26.8.07

A tarefa de mobilizar


A Secult (Secretaria de Cultura da Bahia) vai realizar a II Conferência Estadual de Cultura. O evento, que acontece em Feira de Santana de 25 a 28 de outubro, tem como uma de suas finalidades discutir idéias e elaborar propostas, no intuito de subsidiar a construção de um plano de cultura para o Estado.
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O desejo da Secretaria é que a Conferência possa contar com a participação efetiva de todos os municípios baianos. Para isto, abriram-se vagas para a contratação de 30 Mobilizadores Culturais, os quais serão responsáveis por mobilizar o poder público e a sociedade civil organizada de cada cidade, incentivando-os a participar do processo.
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Topei o desafio. Entrei no site da Secult e me candidatei à vaga para o Território Portal do Sertão, formado por Feira de Santana e outros 16 municípios à sua volta, Irará incluso – é claro. Análise de currículo, entrevista e prova discursiva, fui selecionado! Logo em seguida, estávamos em Salvador para uma semana de treinamento.
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Aulas com técnicas para reuniões, palestras e apresentação. Em sete dias, posso falar com precisão, conheci gente de vários jeitos e lugares da Bahia. Diferenciados olhares, modos e sotaques de um Estado que, como já foi dito, é singular e plural. Muitos empolgados, alguns inseguros e todos conscientes do seu papel de organizar encontros municipais e depois territoriais de cultura, elegendo representantes para a Conferência.
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“Mobilizar”, essa agora é a nossa tarefa. Organizar e chamar as pessoas para pensar e discutir a cultura em seus municípios, nos seus territórios e no nosso estado. O tempo é curtíssimo e o trabalho imenso. Que Deus seja por nós!
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23.8.07

As visitas de governadores e seus feitos.

texto enviado para iraraense@yahoogrupos.com.br em 20 de maio de 2005.
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Estive em Irará no último final de semana e o assunto em questão era a visita do governador Paulo Souto ao município na sexta-feira, 13. Cheguei no sábado e, desta forma, não pude presenciar as palavras de sua excelência. Todavia, tive breve conversa com alguns conhecidos que me relataram o "script" do evento.
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Em meio a um comentário e outro, terminei passando batido e não questionei o que Souto fora fazer em Irará. Agora, desculpando-me pela falha, informo que a minha porção dedutiva, relacionada às noticias publicadas em jornais locais, levam-me a crer que o Sr. Governador foi anunciar a reparação da rodovia BA 084 (Berimbau – Água Fria). Sinal de que os governantes querem estar mais próximos do povo, pois, antigamente eles só visitavam as bases eleitorais quando iam inaugurar obras, agora também vão anuncia-las.
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Se o costume pegar, as populações interioranas já podem ir agendando, mais ou menos, as datas em que os governantes estarão presentes. Isto porque algumas obras, mais especificamente estradas, parecem feitas com prazo de validade definido. Ou seja, o asfaltamento colocado é de tão ruim qualidade que com poucos anos sob a chuva e o trafego a buraqueira está de volta. Em alguns casos as obra rodoviárias parecem ter, "coincidentemente", o período de quase quatro anos. E de quatro em quatro anos, todo mudo sabe, tem copa do mundo e mais alguma coisa que não me lembro agora.
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Como a memória no momento me trai, melhor apelar para a reflexão e lembrando dos comentários, fico pensando de como deveriam ser e de como são as tais visitas de governadores.
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De como deveriam ser.
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As cidades geralmente possuem muitos problemas. Sendo uma cidade interiorana, acrescenta-se um, que é justamente o distanciamento do governo e do governante. De tal maneira, seria interessante se quando o poder executivo estadual visitasse uma cidade interior – por vezes isso só acontece uma vez no ano ou nem isso -, as autoridades locais promovessem um grande debate de idéias entre o governador e a sociedade civil organizada. Assim, a comunidade poderia apresentar as suas queixas, evidenciando todos os problemas existentes sob a esfera estadual, como os da saúde, da educação, de segurança, entre outros.
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De como são.
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Os governantes já vão de helicóptero. Além de a viagem ser mais rápida eles ainda evitam o enduro da rodovia. As visitas são curtas, pois na agenda do executivo existem dezenas de outros lugares a serem visitados. Enquanto a estrutura que se monta na cidade para recebe-los é digna de um enredo cinematográfico. As crianças ficam sem aula, para poder ver tão imponente autoridade. Um palanque seguro é montado na praça, pois serão muitos a querer subir, desde os adversários locais até os vários deputados, cada um reclamando para si a autoria da indicação da obra. E faixas de agradecimento estarão por toda a cidade, parecendo que o governador já fez de um tudo pelo município.
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"Um Governo que fizer tudo,
mas não fizer estradas, não
fez nada; ao passo que
um Governo que não fizer quase
nada, mas fizer estradas, fez tudo."
(Coronel Andreazza, em entrevista a um matutino)
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Encontrei a declaração acima num livro do Stanislaw Ponte Preta, ela iniciava o capitulo intitulado "Na terra do crioulo doido", que junto com "A máquina de fazer doido" (a televisão) e "FEBEAPÁ 3 (Festival de Besteiras que Assolam o País), formam a publicação de 1968. Uma feliz coincidência ler esta passagem justamente nesta semana. É, pode crer. Coincidências acontecem, algumas sinceras, outras nem tanto. E as empreiteiras agradecem.

5.8.07

Na rede: A militância política e cultural de Aristeu Nogueira

Já está disponível para download no site do CULT (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura) da Faculdade de Comunicação da UFBA (Universidade Federal da Bahia) a monografia Aristeu Nogueira: A militância política e cultural de um comunista.
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O texto é fruto da pesquisa sobre a atividade militante de Aristeu Nogueira nos campos da política e da cultura. Entre episódios da história do Brasil e da Bahia, o leitor pode conhecer a participação deste grande homem público iraraense, desde sua entrada no movimento estudantil em 1938, a sua atuação no Partido Comunista, até seu papel de liderança na elaboração da Lei Orgânica do Município de Irará. No segmento cultural, o trabalho evidencia as iniciativas de Aristeu na fundação do CDC (Centro de Diversões e Cultura – 1942) e da CCI (Casa da Cultura de Irará – 1983).
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A monografia foi apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social com habilitação em Produção de Comunicação e Cultura da Universidade Federal da Bahia. O texto sofreu críticas pertinentes e, juntamente com a pesquisa, foi elogiado pela banca que incentivou a continuação da pesquisa num possível projeto de mestrado e, quem sabe, uma posterior publicação.
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Particularmente fiquei muito feliz pelos comentários e principalmente por poder dá essa contribuição para a história e memória de Irará, valorizando a figura ilustre de Aristeu Nogueira.
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Para ter acesso ao texto em PDF clique aqui e procure por:
Santos, Marcos Roberto Martins dos. Aristeu Nogueira: A militância política e cultural de um comunista.