5.10.15

Política provinciana

A pouco mais de um ano das eleições de 2016, a movimentação já é intensa. Tanto do lado governista, quanto do lado oposicionista. Todos armam, articulam e planejam seus movimentos. 

O tema das eleições ganha a pauta em todo canto. No noticiário e nas rodas de conversa. 

Do lado da situação a procura é por um novo candidato. O atual mandatário já foi reeleito e, como não pode mais se candidatar, deseja passar o bastão a um dos seus. 

Dizem que o vice, velho parceiro político do executivo atual, naturalmente seria um candidato. Ele foi escolhido para ser vice pelo próprio titular e tem fama de ser um cara com bom trânsito junto à oposição. No entanto, não sei se o partido terá preferência por ele. 

O nome dos sonhos da maioria no partido é aquela mulher. Ela seria candidata em 2008, quando o atual executivo foi eleito. Preterida na época, apoiou o atual chefe e logrou cargos de destaque nos dois mandatos dele. No cenário atual, ela possui maior peso político do que o seu marido. 

Enquanto isto, no lado oposicionista as definições estão ainda mais incertas. Já são dois mandatos fora do poder. A sede pela volta é grande. Os correligionários têm saudades da gestão daquele que, seguindo os passos do pai, também se tornou o governante. 

Coisas de política de província. Vejam que o pai foi governante, um filho também foi governante e agora outro filho está interessado. A democracia também cria oligarquias. 

Dizem que, naquela província, ganha eleição quem tem dinheiro. E a política de província é bem assim. No entanto, existem mecanismos para barrar a possibilidade algum “aventureiro”, com muito dinheiro no bolso, chegar ao poder pelas graças do povo. 

Lá, o poder sempre é disputado pela polarização entre duas forças. Azuis de um lado, vermelhos do outro, alternando-se no poder.

Em política, tudo pode ser o seu contrário. E, às vezes, pelas características, chamamos de “província” a maior potência política do planeta. Os Estados Unidos da América. 

Barack Obama, o atual mandatário, já foi reeleito. Hillary Clinton, preterida em 2008, ocupou funções de destaque no governo Obama e agora tenta uma candidatura. Ela é a que tem maior chance no partido Democrata. E hoje é mais representativa politicamente do que o marido, Bill Clinton.  

O vice de Obama, Joe Biden, foi colega dele de senado. No Governo Democrata, Joe se destacou por sua habilidade para negociar com congressistas Republicanos. 

A oposição tem muitos nomes como prováveis candidatos. Um deles é Jeb Bush. Jeb é filho de Jorge Bush e irmão de Jorge W. Bush. Os dois últimos já foram presidentes dos Estados Unidos. 

Nas eleições estadunidenses, pode até aparecer um milionário, como candidato independente, com intenções de investir para chegar à Casa Branca, mas a disputa sempre estará polarizada entre Democratas e Republicanos. 

A política é assim. Ela tem ares provincianos. Seja numa cidadezinha de interior ou no maior centro de poder do planeta.

3.10.15

Tentativas

Aqui começo um simples soneto, 
Nem sei mesmo se acerto ou consigo
Vou seguir, bem assim, destemido
Fina flor é meu prêmio, por direito 

Este, de certo, será (seria) o primeiro
E talvez nem haja, por ventura, um segundo
Pois, por desventura, no mundo vagabundo
Só tem vez o que é apressado e ligeiro 

Não espere métrica, pois não me preocupo medir
Vou na sorte e no rumo; firme na trilha do por vir 
Eis a rota do poema, do seu nascente à conclusão. 

E de tanto projeto sem destino certo 
Até sinto-me clamando no deserto
Mudo estratégias. Desistir? Posso não.  

Roberto Martins – Jul/2015
*Publicado no Facebook em 08/07/2015