11.3.11

Miniaturas, instantes e tragédias


Sempre imaginei que é assim que fazem os filmes de tragédias. Maquetes e miniaturas.

É estranho, mas a sensação que temos, diante da imagem acima, capturada numa notícia sobre os terremotos e tsunami no Japão, é esta.

"Carros e aviõezinhos de brinquedo arrastados pela lama"

E, nestas horas, nos damos conta. Nós, humanidade, não somos lá grande coisa. Alguém já se perguntou se não seriamos brinquedos. Uma espécie de playmobil de alguém maior.

Já parou para pensar que tudo pode se acabar e virar pó ou lama? Assim, de repente, de uma hora pra outra.

Seja um tsunami, um terremoto, um deslizamento de terra... Qualquer tipo de tragédia, seja natural, humana ou mecânica, causa grandes estragos.

“Instantes acabam a eternidade”, com diz Otto em “6 minutos”, ou talvez, eles simplesmente perpetuem cicatrizes. Difícil superar.

Imagem do Yahoo.Com

3.3.11

SOS AABB!


A AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) de Irará pede socorro. O clube, depredado no último dia 20 de fevereiro, agoniza. Os prejuízos causados pelo episódio de vandalismo, diante da não realização do show da banda de pagode Black Style, agravaram ainda mais a situação.

Pelo que informou o gerente Ricardo Guimarães, em matéria publicada pelo Portal Iraraense, o clube “vive no vermelho”. O balanço é melancólico. Os débitos se acumulam, entre eles, atrasos nos pagamentos de IPTU e repasses do INSS. E o montante arrecadado com as mensalidades dos sócios comunitários, que neste verão chegou a cerca de duzentos, não cobre as despesas mensais.

Cenário - A situação vivida pela AABB não é privilegio de Irará. Em muitas cidades, os clubes sociais foram extintos, tendo seus espaços físicos transformados em praças, lojas de conveniências, supermercados, etc. O motivo freqüentemente apontado pela decadência da maioria destes clubes, Brasil afora, são as mudanças sociais. Entre elas, o surgimento de condomínios de luxo, com completas áreas de lazer; a alteração de comportamento da classe média; e o menor senso de comunidade das pessoas.

Transformações sociais e econômicas também ocorreram em Irará e, fatalmente, contribuíram para atual situação de crise da AABB. Nos tempos áureos do clube, nas décadas de 1980/90, a Agência do Bando do Brasil da cidade chegou a ter mais de quarenta funcionários. A quase totalidade deles, com suas famílias inteiras, além de residirem em Irará, eram sócias e freqüentadoras do clube. Alguns bancários ainda atuavam na gestão e desenvolvimento das atividades clubistas. Com movimentação na AABB, as pessoas da comunidade sentiam-se atraídas e tornavam-se os chamados “sócios comunitários”, já que os bancários eram os “sócios efetivos”.

Crise - Hoje, devido à automatização bancária, dentre outros fatores, a lista de funcionários da agência do Banco do Brasil de Irará, talvez não chegue a dez. É notório que muitos deles não residem aqui e nem freqüentem a AABB. O clube perdeu ritmo e, sem maiores incentivos, aos poucos, os sócios comunitários também foram deixando a associação.

Talvez numa tentativa de popularizar a AABB e, ao mesmo tempo, trazer de volta os sócios egressos, o valor das mensalidades foi sendo reduzido. Entretanto, ainda assim, a crise financeira não foi resolvida. Recentemente, após o fechamento do “Caçua Music”, o clube virou quase a única alternativa na cidade para a realização de eventos festivos. A expectativa era que os recursos obtidos com os aluguéis dessem uma “oxigenada” no caixa da instituição. Diante do episódio mencionado acima, percebe-se que o ocorrido foi o contrário.

Esperança - É triste e lamentável assistir a decadência de um clube como AABB de Irará. Ainda mais nesta cidade, nitidamente escassa de opções de lazer e entretenimento. O Banco do Brasil que empresta nome ao clube, mas, conforme noticiado na referida matéria, “não dá um tostão” para manutenção do mesmo, deve convocar a comunidade iraraense e, junto com ela, discutir as possíveis soluções.

O agradável espaço físico da AABB de Irará pode vir a ser o grande equipamento sociocultural do município. Suas instalações podem servir ao desenvolvimento esportivo, cultural e social da cidade, além de estar a serviço da Associação dos Comerciantes, das associações de classe, dos desportistas, das entidades culturais e da comunidade de um modo geral.

Do contrário, se nada for feito, a AABB continuará sem a devida estrutura de palco e banheiros, para os eventos festivos; a quadra continuará com seu alambrado danificado; e os sócios continuarão esvaindo-se, até a completa extinção do clube. Então, é melhor pedir socorro agora, antes que o pior aconteça. SOS AABB!