15.12.17

O vice do Flamengo ainda me faz rir

Flamengo pousa para foto, no Maracanã (13/12)
Foto Gilvan de Souza/ Flamengo 

A repercussão ocorrida nas ruas e nas mídias sociais durante todo dia de ontem, quinta (14), me levou a esta reflexão.  
“Impressionante como o vice é desprezado por aqui”.

Deve ser coisa de brasileiro.

O vice, como diz o ditado, é o primeiro depois de todos os outros, exceto o campeão. Chegar a uma final não é fácil e não é qualquer time que chega lá. Dezenas ficam pelo caminho.

Brasileiro não vê por aê. Parece esquecer os méritos.

Tenho a impressão de que se o Brasil tivesse goleado a Alemanha na semi-final da Copa de 2014, mas perdesse a final pelo placar de 1 X 0 para a Argentina, muitos torcedores brasileiros teriam sofrido mais e consideraria o “vexame” de ser vice pior do que o fatídico 7 X 1.

Mas confesso que acabei achando graça na sorte do Flamengo agora. Não pelo desfecho do campeonato para o clube e sua flanática torcida, mas pela repercussão.

Teve torcedor de time sem acesso a Libertadores há quase 30 anos se achando no direito de zoar o Flamengo. Logo ele que fez carnaval agora em 2017 diante da remota possibilidade, rapidamente frustrada, de chegar àquela competição continental.

Outro, que só chegou à pré-libertadores de 2018 graças aos serviços de quem aprendeu a ser técnico de futebol no Flamengo, também se achou no direito.

Detalhe, de 2000 pra cá, ele só viu o time dele na Libertadores da América três vezes. Nós flamenguistas vimos oito. E em 2018 estaremos lá novamente, direto na fase de grupos.

E este vice de carterinha do Mengão em diversas competições estaduais, quer se sentir em condições de nos zoar porque o Fla foi vice sulamericano. É muita falta de simancol.

Claro, queríamos o título, mas este vice-campeonato valeu. Valeu as emoções, valeu o aprendizado.

Reafirmamos a frase: “craque o Flamengo faz em casa”.

Saímos quase invictos, só perdemos o jogo de ida da final lá na Argentina. Uma partida na qual o Flamengo terminou em cima, pressionando o adversário.

Começamos a Sulamericana goleando. Nas quartas, munidos da raça rubro-negra, buscamos o empate em resultado adverso no Fla-Flu (um aí Jesus) no Maracanã. E nas semis, com a mesma raça, ganhamos em Barranquilla.

Comprovamos que somos mais que uma nação. Milhões nas embaixadas rubro-negras, nos bares, nos lares, por todo o Brasil e em outros países, de manto sagrado, torcendo muito.

Lembramos da pauta sobre a redução da capacidade de um Templo do futebol, de 200 mil para 60 mil espectadores, e tentativa de elitiza-lo.


Por essas e outras, diante da grandeza do Flamengo, este vice-campeonato me faz rir. Eu rio dos antis. Eles são a piada.