24.10.07

Eu viajo quinta-feira, Feira de Santana

Vou levando “recados e pacotes”. Experiências adquiridas ao longo de uma pequena jornada de encontros culturais em municípios do Território Portal do Sertão.
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Agora, deságuam na Terra de Lucas muitos dos anseios dessa gente. Sentimentos das pessoas presentes nos encontros que mobilizei e de outros quase quatrocentos acontecidos por todo o Estado.
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É para o Sertão virar mar. Imensidão de proposições, de vontades, de diferentes visões de mundo. Evidência sutil do caldeirão cultural de uma terra chamada Bahia.
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Durante as discussões, acontecidas nos encontros municipais e territoriais, o baiano do interior expressou em nomes maiusculosos, para evitar engano, o seu entendimento de cultura.
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Para esse povo, quase sempre esquecido, reascendeu uma chama de esperança. Expectativa que desta vez algo de bom pode acontecer. Ou então que o destino se destrave longe...
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Porque no curto prazo não há totais garantias. O processo todo é meticuloso. Ouvir, discutir, planejar e executar uma política cultural consistente pode ser custoso e demorado. Maior que a impaciência, só mesmo a vontade de vê-la funcionando. Este prazer não tem medida.
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Por essas e outras, a II Conferência sinaliza para um passo importante. A intenção é criar subsídios para um Plano de Cultura para a Bahia. Planejamento este, a ser feito com base em consulta à mais de 35 mil pessoas no Estado. Um plano que possa virar lei, assim como palavra de homem, daquela que racha, mas não volta diferente.

Tão certo é que o cumprimento da missão depende também do acompanhamento, participação, colaboração e cobrança da sociedade civil. Caso contrário, todo esforço pode significar um desencontro choroso, da missão desincumprida e o plano será só mais um plano, como uma carta sem destino, nem chegando, nem voltando, ficando sem tem pousada, como uma alma penada.

Viajo quinta-feira, Feira de Santana. E é simbólico este grande encontro, com representantes de quase todos os municípios baianos, acontecer lá. A cidade é maior encontro rodoviário do norte nordeste do país. Destino certo de muitas das cartas remetidas do Correio da Estação do Brás em Sampa, para que chegando na Feira pudesse, pelas mãos de algum emissário, seguir caminho sertão adentro. Se a proposta é interiorizar, Feira de Santana é a rota de passagem.

Tal interiorização - é bom que se esclareça, porque odeio disse-me-disse e condeno a bisbilhotice - não significa o esquecimento da soteropolis e toda sua potência cultural. É apenas uma atenção especial para aquela parte da casa, outrora quase nunca apresentada às visitas.

A II Conferência Estadual de Cultura que acontece na Feira da Senhora Santana, do vaqueiro, do couro e do gibão, de 25 (quinta) a 28 (domingo) de outubro, no Campus da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), também tem espaço para o lúdico. Daí a participação de atividades artísticas, assim como a Universidade, públicas, gratuitas e de qualidade.

Tem Filarmônicas, Zabiapunga, cantiga de roda, e entre outros, Zé Celso Martinez e Elomar. De Irará estão presentes a Filarmônica 25 de Dezembro, a Burrinha de Dinê e depois de dezesseis anos sem fazer show na região e, acredito, em apresentação inédita em Feira de Santana, o iraraense tropicalista, Tom Zé. Pode crer, Tom Zé também vai... ele também viaja na quinta-feira, Feira de Santana.

* O trechos em negritos são passagens da música "Correio da Estação do Brás", de Tom Zé, integrante do LP de mesmo nome de 1978. Em The Hips of Tradicion (1992), o autor revisou a canção, mudando o nome para "Feira de Santana" e trocando o dia da semana de quinta para segunda-feira.

21.10.07

Prova de arrancada tem adiamento para fim de semana seguinte.

Segundo informação que nos chega através da Assessoria de Imprensa do Piloto Zé Adilson, da equipe... (?) (... poxa ainda não sei o nome da equipe...), não foi possivel acontecer a prova de arrancada neste fim de semana e a mesma foi adiada para o próximo, dias 27 e 28 de outubro. O piloto e toda a sua equipe de trabalho agradece atenção de todos.

18.10.07

“Zé Adilson agora é piloto de arrancada”

Zé Adilson: de mecânico a piloto

O telefone chama. Não deu pra atender de imediato. Retornei, escutei o reconhecimento do meu nome e uma gargalhada com a identificação certeira: “é Paulinho Sorriso”. Pronto. Já está devidamente apresentado. “Fala Paulinho, qual a novidade?”, digo. “Peraí que te retorno”, responde ele. Poucos segundos depois vem a ligação e a notícia: “Zé Adilson agora é piloto de arrancada”.
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Paulinho Sorriso, estudante de publicidade, atacava como assessor de imprensa do tio Zé Adilson (Zé de Juju). A sua intenção era divulgar na internet a atuação deste calouro do automobilismo que, segundo Paulinho, já em sua primeira prova na Copa de Arrancada, realizada em Salvador, foi o segundo piloto mais rápido de sua categoria. Depois, para mostrar que não era somente sorte de estreante, Zé conquistou por duas vezes a terceira posição no Campeonato Baiano de Velocidade, conforme informação do sobrinho motivado.
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E a trajetória de Zé Adilson não deixa dúvidas quanto a suas qualidades automotoras. Ele tem um perfil sete artes, como se diz no popular, já consertou relógio, trabalhou com apiário, foi candidato a vereador, presidente do Colégio São Judas e da Casa da Cultura de Irará, entre outras possíveis atividades. No entanto, é trabalhando junto aos automóveis que conseguiu lograr maior destaque. Com o nome de Adilson Carburadores (Adilson Car – depois da injeção eletrônica de combustível nos veículos) conquistou reputação, garantindo grande clientela na sua oficina mecânica em Salvador.
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O nome da terra natal vai na frente do Fusca
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Agora Zé Adilson ataca de piloto de arrancada. Sai de trás dos motores, usando o seu conhecimento sobre os mesmos, para pilotar o Fusca 37, azul e amarelo, na vontade de estar sempre à frente dos seus concorrentes. No pára-brisa vai a merchandising da terra natal: “visite Irará”. Assim comunica amar o seu torrão, da mesma forma em que fez quando daquele jingle de campanha, paródia do hit “Florentina” de Tiririca, no qual eram repetidos exaustivamente os versos: “Zé Adilson, Zé Adilson/ Zé Adilson vereador/ Ele ama a sua terra/ Ele é meu vereador”.

O Zé brincalhão, o Zé piadista, o Zé de Juju... agora é piloto de arrancada. Este esporte também já entra para o seu repertório de artes. E quem quiser conferir a atuação de Zé, no seu caminho em direção ao cockpit da Ferrari, é só ir até Feira de Santana, na Avenida Presidente Dutra, nos próximos dias 20 (tarde) e 21 (manhã) de outubro, assistir à 3º etapa da Copa Lubrax de Arrancada. Quem não for vai ter de ficar ouvindo Paulinho com esse negócio de “Zé Adilson, Zé Adilson, Zé Adilson...”