27.5.10

27/05/2042, Irará, 200 anos de Emancipação Política!

Visão do Por do sol ao fundo do Sobrado dos Nogueiras


Irará faz 200 anos de Emancipação Política. Um novo marco. Completam-se 100 anos da inauguração do Obelisco. Ele, um ícone comemorativo ao nosso primeiro centenário de emancipação.

O tempo passou. O Irará de hoje é outro. Já se foi a época dos lamentos, das frustrações e das esperanças incompletas. Aprendemos com os nossos erros. Ao longo dos anos, com colaboração de todos os cidadãos e governos que passaram, transformamos o nosso torrão numa cidade prospera.

Vamos celebrar estas conquistas neste 27 de maio. O início será logo após o hasteamento da bandeira, quando o Prefeito descerrar o pano do monumento ao bi-centenário. Trata-se de uma bela obra, feita por nossos mais talentosos artesões, mostra singela do movimento vanguardista aqui florescido.

Irará hoje está no mapa mundial das artes plásticas. A nossa arte figura nos museus e galerias mais requisitadas do Brasil e da Europa. O mesmo caminho foi tomado pelos músicos. O sucesso deles, com certeza, resulta dos ensinamentos da 25 de Dezembro, unidos às suas inspirações inventivas. Grupos musicais surgidos em Irará agora são referências para o mundo.

Nossos escritores estão bem, obrigado. Mais uma prova disto é o lançamento do livro “A História de Irará”. O escrito é fruto de árduo trabalho de pesquisa do nosso mais renomado escritor, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Além do lançamento de livros, também acontece a estréia de mais um documentário pela Produtora de Cinema e Vídeo de nossa Cidade. A arte pulsa nessa terra. E ela também se expande através de grandes nomes e movimentos iraraenses em linguagens artísticas como o Teatro e a Dança. Assim como em modalidades esportivas como Futebol, Karatê e Volley.

Nesta data Irará receberá o título de cidade mais saudável do mundo, por parte da Organização Mundial de Saúde. Condecoração merecida pelo índice de mortalidade e doenças bem abaixo dos padrões internacionais.

Há muito não se ver um doente em nosso hospital, equipado com o que há de mais moderno na medicina. Têm sido feito um excelente trabalho na área de saúde preventiva. Junto a ele, segue a todo vapor o Projeto de Alimentação Saudável. É nos alimentos, plantados e cultivados em nosso próprio solo, que os iraraenses vão buscar a sua fonte de saúde. A variedade e riqueza de nossa produção, focada na agricultura familiar, garante alimentação de qualidade para nosso povo e ainda rende divisas ao município.

Todos estes assuntos serão abordados durante as comemorações, através de discurso a ser proferido pelo Reitor da UNI (Universidade de Irará). Destacando os avanços da educação e a erradicação do analfabetismo em nosso município, o Magnífico Reitor vai parabenizar as primeiras turmas da Universidade que concluirá seus cursos no fim do semestre próximo.

Será um dia cheio. Dia de celebrar todas as conquistas do nosso município. Dia do aniversário de emancipação política de Irará.

Que no futuro, todos os nossos sonhos sejam verdades!

Município de Irará, 168 anos de emancipação política a se completar no dia 27/05/2010.

texto publicado em A Gazeta de Irará, ediçao de junho de 2010

22.5.10

Irará na infância de Damário

Damário DaCruz - Vida Poética


E lá se foi Damário DaCruz. Só fisicamente é claro. As idéias e versos estarão por aqui. Serão vivas enquanto existir alguém disposto à contemplação da verve poética. Basta uma alma sensível aos encantos da poesia e a chama continuará acesa.


Fiquei sabendo ontem pelo Twitter. Logo em seguida, fui confirmar o fato no link que dava para a Revista Muito do A TARDE. O poeta Damário da Cruz faleceu.


Conheci Damário na Facom. Um dia que ele foi palestrante na Catédra Andres Belo. Em companhia de Douglas de Almeida, peguei uma carona. O trajeto foi curto (de Ondina ao Rio Vermelho ), a conversa rápida, mas valeu e muito.


Damário falou-me um pouco dos tempos dele na Faculdade de Comunicação. Poesia, política, publicidade, concepções de mundo. Voltei a encontrá-lo em alguns eventos poéticos.


Um dia acabei visitando o Pouso da Palavra em Cachoeira, organização conduzida por Damário. Infelizmente ele não estava lá. Saí daquele aconchegante ambiente com alguns dos seus calendários-poemas e uma camisa na qual tinha grafada uma mensagem:


“GlobalizaCÃO: quanto mais sonho com Cachoeira, acordo em Nova Iorque”. Mais um dos seus reflexivos versos.


Por duas oportunidades convidei-o para fazer uma fala no Colóquio de Literatura Popular. Em ambas, infelizmente, ele tinha compromisso em eventos poéticos na Colômbia e na Nicarágua, não sendo possível aceitar o convite.


A ausência não foi por falta de vontade. Em e-mail enviado no dia 23/10/2006, Damário escreveu: “Irará faz parte da minha infância (tenho, também, o umbigo enterrado em Berimbau, e para mim é tudo o mesmo ar).


Diante de um novo convite para o Colóquio, que iria acontecer em 2009, Damário respondeu em 16/06/2009: “Infelizmente, e mais uma vez, fico para o próximo”.


Não houve o Colóquio 2009, tampouco temos perspectivas de que haja um próximo. E agora não poderemos mais contar com a presença dele. Damário DaCruz não virá a Irará. E, lamentavelmente, não será um evento poético no exterior que o impedirá de vir.


Agora Damário partiu. Juntou-se ao clube de Zeca de Magalhães e Antônio Vieira, só para citar os mais próximos nesta lista da Sociedade dos Poetas Mortos de nossa Bahia e do Brasil.


Damário deixou poesia de despedida


Barreto escreve cordel para Damário


Homenagem de Silvério Duque



Dois poemas

Todo risco


A possibilidade de arriscar

É que nos faz homens
Vôo perfeito
no espaço que criamos

Ninguém decide

sobre os passos que evitamos
Certeza
de que não somos pássaros

e que voamos
Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos

Outros jardins


Borboletas

são flores
que decidiram
ganhar o mundo.

Foto capturada do site: http://www.joaodorio.com/site/images/stories/poemas_damario_dacruz.jpg

7.5.10

Trenzinho da alegria

Capa de um dos Discos do Trem da Alegria
Música feita de criança para criança é coisa rara hoje



Volta e meia aparece aqui nestas terras, de onde os Paiaias passaram pra nunca mais se ter noticias deles, um trenzinho.

Não é um trem de verdade. Este fez pior do que os Paiaias. Prometeu, prometeu... mas nunca passou por aqui.

O Trem em questão é um caminhãosinho com reboque ao fundo. E ambos (boleia e reboque) têm carroceria em formato de trem. Este automóvel reserva baquinhos pequenos e leva grupos escolares para um passeio nas ruas da cidade.

Dia desses passou um em frente aqui de casa. As crianças, de tão animadas, seguiam acompanhando a música que tocavam no trem em alto e bom som:

“Quando eu te pegar/

Você vai ver (...)
Comigo é na Base do Beijo/
Comigo é na base do amor (...)
Vamos namorar, beijar na Boca...”

Tome-lhe cantar. Depois tem professor que se queixa de sexualidade precoce. “Onde estes meninos tão aprendendo estas coisas?”. Será a TV? A Família? Igreja?... Ops! Cuidado pra não ser excomungado...

Lembrei que noutros tempos existia um grupo musical infantil (ainda existe música infantil?) chamado Trem da Alegria. Lembro-me que uma das canções do Trem era:


“Comer, comer,

Comer, comer,
É o melhor para poder crescer...”

O hit era trilha sonora que volta e meia aparecia na hora das refeições. Música usada para sensibilizar as crianças a se alimentarem.

Ao que parece, se esta música fosse tocada hoje, “comer” poderia ter outro sentido para as crianças. Talvez algo relacionado a conto de fadas. Estória de lobo mau e chapeuzinho vermelho.


“E ai? O que cê vai fazer?

Vou te comer, vou te comer, vou te comer...”


Imagem de empréstimo