25.10.06

Brevitas e Bravatas das Eleições

A volta e o voto
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Mais de mês de “férias forçadas”. Alguns problemas e... como diria Macunaíma: “eh! Preguiça!”. Mas, vamos nós! Já tá mais do que na hora de voltar. E como voltas por votos foi o que mais se viu durante este período, nada melhor do que retornar com as eleições. O tempo pede “Brevitas Bravatas”. Ainda mais agora que “bravata” já foi até incorporada ao vocabulário presidencial.
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As recorrentes palavras
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Candidatos adoram se agarrar a algumas palavras em eleições. No primeiro turno foi festa. Eu queria ter de R$ 0,50 (cinqüenta centavos) as vezes que: Lula falou, “bolsa Família”; Geraldo Alkimin disse, “choque de gestão”; Heloisa Helena pronunciou, “elites”; Cristovam Buarque proferiu, “educação”; Jaques Wagner discursou, “governo bom, é governo que cuida da vida das pessoas”. E tantos e tantos outros que tiveram por aí.
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Trocando os termos
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A ânsia de dizer suas palavra favoritas, deve ter sido o motivo para que alguns presidenciáveis trocassem os termos, durante o Debate da Globo. Geraldo disse que no “açúcar 40% é esgoto”. Mas, logo logo se corrigiu: “imposto”. Cristovam não escapou da redundância, quando afirmou ser preciso “um esclarecimento claro” da questão. Cochilei e não percebi as falhas de Heloisa Helena. Nem as do presidente Lula. Ele estava lá?
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Editou de novo
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Televisão faz mágica. Continuo achando que o Lula não faltou ao debate da Globo no primeiro turno. Onde já se viu!? PeTista faltar a debates??? Acho que a emissora, como já havia feito em 1989, editou o confronto dos candidatos. Devem ter feito jogo de cena mesmo. Pode ser que toda vez que Luis Inácio levantava, eles mostravam a cadeira vazia, para causar ao telespectador a impressão de que o Lula não estava lá. Só faltou Eimael pra dizer: “a cadeira está vazia”. Contabiliza mais algumas moedas de cinqüenta aí, por favor.
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“Agora é comigo”
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“Ei Ei Ei Eimal o democrata cristão”. As vezes eu fico pensando, e se um candidato azarão ganhasse as eleições. Vocês viram a Tereza Serra do PRONA??? Fala sério. Já imaginou ela governando? Kátia Guzzo deitou e rolou pra cima da “bichinha”. “Você conhece a máquina do estado?”. Resposta: “Á maquina do estado? É... Assim...”. Como diria uma amiga “thadinha”. Se já tem candidato a governador assim, imagine para deputado e senador.
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Os 15 segundos de fama
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Emanuel dos Aposentados, saindo do caixão, “hôooo!!”. O cara do capacete, o do rolo de fumo, Zé da Padaria com o pão na mão (eu escrevi pão), Dr. Xis, aquele do óleo de peroba em São Paulo e muitos outros. Todos com seus 15 segundos de fama, no “otário eleitoral” e no Fantástico. Mamãe, no auge de sua jovialidade aos 102 anos, teve mais de 10 mil votos. Arrebentou! Teve direito a mascara e tudo. Já dá pra ir para o cinema.
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Fracasso de bilheteria e prejuízo no bolso
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O locutor do Primeiro Programa da Rádio Transamérica leu nota de um colunista que fazia uma analogia entre a campanha de Cristovam Buarque (PDT) e o cinema. O texto simplesmente disse que eleição para Buarque foi igual a filme de Woody Allen. Sucesso de crítica, fracasso de público. E ainda informou a existência de um debito de R$ 2 milhões do PDTista com a empresa produtora de suas peças publicitárias para horário gratuito no Rádio e na TV.
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Do reality show da eleição para o da TV
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Por mais que a justiça queira proibir sohwmicios, ou outros atrativos, a eleição continua tendo seu lado reality show. Ainda tem muita gente que se empolga, briga pelos candidatos, se pinta, etc e tal. Já outros aproveitam a “farra” e o movimentar de dinheiro para tirar uma “lasquinha”. Olhe que nestas eleições eu soube de gente que ia pedir de tudo aos políticos. Teve quem pediu gás, outros pediram pra pagar conta, outros queriam combustível... Teve até quem foi pedir para “patrocinar a produção pra fazer o vídeo de se inscrever no Big Brother”... Pronto! Agora está inaugurada mais uma maneira de querer ficar rico por meio da política.
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Soltos numa boa aventura
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Se tem gente que sonha em ficar rico por meio política, tem aqueles que devem ter cuidado para não ficar pobre. Ao menos isso era o que alguns diziam em Irará com relação a família Pinto. Parece que “os pinto” agora entraram de cabeça no negócio da política. Formaram grupo e desafiaram a maquina da prefeitura, bancando a candidatura de Eliana Boaventura (Estadual - PP) e Fábio Souto (Federal – PFL) em Irará. Eles é que sabem da vida deles, afinal a história está cheia de exemplos de empresários que se deram mal ao adentrar solto na boa aventura da política.
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Nova polarização
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E a entrada “dos pinto” parece que re-polarizou a política em Irará. Era inevitável ouvir as pessoas já sinalizando para o pleito em 2008. Muitos apostam numa acirrada disputa entre Juscelino (reeleição) e um possível candidato da família Pinto. Se continuar assim, nas próximas eleições municipais pode se repetir o que aconteceu em 2004. Na eleição ao invés da discussão em torno de plano de governo para Irará, a população será coagida a votar por outros motivos. Ou para Juscelino sair, ou para não deixar “os pinto” entrar.
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E o nome do vice?
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Um amigo meu certa feita disse que em Irará pra se ganhar eleição, o nome do prefeito é importante, mas o do vice é vital. O vice pode ajudar financeiramente e se for agradável e boa praça pode até levar uns votos para o candidato. O atual vice-prefeito, Vital Bacelar, por exemplo, tem contribuído muito para as vitórias de candidatos a prefeito. Além da atual gestão, Vital já foi vice de Chico de Beto (1993-1996) e de Marito (2001-2004). Mas, até onde sei, como foi um vice reeleito em 2004, Bacelar não poderá ser candidato a vice em 2008. Isto quer dizer que, caso seja candidato a reeleição, Juscelino terá de conseguir outro vice. Enquanto isso, uma enorme lista de prováveis vice “dos pinto” já esta se formando.
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A lista dos mais votados
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Quem não deve está gostando desta nova polarização é Marito. Nesta brincadeira, o “sapo” (como alguns costumam chama-lo) não deu sequer o “bronze” a seus deputados na eleição. Um resultado péssimo para quem colocou seus representados, tanto para federal, como para estadual, em primeiro nas eleições de 1998 e 2002. Desta vez, Marcelo Guimarães (PL – Estadual de Amaro) ficou atrás de Tarcisio Pimenta (PFL – Juscelino), Eliana Boaventura (PP – Pinto) e Elisio Santana (PSB – PT e PMDB). Enquanto Fernando de Fabinho (PFL – Estadual de Amaro) chegou atrás de ACM Neto (PFL – Juscelino), Fábio Souto (PFL – Pinto) e Geddel Vieira Lima (PMDB – PMDB).
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Surpresa de verdade
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O ruim desempenho dos candidatos maritistas em Irará pode ter sido surpresa, mas nem de longe supera a surpreendente vitória de Jaques Wagner para o governo da Bahia. Além de ganhar no primeiro turno, Wagner venceu até mesmo em cidades como Irará, onde as três maiores forças políticas pediam votos para Paulo Souto. Eles diziam que tava “na cabeça e no coração”, só não estava era na urna. Teve PeTista iraraense que classificou a vitória de Wagner no município como um presente. Houve quem contestasse, mas se dependesse da mobilização do partido...
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Se...
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“Se meus candidatos não ganharem, cabeças vão rolar”. Assim disse o Prefeito Juscelino (PP) durante reunião, com os prestadores de serviços (pessoas contratadas sem concurso) da prefeitura. “Vocês tem o direito de votar em quem quiserem, mas tem o dever de votar em meus candidatos”, completou o executivo. Depois a Sra. Secretária de Educação, Adriana Santana, disse que nesta eleição, aquelas pessoas tinham que “botar os ideais na gaveta”. Ao final da reunião, todos tiveram de dá as mãos e juntos cantar o jingle de “ACM Neto 2526”. Olha que me contaram isso cheio de dedos. “Pelo amor de Deus não diga que lhe contei”. Dei credibilidade à informação devido ao caráter da minha fonte e como não dava pra ficar indiferente diante de um fato jornalístico desses, acabei publicando. Já pensou se vivêssemos na ditadura? Seria festa hein!?
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Festa de Aniversário
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Não era carnaval, mas o clima foi meio agitado em Irará nestas eleições. Teve gente que brigou, gente que bateu, gente que apanhou, gente que foi posta pra fora. Não é que o próprio Fábio Calisto, o revolucionário do PC do B, ele mesmo, me confirmou o caso comentados por todos. Numa dada festa de aniversário, Fábio foi cumprimentar o prefeito Juscelino. Este então retirou a mão para não apertar a mão do rapaz. Diante do acontecido, Fábio foi enfático: “Você tirou a mão, mas eu vou lhe tirar da prefeitura, porque eu lhe coloquei lá, eu lhe tiro”. Com estas palavras Calisto mostrou a força dos seus 24 votos na eleição de 2004, quando se candidatou a vereador apoiando Juscelino (PP). Depois da resposta de Fábio, e de acordo com informações do próprio, os seguranças, melhor dizendo, os assessores do prefeito, “convidaram-no” a se retirar do aniversário. Mais uma “arte” para o repertorio de Calisto. Coisa vai ser agora que ele fez um blog (
www.fabio-calisto-irara.blogspot.com).
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O doce Iê!
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Para quem é artista, não há dificuldade. Pode aprontar, agir de ma fé, praticar estelionato e sempre vai ter alguém pra amparar. Não importa que os amparadores tenham sido vitimas de seus “discursos” no passado. Iê iê iê iê!!! Atenção Brasil! Rui Barbosa era que tinha razão. Vai ver que é doce, um doce Iê!

Pense no absurdo

“Pense no Absurdo? Na Bahia já aconteceu”. A frase é de Octavio Mangabeira, apenas quero trocar “Bahia” por “Irará”. Aparição de dossiê em véspera de eleição não é novidade na terra da farinha.
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Na eleição municipal de 2000 apareceu um “documento” afirmando que o então prefeito Antônio Campos (PFL – na época) havia se comprometido com empresários para ganhar as eleições de 1996.
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Resultado: O documento prejudicou o então candidato Juscelino (PL na época), que estava com Antônio Campos e os referidos empresários no seu palanque, favorecendo a vitória de Marito (PTB na época).
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Como em Irará não temos Policia Federal nem imprensa investigativa, nunca se saberá ao certo, mas houve quem atribuísse a “venda” do tal “dossiê” a Raimundo Ribeiro (PFL).
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Raimundo era candidato, mas sem crescer nas pesquisas e sem contar com apoio do então Prefeito Antônio desistiu da corrida ao executivo municipal, poucos dias antes do pleito, e foi apoiar Marito. Este, com o apoio de Ribeiro e do “documento”, ganhou aquelas eleições.
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Em 2004 um outro “documento” voltou a aparecer. O papel mostrava um possível acordo prévio entre Juscelino (PP) e os mesmos empresários, para um suposto loteamento de recursos e cargos na prefeitura, caso ele ganhasse as eleições.
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Desta vez, Juscelino e seu grupo agiram rápido. Valendo-se de orientação advocatícia e técnicas de comunicação, convenceram a opinião pública da inveracidade do suposto acordo. E assim, o mesmo recurso usado quatro anos atrás não funcionou. Juscelino ganhou a eleição para o mesmo Marito que o havia derrotado anteriormente.
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Agora é Brasília com toda esta história de Dossiê. Fora do espetáculo midiatico e das recorrentes perguntas de Geraldo Alkimin (de onde vem o dinheiro...?), o caso está parecido com o de Irará.
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Sabe-se apenas que foi feito um “documento” para prejudicar uma campanha. No entanto, não se sabe como foi arquitetado o tal “dossiê” e nem a veracidade do seu conteúdo. Agora. Pense no absurdo...

Páginas repetidas

Semana passada. O pobre telespectador zappeia em frente a TV. É horário nobre e ele pára em frente a um dos canais. A imagem mostra um casal semi coberto por um lençol numa cama. Os atores são: José Mayer, já na sua meia-idade, interpretando estado de exaustão; e Daniele Winits, na exuberância sedutora de sua beleza plástica e siliconada, provocativa. “Sua maquina parece enferrujada”, diz a moça. “Não se preocupe que eu vou dá um trato e deixar ela tinindo”, complementa a personagem, com ares de orientadora sexual.
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A cena pode parecer de Cine Privê da Band, mas, pelos nomes do ator e da atriz, o leitor já percebeu tratar-se da novela Páginas da Vida da Rede Globo. É novela de Manuel Carlos, daquele estilo que todos conhecem. Leblon; gente feliz; bossa-nova; ausência de pobre (com exceção dos empregados que nunca tem casa); mesa farta e cheia de gente, com os empregados em pé ao lado esperando os patrões acabar; problemas humanitários em discussão; José Mayer como galã; Helena... Com tanta repetição assim, só mesmo apelando pra ver se sobe a audiência.