10.7.06

Jeguerê! Um campeão de dá inveja.

Tá, Tá, Tá, Taratatá, Tá, Tá, Tá!!! Concentração. Depois de tanta euforia e expectativa o jogo iria começar. Todos os ingressos colocados a disposição estavam esgotados. Recorde de público pagante. A emoção era certa para a hora de cantar o hino.

A seleção Jeguerê entrou em campo. Na escalação Manele do Acordeon, Nilson Aquino e Saracú de Nazareno. Um time pra jogar bonito e empolgar a torcida. Manele bateu bola na preliminar e passou para o Saracú. Os meninos fizeram uma bela jogada, atravessaram todo o campo e tabelaram com Nilson Aquino já lá na frente. É Gol! A torcida foi ao delírio. Ahñs, Ahñs, Ahñs, Ahñs! Rezou, cantou, bebeu, beijou!

Antes da chegada ao gol, uma barreira no caminho. O desvio anunciava a virado do jogo. A chegada na Campos Martins foi pelo sentido inverso. O Capitão do time Saracú nem esperou a rua se estreitar de fato. “Pára tudo! Não vamos entrar nesta rua tocando xote”, alertou o irreverente vocalista. O seu aviso fez o público delirar e acelerar. Forró galope e alguns trocam socos, outros trocam abraços. A efervescência do momento revelou a perfeita dupla de ataque que formam Saracú e Jeguerê.

A parceria foi oficializada em 2004. Coincidência ou não, ano do casamento do jegue. O Jeguerê levou o Saracú ao conhecimento de todo o público iraraense. O Saracú deu ao Jeguerê a afirmação do seu caráter irreverente e jovial. É como se um tivesse nascido para o outro. Nem o tempo dado na relação em 2005, quebrou o ritmo do jogo da dupla. Mais que casamento, entrosamento perfeito.

A sintonia dentro do campo, ou das cordas, não seria suficiente caso não houvesse dedicação fora dele. Nos bastidores, o Jeguerê conta com o trabalho de uma variada comissão técnica. O espectro de composição é amplo. Tem os cordeiros, para garantir que o “pelanca” não invada o campo; o pessoal de apoio, pronto para atender qualquer eventualidade; e os comissários, tão empolgados quanto chefes de torcidas organizadas.

O esquema tático é definido por uma dupla de organizadores. Artur Modesto (só no sobrenome) tá mais pra Felipão do que pra Parreira. Gosta de ver o time “brigando”, dando tudo de si, jogando na raça e na vontade. Eder Martins, mais cauteloso, prefere o jogo coerente para evitar furos na defesa financeira da agremiação.

Os dois contam com a participação de um conselheiro. Idealizador do bloco, o amigo é uma espécie de Zagalo para o Jeguerê. Ele Representa a história, a tradição, os títulos conquistados anteriormente. “L-u-c-i-a-n-o--d-e--R-e-g-e”, 13 letras.

Dr. Lú talvez não imaginasse em 1998, ano de criação do Jeguerê, que aquela “brincadeira da galerinha” (grifo meu) fosse tão longe. Ele, junto com Omar, Neto e Zé, dentre outros, simplesmente fundaram o bloco de maior público, repercussão e, ao menos até onde sei, o de maior longevidade da história de Irará.

O Brasil não foi hexa, mas o Jeguerê continuou sendo um arrastão campeão. Honrou a camisa. Assim como fez um conterrâneo nosso lá na Alemanha. Nilson Aquino, artilheiro de composições para o bloco, foi quem estava certo. “O Jeguerê é Dida/ é de dá inveja”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ró;
Seu blog é muito interessante. Não sou muito conhecedor dessa nova ferramenta, mas no que pude ver, vc soube utilizar para demonstrar um pouco da sua capacidade em Crônicas, Alfinetadas, etc. Gosto de seus questionamentos !!! Jô Soares uma vez disse: "O Artista não tem partido, ele é um eterno Anarquista !!!" E eu concordo com ele, artistas como vc e muitos outros, precisam criticar sempre colocando sua arte a mercê do povo. Sucesso no seu Blog e na sua carreira, a qual, já vejo que vai dar o que falar...rsos
Do seu amigo


PS: Já imaginou um Blog do Kitute com os Cordéis ????