“Evite a automedicação, procure um médico”, diz o alerta em caixas de remédio. Frase de alerta ao final de campanhas publicitárias, também chamam atenção para os riscos da medicação por conta própria.
É como já mencionei noutro texto. Existe muita preocupação com a saúde do corpo. Quase nenhuma acerca do bem estar da mente.
As situações são diferentes. Por exemplo, nunca vi um alerta sobre os riscos de se lê livros de auto-ajuda. Não seriam eles também uma espécie de automedicação?
Muitas publicações daquele estilo parecem apresentar a panacéia. E para todos. Trazem dicas de superação, aconselham, ensinam, incentivam, enfim...
É como se todos os problemas fossem iguais. E todo mundo pudesse solucionar os seus utilizando-se dos mesmos métodos e tendo o mesmo sucesso do vizinho.
Uma das lições presentes em alguns destes livros é a de “nunca desistir”. Será que a persistência é sempre a medida certa ou a mais inteligente?
Cada caso é um caso. Já diria o velho Einstein com a sua teoria da relatividade.
A quase totalidade da literatura de auto-ajuda parece alheia ao ensinamento einsteiniano. Afinal, até mesmo ele pode ser relativo...
Certos ou não em suas vicissitudes, muitos livros de auto-ajuda se tornam rapidamente sucesso de vendas. Costumam aparecer até em prateleiras de supermercados. E funcionam como se fossem “psicólogos de pobre”. Afinal, não é todo mundo que pode, consegue ou tem paciência para buscar uma “ajuda profissional”.
O termo soa até meio estranho. Alguém, com necessidade e interesse em retorno financeiro, estaria interessado em ajudar? Há controvérsias.
Já fora do âmbito dos profissionais, uma alternativa seria a conversa com um amigo, um parente próximo ou pessoa íntima. Mas, nem sempre há confiança ou abertura para tal.
Aí, para alguns, sobram as redes sociais. Lamentações, desabafos e confissões codificadas pipocam nestes ambientes. É como se o individuo desabafasse para todo mundo ao tempo que não confia seus mistérios a ninguém.
Mais complexas que as dores do corpo, as dores da alma exigem muito mais que remédios, leituras fáceis e serviços profissionais. Talvez um tratamento à base de colheres de sopa de um complexo e nutritivo caldeirão sociocultural.
Uma espécie de “Terapia” necessária para o corpo não somatizar. “Abra seu coração, antes que um cardiologista o faça”, dizia a frase-título no MSN de um amigo.
É mais ou menos por aí. O difícil é tentar e não se sentir vulnerável. Na dúvida, há quem recorra a “ajudar-se a si próprio”.
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