Flamengo pousa para foto, no Maracanã (13/12)
Foto Gilvan de Souza/ Flamengo
A repercussão ocorrida nas ruas e nas mídias sociais durante
todo dia de ontem, quinta (14), me levou a esta reflexão.
“Impressionante como o vice é desprezado por aqui”.
Deve ser coisa de brasileiro.
O vice, como diz o ditado, é o primeiro depois de todos os
outros, exceto o campeão. Chegar a uma final não é fácil e não é qualquer time
que chega lá. Dezenas ficam pelo caminho.
Brasileiro não vê por aê. Parece esquecer os méritos.
Tenho a impressão de que se o Brasil tivesse goleado a
Alemanha na semi-final da Copa de 2014, mas perdesse a final pelo placar de 1 X
0 para a Argentina, muitos torcedores brasileiros teriam sofrido mais e consideraria
o “vexame” de ser vice pior do que o fatídico 7 X 1.
Mas confesso que acabei achando graça na sorte do Flamengo
agora. Não pelo desfecho do campeonato para o clube e sua flanática torcida,
mas pela repercussão.
Teve torcedor de time sem acesso a Libertadores há quase 30
anos se achando no direito de zoar o Flamengo. Logo ele que fez carnaval agora
em 2017 diante da remota possibilidade, rapidamente frustrada, de chegar àquela
competição continental.
Outro, que só chegou à pré-libertadores de 2018 graças aos
serviços de quem aprendeu a ser técnico de futebol no Flamengo, também se achou
no direito.
Detalhe, de 2000 pra cá, ele só viu o time dele na Libertadores
da América três vezes. Nós flamenguistas vimos oito. E em 2018 estaremos lá
novamente, direto na fase de grupos.
E este vice de carterinha do Mengão em diversas competições
estaduais, quer se sentir em condições de nos zoar porque o Fla foi vice sulamericano.
É muita falta de simancol.
Claro, queríamos o título, mas este vice-campeonato valeu. Valeu
as emoções, valeu o aprendizado.
Reafirmamos a frase: “craque o Flamengo faz em casa”.
Saímos quase invictos, só perdemos o jogo de ida da final lá na Argentina. Uma partida na qual o Flamengo terminou em cima, pressionando
o adversário.
Começamos a Sulamericana goleando. Nas quartas, munidos da raça
rubro-negra, buscamos o empate em resultado adverso no Fla-Flu (um aí Jesus) no
Maracanã. E nas semis, com a mesma raça, ganhamos em Barranquilla.
Comprovamos que somos mais que uma nação. Milhões nas
embaixadas rubro-negras, nos bares, nos lares, por todo o Brasil e em outros
países, de manto sagrado, torcendo muito.
Lembramos da pauta sobre a redução da capacidade de um
Templo do futebol, de 200 mil para 60 mil espectadores, e tentativa de
elitiza-lo.
Por essas e outras, diante da grandeza do Flamengo, este
vice-campeonato me faz rir. Eu rio dos antis. Eles são a piada.
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