7.5.10

Trenzinho da alegria

Capa de um dos Discos do Trem da Alegria
Música feita de criança para criança é coisa rara hoje



Volta e meia aparece aqui nestas terras, de onde os Paiaias passaram pra nunca mais se ter noticias deles, um trenzinho.

Não é um trem de verdade. Este fez pior do que os Paiaias. Prometeu, prometeu... mas nunca passou por aqui.

O Trem em questão é um caminhãosinho com reboque ao fundo. E ambos (boleia e reboque) têm carroceria em formato de trem. Este automóvel reserva baquinhos pequenos e leva grupos escolares para um passeio nas ruas da cidade.

Dia desses passou um em frente aqui de casa. As crianças, de tão animadas, seguiam acompanhando a música que tocavam no trem em alto e bom som:

“Quando eu te pegar/

Você vai ver (...)
Comigo é na Base do Beijo/
Comigo é na base do amor (...)
Vamos namorar, beijar na Boca...”

Tome-lhe cantar. Depois tem professor que se queixa de sexualidade precoce. “Onde estes meninos tão aprendendo estas coisas?”. Será a TV? A Família? Igreja?... Ops! Cuidado pra não ser excomungado...

Lembrei que noutros tempos existia um grupo musical infantil (ainda existe música infantil?) chamado Trem da Alegria. Lembro-me que uma das canções do Trem era:


“Comer, comer,

Comer, comer,
É o melhor para poder crescer...”

O hit era trilha sonora que volta e meia aparecia na hora das refeições. Música usada para sensibilizar as crianças a se alimentarem.

Ao que parece, se esta música fosse tocada hoje, “comer” poderia ter outro sentido para as crianças. Talvez algo relacionado a conto de fadas. Estória de lobo mau e chapeuzinho vermelho.


“E ai? O que cê vai fazer?

Vou te comer, vou te comer, vou te comer...”


Imagem de empréstimo

2 comentários:

Sérgio Cabelera disse...

é que tudo o que é humano é mutável.

muitas vezes a mutação resulta em esquesitices, outras em caretices e outras mais em tantas outras...

até mesmo os contos de fada sõa mutáveis. assim, que sabe o Kama sutra não vira best seller infantil...

cabelera

Jucélia disse...

Infelizmente, nos dias atuais existe uma banalização da sexualidade. As crianças absorvem o discurso da mídia que divulga propaganda onde mulheres representam garrafas de cerveja servidas às dúzias. E perdemos a noção do horror quando achamos graça no comercial de celular onde uma garotinha de sete anos discute sua relação amorosa. Esse mesmo sistema criou as famosas pulseirinhas coloridas, fininhas, baratinhas, feitas de silicone vêm assustando muitas escolas e famílias nos últimos meses. Chamadas de “pulseiras do sexo”, elas viraram moda entre os pré-adolescentes em todo o País. Esses episódios cobram da sociedade uma nova postura no controle social da sexualidade entre as crianças e adolescentes. Os pais e educadores deveriam observar com mais cuidado como nossos jovens estão lidando com a sexualidade. Assim, cuidemos de promover a conscientização de toda a sociedade civil no sentido de preservar o direito da criança e adolescente.