubro no Teatro do ISBA – Ondina
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Ingressos: Sex (R$ 20,00 – inteira), Sab (R$ 30,00 - inteira) e Dom (R$ 24,00 – inteira).
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Ficha Técnica –
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Autores:
Deolindo Checcucci
Plínio Seixas
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Direção:
Deolindo Checcucci
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Elenco:
.Nelito Reis, Karla Ralin, Narcival Rubens, Pedro Henriques, Adriana Mandi, André Tavares, Bruno Neves, Edvard Neto, Uirá Iracema e Mônica Gedione.
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Assistente de Direção:
Gideon Rosa
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Direção Musical:
Tadeu Mascarenhas

Leia entrevista com ator e diretor no portal ibahia:

http://ibahia.globo.com/entrevistas/artigos/default.asp?modulo=1446&codigo=108750