30.12.07

03 anos, 02 cartas, 01 pedido, 00 ação

Contagem regressiva. Sinal do regresso político-cultural iraraense. Os números decrescentes do título acima sintetizam minha saga na busca da efetivação de uma lei. A intenção era tornar isentas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) todas as entidades culturais e filantrópicas de Irará.
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A medida, além de beneficiar as entidades financeiramente, facilitaria os tramites das mesmas quando precisassem de certidões municipais para receber recursos de instâncias estaduais e federais.



Carta de 2005

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Setembro de 2005. Encaminhei a solicitação à Câmara Municipal de Vereadores. Coloquei anexa, como exemplo, uma carta do ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbhassay, datada de 2004. Nela, o executivo, após a ameaça de penhora do Teatro Vila Velha, pedia à Câmara Municipal a aprovação de um projeto de lei para isentar o Vila do imposto. A missiva anexa intencionava exemplificar que não havia impedimento legal para a isenção.
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Não pude acompanhar a sessão na qual a carta foi lida. Entretanto, tive informações de que o texto havia sido apresentado na ordem do dia. Segundo meus informantes, nenhum comentário, nenhuma indicação, nenhum posicionamento. Nada! Era como se aquela mensagem não houvesse chegado ali.
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Carta de 2006

Setembro de 2006. Percebi que o pedido havia completado um ano e a solicitação não havia sido atendida. Resolvi mandar outro comunicado aos parlamentares. Só que desta vez agi de modo diferente. Mandei o texto em forma de carta aberta. Fiz algumas cópias e distribui entre os presentes na sessão.
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Parecia que era uma carta bomba. Houve consulta ao assessor jurídico da casa. Teve parlamentar que, antes do início da sessão, me chamou para conversar. “Você mandou no ano passado?” – perguntou e diante da resposta afirmativa respondeu: “Então eu não estava na sessão que foi lida”.
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Apresentada na ordem do dia, a “bomba” foi logo detonada. Um parlamentar pronunciou-se com nervosismo. Desconfiou de motivação eleitoreira. “Por que esperou um ano para mandar de novo agora, na véspera da eleição?”. Reflexo do clima “tenso” da cidade naquela campanha para deputados, senadores, governador e presidente. Outro foi taxativo: “É porque o rapaz não entende nada de lei de responsabilidade fiscal, só quem pode fazer esse projeto é o Prefeito”.
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O vereador tinha razão. Assim como no caso de Salvador, necessitava haver uma iniciativa do executivo. Afinal, só a esse poder é permitido elaborar projetos que possam gerar despesas ou recusar receitas (no caso nem tanta recusa assim, já que quase nenhuma entidade social iraraense pode de fato pagar o imposto).
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No entanto, mesmo cheio de razão, o vereador ao invés de apontar a “ignorância” do rapaz, deveria se por ao lado da causa social. Como legislador e “funcionário público” é dever do edil auxiliar o cidadão comum, que, diferente dele, não recebe salário para ter obrigação de conhecer com afinco os tramites legislativos.
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Peraí! Abre um parêntese. Nada de desculpas ou procurar erro no edil. Quer saber? A carta soa mesmo como um desaforo. Os legisladores estão acostumados a receber pedidos de blocos, cimento, madeira, remédio, dinheiro para festa... Aí vai esse menino pedir uma lei. Uma lei!? Onde já se viu!? Uma lei! É mesmo muita provocação. Fecha parêntese.
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Um terceiro vereador apontou a importância da idéia por beneficiar a cultura e, assinalou, “cultura é lazer”. Como mais ninguém usou da palavra para este assunto, os parlamentares passaram a tratar de outros temas e a sessão continuou.
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No final daquele mês, veio a confirmação de que o vereador da “reunião informal”, antes da leitura da carta na ordem do dia, havia cumprido o que prometera. Ele afirmou que iria dirigir um requerimento ao prefeito indicando a lei de isenção. E, na edição logo após aquela reunião, o informativo mensal A Gazeta de Irará publicou em suas páginas a notícia de que o vereador havia “pedido isenção de impostos para entidades municipais”.
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Setembro de 2007. Nada. O pedido para isenção de IPTU para entidades filantrópicas e culturais entrou no seu terceiro ano e não foi atendido. Em 2007, resolvi não mandar mais carta alguma. Nem para vereadores, nem para o prefeito.
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Ademais, acho que não precisava ficar lembrando o prefeito disto. Ele já sabe da necessidade desta isenção do IPTU para entidades filantrópicas e culturais. Este é um desejo das pessoas que fazem cultura em Irará, conforme reforço do pedido expresso pela sociedade civil durante o Encontro Municipal de Cultura, acontecido no dia 04 de setembro de 2007 (olha o pedido completando 3 aninhos...).
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E porque o executivo ainda não formulou o projeto?
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Sei lá. Deve ser porque ele é artista, gosta muito da cultura de Irará e como disse a Secretária de Educação no dia do Encontro de Cultura, ninguém canta melhor essa “aldeia” do que o prefeito.

19.12.07

Moska na sopa do parque

Domingo no parque. Crianças brincando, churrasquinho, pipoca, algodão doce, bicicleta. Gente fazendo panfletagem. Comércio, política, arte. Tudo em divulgação. É certo que o movimento no parque cresce, e muito, quando tem música.
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Neste domingo último, o Parque da Cidade em Salvador recebeu um grande público para ouvir as canções do carioca Paulinho Moska, ou simplesmente Moska, como vem sendo chamado já há um bom tempo, não sei se por decisão própria ou indicação de um numerólogo qualquer.
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O ambiente é bucólico. Um belo palco encravado em meio aquele exuberante pedaço de mata atlântica. O público vai chegando e se acomodando aos poucos. Após a apresentação e os reclames de Jéferson Beltrão, Moska sobe ao palco. Somente ele e dois vilões.
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Cumprimenta a platéia, mas quase que não se ouve a sua voz. De repente o som cresce. Agora dá pra ouvir. O artista anuncia a primeira música. “Tudo novo de novo”. A canção sugere começarmos de “onde já caímos”.
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Moska então segue embalando as pessoas, desde os mais tímidos ao fundo, aos mais empolgados, na frente do palco fazendo pedidos. O artista conversa com o público, apresenta suas canções e conta um pouco de como se dá o processo de criação das mesmas.
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Revela: “uma vez comprei uma maquininha, dessas digitais que todo mundo tem hoje, e resolvi sair fotografando o meu reflexo em objetos metálicos de banheiro (torneiras, maçanetas, saboneteiras, etc) dos hotéis por onde eu passava. Isso virou mania e depois obsessão”.
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E durante o show ele ia contando. O vicio de fotografar o próprio reflexo lhe rendeu mais de duas mil imagens. Ia catalogando, separado-as em pastas no computador, dando nomes a algumas. Títulos e imagens que se tornaram frases, poemas e canções. Músicas que viraram álbuns.
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No meio de um destes relatos o som cai. A voz de Paulinho só é ouvida no retorno do palco. Para o público fica baixinho, quase que não se dá para ouvir. Nada de desespero. Nem xingamentos, nem reclamação com a equipe técnica, nem ameaça de cancelar o show, alegando o som ser uma “porcaria” ou falta de respeito com a sua arte. Nada disso.
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Moska começa a bater palma. O público lhe acompanha. Sem o uso do violão, vai cantarolando. Os versos falam de miscigenação, da branquinha que aceita o rapaz de cor, da formação do mulato brasileiro.
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Enquanto as pessoas se encantam com o voz e palmas, os técnicos seguem frenéticos na mesa de som. É um emaranhado de cabos. Uma porção de plugues pra sair de um canto e entrar noutro. A mesa é grande. Muitos canais. Vai ver que foi um único daqueles, o causador de todo o problema e... Já viu.
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Alguns poucos minutos depois o áudio das caixas externas retorna. Moska termina a cantarolisse em alto e bom som. “Tá vendo!? Não doeu nada e ainda ganhei um Martinho da Vila”, diz o carioca, como quem deixa implícito saber que imprevistos acontecem. Nem sempre é necessário pilhar a equipe ou colocar o público contra a produção do show.
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Aí ele aproveita para falar de samba. “Tudo começou aqui”, diz, salientando ser Salvador a cidade “mais mulata do Brasil”. Comunica, a quem não sabe, ser neto da Bahia. “Minha mãe nasceu nesta terra”. “Meu sangue é baiano também”.
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Entre falas e sambas, julga que a “bagunça” foi boa. Daí arranca gritos do público quando fala ser Raul Seixas “a maior ‘bangunça’ deste país”. Anuncia que é preciso retornar ao show, mas diz que ao fim do repertório pode ter a volta da “bagunça”. Parece que desta vez, nem vai ser necessário o velho grito de guerra: “Toca Raul!”
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Moska começa de onde caiu. Volta para seu repertório. Enganou-se quem pensou que o samba estaria fora dele. Paulinho da Viola (“meu xará duas vezes”), Herivelton Martins, Pixinguinha e outros. “Baiana é aquele que entra na roda de qualquer maneira”. Canta e depois confessa nunca ter tocado esta música ao vivo. “Só cantava em casa”. E tocava pra maiínha dele.
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No leque de canções tem músicas próprias; parceria com outros cantores; como “relampiando” com Lenine; e composições e canções executadas por outros interpretes. Tem a presença de Zélia Ducan. É tocado um blues do “príncipe Cazuza”.
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O público é insaciável. Quer mais, pede mais. Moska fala em democracia, “tem gente que já pediu e tá pedindo de novo”. Lembra de quem está no fundo. Prejudicados porque o artista não os escuta. Simula um tit-tic nervoso, um chilique no palco. Muita gente vai à gargalhada.
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Em meio a tantos pedidos diz ter um limite. “Lembrem-se que aqui no palco tem uma mosca”, brinca com seu apelido para falar que tem um limite físico e o show vai acabar a qualquer momento.
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Casais, crianças, coroas. Dava para perceber a presença forte de Maria Joana também. Tá calor? Vai de água, de refri ou uma cerva. Apesar daquele tempo quente do meio-dia do domingo, as nuvens colaboraram e esconderam o sol. O clima era alegre, descontraído, agradável e de nublado a parcialmente nublado.
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Paulino Moska termina o show. Acena e saí do palco. O público pede biz. Será que ele volta? Há quatro ou cinco anos atrás, em apresentação no Parque Costa Azul em Salvador, ele disse que não iria fazer “aquela idiotice” de sair do palco esperar o pedido do público e depois voltar. Preferia ficar tocando músicas fora do set list até a hora que a vontade desse. Desta vez, foi diferente.
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Tal qual o boêmio, ele voltou. Mostrou o seu lado metamorfose ambulante. Diante do calor do público, tirou a camisa. “Vocês vão ver um monte de ossos”. Falava de seu próprio corpo magro, talvez nem imaginando que na platéia tinha alguém mais ceco do que ele.
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Sem camisa e de viola elétrica na mão, empolgou o público. O que toda aquela gente faria se só restasse aquele dia? Se o mundo fosse acabar? O mundo não, mas pouco depois, o show estava terminado e Moska não tocou Raul.
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Talvez nem precisasse mesmo uma canção. A participação do maluco beleza era implícita na energia da festa. O morro e as árvores do lugar fazendo um cerco como um caldeirão. Mistura de pessoas, de cores, de ritmos, de emoções. Uma sopa. E lá pousou um Moska que chegou pra zumbizar.
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Foto: Luis Batista/Fotopress/divulgação, tomada de "emprestimo" no site do terra, com texto de Lucas Esteves.

15.12.07

Franklin Maxado lança livro em Salvador

Nesta terça-feira, 18, o Conjunto Caixa Cultural estará mais nordestino e maxadiano. O poeta, cordelista, professor, jornalista, teatrólogo, advogado, acadêmico... Franklin Maxado estará lançando, pela Editora Hedra (São Paulo), um livro com alguns dos seus cordéis.
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A publicação do feirense Maxado faz parte da coleção Biblioteca do Cordel, publicada pela editora. A série aborda a obra de grandes nomes da literatura de cordel no Brasil, a exemplo de Cuíca de Santo Amaro, Rodolfo Coelho Cavalcante, Patativa do Assaré e João Martins de Athayde.
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Listado como verbete no Dicionário dos Folcloristas Brasileiros, Franklin já publicou cerca de trezentos títulos de folhetos de cordel em mais de trinta anos de dedicação ao gênero. Além disto, há a publicação de ensaios, artigos e livros sobre o tema, entre eles: Antologia da Literatura de Cordel – em braile (1997), O que é literatura de Cordel (1980) e O Cordel Televivo (1984).
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Pelos causos, cordéis e pelo canto de tudo que é canto, vale apena conferir a obra do Maxado Nordestino. Certamente, neste livro tem muitas estórias pitorescas, como a revelada por ele próprio durante sua participação no Colóquio de Literatura Popular 2005, em Irará. Na ocasião, Franklin, que já defendeu Lucas da Feira num “tribunal do júri”, contou ao público iraraense como ele “fez um jumento virar gente”.
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Durante o lançamento será também aberta uma exposição de xilogravuras.
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O que? Lançamento de Livro
Quem ? Franklin Maxado
Quando? Terça-feira, dia 18, às 20h.
Onde? Conjunto Caixa Cultural – Rua Carlos Gomes, 57, Salvador- Ba.
Quanto? Lançamento: De grátis / Livro: R$ 18,00 (preço no site da editora)
[compre aqui ]

7.12.07

Feira Regional da Mandioca

veja programação em www.irara.com - notícia de 30.11.2007
(Leia trechos de entrevista com destaque para a cultura da mandioca em Irará abaixo)

Mandioca e agricultura em debate

Em maio de 2001, o Diretório Municipal do PT (Partido dos Trabalhadores) de Irará publicou a edição de número cinco do seu informe-ativo, denominado “O TREZE”. Contribui com a edição, co-produção, escrita de alguns textos e até com a diagramação. Nosso amigo Marcilio Cerqueira, além de co-produzir, também fez ilustrações para o jornal.
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A edição trazia uma entrevista com o técnico agrícola Cássio Alvim. Mineiro de nascimento, Cássio veio para a Bahia trabalhar na EMATERBA (atual EBDA) e, depois de passar por outras cidades, atuou em Irará, até ser transferido para Conceição do Jacuípe. Nos anos que trabalhou em Irará, Alvim se tornou um conhecedor da agricultura local, das suas dificuldades e potencialidades.
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Por ocasião da Feira Regional da Mandioca, momento em que se evidenciam os debates acerca da cadeia produtiva mandioqueira, aproveito para publicar aqui algumas das considerações feitas por Cássio Alvim na referida entrevista, com relação a mandioca e a agricultura local.
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Como serão observadas pelo leitor, algumas das afirmações feitas por Cássio, naquela noite de abril de 2001, ainda são atuais, para o bem ou para o mal, seis anos depois.
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Trechos da entrevista com Cássio Alvim

O TREZE: intenção de discutir temas do município

Cenário iraraense

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“Em Irará se tem uma reforma agrária natural, só temos basicamente pequenos produtores, a média de área de propriedade rural é cinco hectares, conta-se nos dedos os que têm mais, e não são o que podem se chamar de grandes produtores”

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“Outra questão observada em Irará, que talvez não aconteça em outro lugar, é a concentração da população no meio rural. Uma média de 65% da população vive no meio rural, se observarmos outros municípios brasileiros a média não chega a 20%.”
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“A economia do município [Irará] é agrícola, não temos indústrias e, se o comércio existe, ele existe em função do meio rural e depende das pessoas que vendem a farinha e o fumo, sendo este último, outra questão problemática”

Relação Irará e outros mercados

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“Muitos atribuem a [má] situação à lei da oferta e da procura, mas não é bem assim. Se houvesse oferta em outros municípios da região, poderíamos falar que tal lei seria uma realidade, mas farinha se produz em Irará e a diferença do preço de um saco de farinha em Irará com relação a outros lugares distantes, trinta ou quarenta quilômetros, é muito grande”
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“Apesar de Nazaré das Farinhas ter essa fama toda, a farinha de Irará é considerada uma das melhores farinhas que existem e, mesmo com uma séria de misturas feitas com a farinha vinda do sul, a farinha de Irará é reconhecida e tem respeito na região.”
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“O Paraná não planta mandioca com o objetivo de produzir farinha. Na realidade eles produzem fécula, o povilho, o que conhecemos como tapioca. A parte que sobra é a parte fibrosa, vem pra cá e juntamente com a farinha iraraense, possuidora de um alto teor de amido, consegui-se um produto intermediário com um custo mais barato. Tanto que se a farinha do sul prestasse, não precisaria vir pra cá misturar com a nossa, eles venderiam direto para o consumidor. E para dá qualidade, ou seja, um melhor teor de amido, eles fazem essa mistura.”
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Produção e comercialização


“Irará é um dos maiores produtores [de mandioca] do estado. Temos de observar que a mandioca não produz somente a farinha, existem uma série de outras alternativas, porém só vemos os produtores de Irará explorando única e exclusivamente a farinha”
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“Sabemos que existem subprodutos da mandioca que poderiam ser aproveitados, por exemplo, na pecuária ração ou como adubo na agricultura”
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“Eu passei quatro anos trabalhando aqui na EBDA [Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrário – Irará] e trouxemos uma boa variedade de mandioca, não só se falando em produtividade, mas também em coloração, afinal sabemos que a farinha produzida aqui é colorida artificialmente, então entendemos que existem variedades com a mesma condição de coloração da artificial”
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“Talvez [a coloração] não seria tão forte quanto a artificial, mas em termos de saúde seria bem melhor”
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“No que diz respeito ao preço, a mandioca teria condições de melhorar e muito com relação ao preço que está. Um Saco de farinha hoje [maio 2001], à media de oito reais, não cobre de forma nenhuma o que se chama de custo de produção, ou seja, aquilo que se gasta para a mesma. Aí você poderia perguntar: 'mas como é que ele planta se não cobre o que gasta?'Na realidade, ele só consegue produzir, porque usa a própria família, se fosse fazer comercialmente para pagar mão de obra externa, ele não poderia de forma alguma porque não haveria condições de se trabalhar no vermelho”
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“Se você for a um supermercado e vê farinha de Irará empacotada sendo vendida, verá que o preço dela é bem diferente do preço pago ao agricultor”
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“Organizando uma cooperativa teríamos condições de exportar para outros municípios, o nosso beiju empacotado e padronizado, porque pode-se ver lá fora, onde chega o produto de Irará todos elogiam, porém, individualmente não iremos conseguir nada. ”
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“Se tivéssemos uma instituição formal com CNPJ, nota fiscal e tudo, teríamos plena condição de vender a farinha às grandes redes de supermercado, sem a necessidade de intermediários”

Obs: Após a Primeira Feira da Mandioca (2004) foi criada a COOPRIL – Cooperativa dos Produtores de Rurais de Irará. Desde sua fundação, a entidade vem se esforçando na luta, para sanar dificuldades no setor agrícola.
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A íntegra foi publicada em O TREZE – Informe ativo do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores – Irará – Maio de 2001 – pag. 3 a pag. 6.
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Entrevista foi realizada por Roberto Martins e Agnaldo Francelino em uma dada noite de abril de 2001, na casa do entrevistado, situada à Rua de Ouriçangas em Irará – Ba.

2.12.07

Colóquio tem quarta aprovação consecutiva em edital do BNB


Cordelsita Jotacê Freitas recitando
na feira-livre no primeiro Colóquio em 2005
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“Esse tar, desse de Colóquio, coloca pra fu...”, constata um amigo entusiasmado ao saber da notícia. “É tetra, é tetra, é tetra, é tetra...”, grita outro, parecendo imitar Galvão Bueno, após Roberto Baggio chutar a bola sobre o gol de Taffarel em 1994.
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Emoções à parte, a notícia é verdadeira. O Colóquio de Literatura Popular, da Casa da Cultura de Irará, foi contemplado no edital BNB de Cultura 2008. Junto com as aprovações de 2005, 2006 e 2007, essa é quarta aprovação do Colóquio.
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A Casa da Cultura, que ainda não realizou o Colóquio previsto para 2007, tem agora à sua frente uma garantia de recursos por parte do Banco do Nordeste para a realização de dois Colóquios. Ambos orçados para receber do BNB cerca de R$ 10 mil e ainda podendo captar recursos de outros patrocinadores. Cabe à diretoria, apenas, organizar as suas questões burocráticas e produzir os eventos.
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Assim como as aprovações anteriores, esta também contou com a assessoria da Charanga Comunicação. No entanto, para que “esses caras” (nós) da Charanga não fiquem se achando, pensando que vão ser aprovados em todos os editais dos quais participem, houve um projeto que não foi contemplado. Trata-se do que intencionava ampliação e circulação da Escola de Música Aniceto Azevedo da Cruz, no qual a Filarmônica 25 de Dezembro pleiteava recursos junto ao BNB, mas infelizmente não foi aprovado.
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Acredito que as aprovações do Colóquio neste concorrido edital (este ano o Edital teve 3.260 inscritos e foram aprovados 192 projetos) têm acontecido pelo seu foco veemente nos objetivos propostos pelo BNB. O evento contempla o seguimento da literatura com ênfase na linguagem popular nordestina. A multiplicidade do Colóquio com diversas atividades (palestras, recitais, oficinas, exposições e apresentações artísticas), sua boa relação custo X beneficio e a inserção no município do interior nordestino (Irará), também ajudam bastante.
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Foto: José Falcón - Arquivo Casa da Cultura de Irará

Veja outras divulgações sobre o Colóquio aqui neste Blog.
(o vídeo não estar mais no ar)