19.1.07

Uma onda pra bater além da praia

Clima de verão na capital da Bahia. Salvador é sol e mar. E por falar em mar, é bom lembrar que as “ondas vêm e vão com o tempo”, como diria a canção. No noticiário, a moda do momento volta a ser o nepotismo.
.
O assunto foi destaque nas edições do A TARDE de quarta 17/01 e de quinta 18/01. As reportagens publicadas pelo diário informam sobre dois inquéritos civis instaurados pelo Ministério Público para averiguar a prática de nepotismo na Prefeitura e na Câmara Municipal de Salvador.
.
Se a onda pega, podem começar a investigar nepotismos em todo o canto. Em tempos de marés revoltosas, a ondas podem ir além da praia. Será que chegam ao interior?
.

16.1.07

O bom, o mau, o feio e a fotografia digital

Há filosofias defensoras de que os contrários sustentam o mundo. A dialética, a disputa entre forças opostas, a necessidade do conflito. O equilíbrio seria a chave para o viver melhor. Imagine um mundo sem contrários. Sem oposição entre bom e mau, entre feio e bonito, por exemplo.
.
Até para poder servir de referência o contrário deve existir. “O que seria do azul se não existisse o amarelo?”, pergunta a velha frase. Sem o ruim, diante do que iríamos comparar o bom para saber se é bom mesmo? Estava pensando no uso da fotografia digital e acabei esbarrando nessas idéias...
.
Sim. Porque na fotografia de hoje, corremos o risco de acabar com o feio, o inesperado, e também o “pêgo de surpresa”. Até mesmo naqueles aniversários familiares, regados a cerveja e carne na brasa, onde a fotografia sempre flagrava um com a boca toda suja de farinha.
.
Agora é diferente. “Tira a foto!”. Logo o “fotógrafo” diz: “Ficou bom não. Vou deletar e fazer de novo. Perái! Agora sim, ficou legal!”. O “legal” quer dizer sem falhas, sem erros. E os “erros” que conseguirem passar na hora do clique, com certeza não escaparão a impressão. E se tiver photoshop, aí que eles não passam mesmo.
.
Que fotos teremos para a posteridade? Tudo certo, sem erros? Não sei. Só sei que as fotografias documentais não podem perder a graça de alguns dos seus equívocos. Principalmente as falhas imperceptíveis no momento, mas que no futuro estarão lá, para, quem sabe, re-afirmar as dualidades, possíveis motores da vida.

13.1.07

Devolução já!

Alguns carros circulam pelas ruas de Salvador com o adesivo da campanha: “Devolva meu Bahia”. A iniciativa tem sido incentivada por Mário Kertézs, ex-prefeito de Salvador e âncora da rádio Metrópole FM.
.
Toda vez que vejo esta propaganda só me lembro de um jornalista amigo nosso. Ele fez a cobertura jornalística da prefeitura quando, o hoje “radialista”, Kertézs era prefeito. O cara, ao que parece, não conseguiu pegar o “Mário atrás do armário”, mas não perde a oportunidade de pegar no pé do rapaz.
.
Quando pode, ele não deixa de dizer que na gestão de Mário a prefeitura da Capital baiana teria sofrido grandes desfalques. Certa feita, num seminário cujo objetivo era discutir mídia independente e credibilidade em veículos de comunicação, ele chegou a questionar a moral do Sr. Kertézs para dirigir programas jornalísticos.
.
Não quero entrar no mérito da questão. No entanto, toda vez que vejo a propaganda pela “devolução do Bahia”, lembro do jornalista e penso num outro apelo publicitário, com necessidade de lançamento urgente.
.
Afinal, já passou da hora de ser criada uma campanha para que políticos corruptos devolvam dinheiro aos cofres públicos. Sugiro até um slogan: “Devolva meu dinheiro, vagabundo, trambiqueiro. Já!”

Uma questão de fé coletiva

“É só juntar a minha fé com as fezes de vocês”. Assim disse um vereador, com relação as suas perspectivas, após ter sido eleito presidente da Câmara Legislativa de seu município.
.
O fato, que me foi contado por uma fonte segura, aconteceu numa dada cidade do interior baiano. O relator do caso, por sua vez, não foi capaz de se lembrar o nome da cidade. Será que alguém pode nos ajudar?
.
A percepção do observador/eleitor é que, no calor do seu discurso o vereador não lembrou que a palavra “fé” não flexiona, muito menos observou o trocadilho que esse aparente plural faz.
.
Para alguns, está tudo em casa, já que “há políticos que só falam merda mesmo”. Só com a fé de todos para mudar isso.

.
Veja uma explicação na net sobre o plural fé.

2.1.07

"Irará nada!" Na virada.

Virada de ano. Teve festa na roça, mas no centro da cidade, nada. Os foguetes, de particulares, que brindaram a chegada do ano foram bem tímidos.
.
Uma senhora me disse que: “uma prefeitura tá de luto; a outra tá falida...”. Hei! Cidade com duas prefeituras??? Nunca vi. Mas, mesmo sem “cascata de fogos”, Irará “nada” na virada do ano.
.
É melhor não ter foguetório. Porque é bom não desperdiçar dinheiro com fogos. Preferível gastar com água. Ainda mais nesse verão que promete ser de arrasar.
.
Mas bem que podiam arranjar uma coisinha para o povo fazer na virada. Esperar até os primeiros acordes da charanga já próximo do sol nascer, é dose. E bota dose e copo nisso.
.
Como costumava dizer um cidadão num certo palanque. “Tal lugar tem isso; não sei onde tem aquilo outro; e Irará... Nada!” Agora nada de braçada nesse mar-asmo. Eitha. Isso é que uma cidade onde a vida cultural “vai bem”. A lavagem vem aí, lá, lá, lá!

"Novo" presidente

O vereador Juarez (PFL) tomou posse no dia de ontem (01/01/2007), como presidente da Câmara de Vereadores de Irará, para o biênio 2007-2008. Ele assume o cargo após três mandatos consecutivos da vereadora Maria Bacelar (PRP).

Juarez chega a presidência da Casa, após vencer as eleições como candidato único. Antes, os nomes de Maria Barcelar e Josafá Ferreira (PT) haviam sido anunciados pela mídia local como prováveis postulantes ao cargo.

O “nome do consenso”, Juarez, está longe de ser um novato, pois, agora em seu quarto ou quinto mandato de vereador já teve a oportunidade ter ocupado o posto mais alto do legislativo na década passada.

Faces da mesma moeda?

As falas foram altamente cordiais. Tantos o ex-governador Paulo Souto (PFL), quanto o – agora – atual, Jaques Wagner (PT) rasgaram seda. Falaram do trabalho da transição. Da consciência democrática no processo, etc, etc.

Tudo como manda o figurino. Ou talvez o protocolo da posse. Discursos pontuados em nome da respeitabilidade democrática. Um pouco (só um pouco) diferente da campanha eleitoral.

Dentro deste mar de cordialidade, chamou atenção uma frase de Jaques Wagner: “Governo e oposição são duas faces de uma moeda chamada democracia”.

Lembrei então que este ditado também é usado pela “patuleia”, bem verdade que sem o adendo “democracia”, para dizer que político é tudo igual, com “poquinha” diferença. Torço para que os governos não sejam tão parecidos assim.

Três palavras da moda nestes dias

Feliz ano novo!