Após mais de um ano de invernada, Kitute de Licinho nos brinda com a publicação de novos cordeis. Os últimos até então, “O Namoro da Biba na Festa de Fevereiro” e “O Dia em que a Depinho foi Roubada”, haviam sido lançados na Festa da Padroeira de 2005. Agora, no São João 2006, Kitute lançou mais três títulos.
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No enredo dos cordéis, política, religião e saúde. Advertências, histórias, fé, malandragem... tudo isto sem perder o toque humorístico. Kitute, tal qual afirma a descrição na contracapa de seus livretos, “narrar em seus versos o universo iraraense, misturando figuras e situações reais com a ficção”. Sacada perfeita para relembrar momentos e personagens do Irará.
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Tudo pronto para o velório, só faltava mesmo o morto. Será que ele vem? Isto, o leitor só vai saber se ler “O Velório do homem que não Morreu”. Um cordel longo, nas suas 84 estrofes em septilhas, mas não cansativo. São muitos os personagens e as situações. Tem judeu que rouba ouro de nazista, menino de recado que engana o patrão e delator de comunista. O enredo se dá na Irará do fim dos anos 1960 e faz menção à política daquela época, com pequenas alusões à de hoje.
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(...)
.
Por causa da ditadura
Que estava decretada
De terra de comunista
Irará era chamada
E por isso ser verdade
Toda gente da cidade
Tava meio assustada
.
(...)
.
Os policiais é claro
Confirmaram a versão
Pois cada um recebeu
Um pomposo “mensalão”
Quatro barras pra cada
Osório pela sacada
Ficou com as dez na mão.
.
O passado de Irará também é lembrado em “O Padre que era Viciado em Jogo do Bicho”. Numa história fictícia, plenamente inspirada na realidade, Kitute relembra figuras iraraenses como Reginaldo da Empresa, Sr. Pipita Bicheiro e, é claro, Padre Bruno, personagem principal da história. Algumas regras da religião católica ainda são pontuadas no enredo.
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(...)
.
Dona Cida não perdia
A missa dominical
Rezada por padre Bruno
Um pastor especial
Também figura histórica
Engraçada e folclórica
Sonhava ser cardeal.
.
(...)
.
“-Faço o que Jesus disse
Cuido do povo sofrido
Já basta não ter mulher
Que pra mim é proibido.
Não poder também jogar?
Vou ser Padre de Irará
Pois lá tudo é permitido”
.
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Em “O Exame de Próstata de Zeca Magarefe” o autor trata do problema do câncer de próstata e a resistência em fazer a averiguação médica. Para contar como Zeca venceu o pré-conceito, Kitute de Licinho descreve um pouco do cotidiano dos magarefes. Menciona a freqüência de alguns deles aos bordeis da cidade e faz uma breve diferenciação entre as amadoras e as profissionais do sexo.
.
(...)
.
Chegando lá no açougue
Para fazer a entrega
Já tava amanhecendo
Sábado de feira e brega
Com o seu dinheiro ganho
Zeca vai tomar um banho
E capricha na esfrega
.
(...)
.
Não que Irará não tenha
Meninas na profissão
Tem algumas bem bondosas
Que fazem por vocação
E gostam de dar na hora
Basta o cara ser de fora
Ou tá dentro de um carrão.
.
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As três obras confirmam o talento de Kitute de Licinho para escrever livretos de cordel. O caso do “Velório do Homem que Não Morreu” rendeu ao autor uma Menção Honrosa no Concurso Nacional, realizado pela Fundação Cultural do Estado. Os outros dois, seguem a tendência de mostrar personagens e causos do Irará. Se bem que no “exame de próstata” pode ser que exista algo de autobiográfico.
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Explico melhor. É que Kitute está nos meados dos trinta, portanto, vai se aproximando a “idade da dedada”. Ele deve estar ansioso, pelos avanços da ciência e a popularização dos exames a raio laser.
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Brincadeiras a parte, este cordel vem para... digamos... “botar o dedo” na ferida. Pois o tema abordado ainda é do desconhecimento de muitos.
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E a próstata de Zeca
Se mostrou estar doente
Mas por ter se consultado
Foi curada facilmente
“Venci a enfermidade
Perdi minha virgindade
E fiquei mais consciente”.
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Interessados nos cordéis devem enviar e-mail para kitutedelicinho@yahoo.com.br .
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No enredo dos cordéis, política, religião e saúde. Advertências, histórias, fé, malandragem... tudo isto sem perder o toque humorístico. Kitute, tal qual afirma a descrição na contracapa de seus livretos, “narrar em seus versos o universo iraraense, misturando figuras e situações reais com a ficção”. Sacada perfeita para relembrar momentos e personagens do Irará.
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Tudo pronto para o velório, só faltava mesmo o morto. Será que ele vem? Isto, o leitor só vai saber se ler “O Velório do homem que não Morreu”. Um cordel longo, nas suas 84 estrofes em septilhas, mas não cansativo. São muitos os personagens e as situações. Tem judeu que rouba ouro de nazista, menino de recado que engana o patrão e delator de comunista. O enredo se dá na Irará do fim dos anos 1960 e faz menção à política daquela época, com pequenas alusões à de hoje.
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Por causa da ditadura
Que estava decretada
De terra de comunista
Irará era chamada
E por isso ser verdade
Toda gente da cidade
Tava meio assustada
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Os policiais é claro
Confirmaram a versão
Pois cada um recebeu
Um pomposo “mensalão”
Quatro barras pra cada
Osório pela sacada
Ficou com as dez na mão.
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O passado de Irará também é lembrado em “O Padre que era Viciado em Jogo do Bicho”. Numa história fictícia, plenamente inspirada na realidade, Kitute relembra figuras iraraenses como Reginaldo da Empresa, Sr. Pipita Bicheiro e, é claro, Padre Bruno, personagem principal da história. Algumas regras da religião católica ainda são pontuadas no enredo.
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Dona Cida não perdia
A missa dominical
Rezada por padre Bruno
Um pastor especial
Também figura histórica
Engraçada e folclórica
Sonhava ser cardeal.
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“-Faço o que Jesus disse
Cuido do povo sofrido
Já basta não ter mulher
Que pra mim é proibido.
Não poder também jogar?
Vou ser Padre de Irará
Pois lá tudo é permitido”
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Em “O Exame de Próstata de Zeca Magarefe” o autor trata do problema do câncer de próstata e a resistência em fazer a averiguação médica. Para contar como Zeca venceu o pré-conceito, Kitute de Licinho descreve um pouco do cotidiano dos magarefes. Menciona a freqüência de alguns deles aos bordeis da cidade e faz uma breve diferenciação entre as amadoras e as profissionais do sexo.
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(...)
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Chegando lá no açougue
Para fazer a entrega
Já tava amanhecendo
Sábado de feira e brega
Com o seu dinheiro ganho
Zeca vai tomar um banho
E capricha na esfrega
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(...)
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Não que Irará não tenha
Meninas na profissão
Tem algumas bem bondosas
Que fazem por vocação
E gostam de dar na hora
Basta o cara ser de fora
Ou tá dentro de um carrão.
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As três obras confirmam o talento de Kitute de Licinho para escrever livretos de cordel. O caso do “Velório do Homem que Não Morreu” rendeu ao autor uma Menção Honrosa no Concurso Nacional, realizado pela Fundação Cultural do Estado. Os outros dois, seguem a tendência de mostrar personagens e causos do Irará. Se bem que no “exame de próstata” pode ser que exista algo de autobiográfico.
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Explico melhor. É que Kitute está nos meados dos trinta, portanto, vai se aproximando a “idade da dedada”. Ele deve estar ansioso, pelos avanços da ciência e a popularização dos exames a raio laser.
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Brincadeiras a parte, este cordel vem para... digamos... “botar o dedo” na ferida. Pois o tema abordado ainda é do desconhecimento de muitos.
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E a próstata de Zeca
Se mostrou estar doente
Mas por ter se consultado
Foi curada facilmente
“Venci a enfermidade
Perdi minha virgindade
E fiquei mais consciente”.
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Interessados nos cordéis devem enviar e-mail para kitutedelicinho@yahoo.com.br .