Curtindo num curto São João
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O período joanino este ano foi curto. Curtíssimo. A festa foi limitada a um fim de semana comum. Sexta, Sábado e Domingo, sem feriadão. Junto com este fato, a condição pessoal de estar, de alguma forma, participando da produção do Bloco Jeguerê, limitou ainda mais o tempo para curtir a festa. Fiquei com pouco espaço para se divertir e para observar. Porém, de qualquer sorte, sempre aparece algumas resenhas e informações para a gente prolongar os assuntos.
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Arrasta Pé da J.E. o São João de Irará começava lá
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Na expectativa de aumentar o tempo dos festejos, sair já na quinta-feira à noite pensando em ir até o Arrasta Pé da J. E.. Entretanto, este forró ficou só no pensamento mesmo. Na cidade ninguém dava notícia da Festa da Rua José Epaminondas, que nos últimos anos têm sido uma espécie de abertura extra-oficial do São João de Irará. Fiquei sem informações até que um “e-mail” me comunicou a suposta razão pela inviabilização do Arrasta Pé. Segundo o informante, a Prefeitura não teria cumprido a promessa de fornecer palco e sonorização para o evento. Entretanto, antes que começassem os rumores dos oposicionistas, soube que o apóio houvera sido transferido para a data de São Pedro. Da próxima vez, a transferência pode ser para a data de São Tomé.
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A viúva. Sempre “erlas”
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Ê viúva que gosta de ser comentada viu-ô! No Orkut o povo danou a protestar sobre a programação da festa pública. Assim fica difícil deixar de falar na viúva que como canta Bem Jor, “tem um dote físico-financeiro invejável”. Para cuidar de todo esse patrimônio e assumir a responsabilidade é preciso ter equipe. Contudo, na república da farinha a palavra decisiva só poder vir do namorado da viúva. Então fomos saber do Excelentíssimo Senhor Prefeito, se a Praça da Purificação poderia ou não receber o encerramento do Bloco Jeguerê.
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Conversando a gente se entende
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Enquanto isso no gabinete do prefeito... A conversa foi amistosa. Bate papo quase que informal. Impasse resolvido. Diante do retrato de Paulo Souto, que ainda se encontra por lá (??) a autorização foi dada. O Bloco teve liberação verbal para entrar na Praça pela Rua Campos Martins, desde que não quebrasse nenhuma bandeirola da ornamentação pública. Para o Jeguerê foi fácil, com alguma manobra no mine-trio, chegaria à Praça, difícil ficou para o Pé de Mula. Mesmo tendo, mais uma vez, na sua programação o maior nome artístico do São João de Irará (Adelmario Coelho), o bloco não teve acesso à praça principal.
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São João da Bandeirola
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Não tem Jeguerê, nem Adelmário Coelho certo, após a conversa com o chefe do executivo do município, fiquei com a ligeira impressão de que a atração principal do São João de Irará são as bandeirolas. É, a moral da bandeirola anda mesmo alta, percebi isso diante da preocupação do prefeito e da explanação do fato de que, em 2006, o Jeguerê quando entrou na praça quebrou algumas fileiras de bandeirolas. Ele fez questão de pedir que o fato não se repetisse de maneira alguma. Por isso, se fez de tudo para que as bandeirolas continuassem reinando imponente, sobre os postes enferrujados que, ao que parece, foram retirados do canteiro central da Av. Elisio Sant’ana, para serem camuflados com tecido decorativo na praça. Como se percebe, essa administração dedica atenção especial para o item ornamentação, parece que a festa funciona em função do ornamento e não o contrário.
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A cereja sem bolo
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O item decoração é importante em qualquer festa. É como o próprio nome já sugere, seja falando “de coração” ou “de coroação”, a decoração dá toque final para abrilhantar o evento. É como se fosse a chamada “cereja do bolo”. Nesse setor, a organização das festas públicas de Irará tem demonstrado interesse. Seja na lavagem, com a montagem de uma boneca vestida de baiana derramando água, na grata homenagem a personagens iraraenses ilustrados nas suas caricaturas; ou no São João, através dos “pórticos” e representações de elementos como fogueiras e cisternas. Todavia, parece que se preocupam tanto com a ornamentação que esquecem de outras partes da festa e da estrutura da cidade para a mesma. Não dá só pra comer a cereja, sem o bolo.
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E por falar em estrutura...
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Irará, com suas praças, comporta tranqüilamente o desfile simultâneo dos blocos Jeguerê e Pé de Mula. Bastaria organizar os serviços de segurança, saúde e, claro, a estrutura da festa. Todavia, com a instalação de “pórticos”, impedindo a passagem de blocos, e a não sinalização e regularização do trânsito, fica difícil. Na reunião com o prefeito foi garantido que não seria liberado o estacionamento nos trechos do circuito do Bloco Jeguerê. Só que na hora do desfile o bicho pegou. Quem acompanhou o arrastão viu a atrapalhação que foi o bloco tendo de parar, de pedir para retirar carro, de decidir se desviava rota ou não, de... “Um absurdo” – como diria risadinha do “seu Valela”. Ainda bem que sem chuva, não tinha carro atolado, já pensou?
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Atoleiro artístico
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Se carro não atolou a mesma sorte não teve a programação artística do palco principal. A deste ano foi muito criticada e parece refletir a idéia de que o São João de Irará não tem merecido o devido planejamento. Entre os ilustres grupos desconhecidos, chamou atenção da cidade a banda Vaca Atolada. O ônibus da banda, trazendo seus integrantes, chegou com uma semana de antecedência. Depois permaneceu, porque dia 02 de Julho se apresentam em Ouriçangas. Um popular logo bradou, “uma banda que numa época dessas não tem onde fazer show, ficando esses dias todos em Irará, é porque não presta”.
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Sem ver o show, mas sabendo das conseqüências do atoleiro
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O cansaço e os compromissos me impediram de acompanhar os shows na praça. Malmente assistir à consulta do Dr. Xote na sexta. Não conseguir averiguar se o Bondy da Loirinha era uma banda de forró ou de Funk, como desconfiou nosso amigo Vitor Oliveira. E, consequentemente, não assistir apresentação de nenhum senhor beltrano e muitos menos da Dona Fulana. Houve quem me dissesse que a banda Vaca Atolada é ruim, que tinha um repertório desconhecido e usava de muita baixaria. Como eu não vi, não sei e também não posso julgar. Só sei que no dia seguinte, a distribuição de leite numa Padaria da cidade foi comprometida. Os clientes chegavam e a entrega do produto estava atrasada. Acho que teve vaca atolada na fazenda também.
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Na roça e na cidade
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Os tradicionalistas que me desculpem, mas não tem jeito. A cultura não é imobilista, nem estanque. É também o que se inventa e o que permanece. Nessa misturada toda, a onda de arrastão pegou. Em Irará, seja na roça ou na cidade eles pipocam em todo lugar. Vi as imagens de um arrastão na zona rural, cuja música nem era basicamente forró. Tendo como fundo musical um som carnavalesco, o arrastão seguia levando a multidão. Embora não se usasse cordas, a cena lembrava o desfile dos blocos de carnaval em Salvador. A estrada tomada pelas pessoas, era como se as cercas de arame farpado fossem as cordas e o mato verde em volta, os foliões pipoca.
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“Traga uma corda irmão. Irmão acorda!”
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É como canta Cazuza, mas é melhor ser “cobaia de Deus” do que prova de teste para o imprevisto. Tudo pronto para o Jeguerê sair e não apareceu sequer a metade dos cordeiros contratados. O que fazer? Nessas horas busca-se um plano B, C, D, E... Existe alguma alternativa para uma situação como essa? Difícil. Aí surge todo tipo de especulação. Propina, suborno, etc e tal. Não sabemos, não vimos. Serve de lição para acordar, não confiar cegamente até mesmo nos velhos parceiros. O jeito que teve foi colocar a mão na massa. Nós mesmos ajudamos a desembaraçar, esticar e segurar corda. Afinal o cliente é que manda. E pelo visto a grande maioria queria mesmo garantir o seu espaço privado, dentro das cordas.
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Festa pública ou privada?
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A internet representa um grande espaço comum. Tá na rede, é mais que peixe, é público. Seja blog, site ou Orkut. E foi justamente no Orkut que fiquei sabendo sobre um evento chamado Sexta do Cabeça Junina. Inclusive com comunidade relacionada a outras comunidades de grande aceitação. Depois a cobertura fotográfica do evento estava num sitio de internet. Entretanto, como a atividade era numa residência particular, fiquei sem entender se o evento era público ou privado. Na dúvida preferi não entrar. Parece que a festa tem pretensões de crescimento, acontecendo novamente no próximo ano, mas ainda continuo na dúvida. Talvez seja preciso que os organizadores do evento decidam qual caráter ele deve tomar. Se for público, que seja público. E se for privado, que se conceda ao menos uma credencial para a “imprensa” blogueira. Se o repórter não se atrasar, o convite pode até valer uma nota na “coluna social”. (Brincadeirinha viu? – não temos o perfil Renato Mendes - rsrsrs)
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Antecipação, atraso e descompasso com a hora do reggae
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Assim como aconteceu a Sexta do Cabeça Junina, também foi realizada a Sexta para “fazer a cabeça junina” na Casa da Cultura, ao som do reggae e de forró. A festa com Nação Karirí e Camarada Z estava marcada para começar às 16h. Cheguei lá por volta das 17h e ainda não tinha começado. Aproveitei o tempo para ir cuidar de outras coisas, adiantar algumas tarefas etc e tal. Eram quase 22h quando retornei e pra minha surpresa, os shows já tinham acabado. Fiquei o São João sem ouvir o som dos guerreiros Karirís. Há quem diga que ao final da festa houve uma troca de socos entre dois amigos. Porém, no outro dia avistei os dois brothers conversando. Daí pensei, das duas uma: ou tudo foi boato, ou os caras já havia acendido o cachimbo da paz.
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Um panfleto com mais do mesmo
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No sábado, véspera de São João, circulou um panfleto pela cidade, mas não era pedindo paz. Subscrito com o nome do Prefeito, a carta trazia um título clichê do clichê (Nunca se fez tanto em tão pouco tempo) e tentava abordar “obras” da gestão municipal. O texto parece ser de campanha eleitoral ou de um governo recém iniciado e não de uma gestão em seu penúltimo ano de mandato como é o caso. O verso da folha trazia a repetição de várias fotos de “obras”, que já apareceram em outro panfleto, no Natal do ano passado. Se a idéia é transmitir uma boa imagem do governo aos visitantes, o tiro pode sair pela culatra, porque a repetição deixa uma idéia de que a gestão nada fez do Natal ao São João. Fez? Se a impressão é o que fica...
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O que vai ficar.
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Paz, amor e boas lembranças é o que desejo que fique como lição e memória deste São João. No mais, ficará o sucesso e satisfação do público para a grande festa que fez o Jeguerê. A lembrança da casinha de taipa, tentando mostrar um caráter típico, com trio de sanfoneiro tocando, mas nada funcional e super mal localizada. E, principalmente, dentre tantas outras lembranças, o encanto e satisfação cada vez mais vibrante dos visitantes com Irará. Apesar dos pesares, terra de gente hospitaleira e irreverente.
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O período joanino este ano foi curto. Curtíssimo. A festa foi limitada a um fim de semana comum. Sexta, Sábado e Domingo, sem feriadão. Junto com este fato, a condição pessoal de estar, de alguma forma, participando da produção do Bloco Jeguerê, limitou ainda mais o tempo para curtir a festa. Fiquei com pouco espaço para se divertir e para observar. Porém, de qualquer sorte, sempre aparece algumas resenhas e informações para a gente prolongar os assuntos.
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Arrasta Pé da J.E. o São João de Irará começava lá
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Na expectativa de aumentar o tempo dos festejos, sair já na quinta-feira à noite pensando em ir até o Arrasta Pé da J. E.. Entretanto, este forró ficou só no pensamento mesmo. Na cidade ninguém dava notícia da Festa da Rua José Epaminondas, que nos últimos anos têm sido uma espécie de abertura extra-oficial do São João de Irará. Fiquei sem informações até que um “e-mail” me comunicou a suposta razão pela inviabilização do Arrasta Pé. Segundo o informante, a Prefeitura não teria cumprido a promessa de fornecer palco e sonorização para o evento. Entretanto, antes que começassem os rumores dos oposicionistas, soube que o apóio houvera sido transferido para a data de São Pedro. Da próxima vez, a transferência pode ser para a data de São Tomé.
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A viúva. Sempre “erlas”
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Ê viúva que gosta de ser comentada viu-ô! No Orkut o povo danou a protestar sobre a programação da festa pública. Assim fica difícil deixar de falar na viúva que como canta Bem Jor, “tem um dote físico-financeiro invejável”. Para cuidar de todo esse patrimônio e assumir a responsabilidade é preciso ter equipe. Contudo, na república da farinha a palavra decisiva só poder vir do namorado da viúva. Então fomos saber do Excelentíssimo Senhor Prefeito, se a Praça da Purificação poderia ou não receber o encerramento do Bloco Jeguerê.
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Conversando a gente se entende
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Enquanto isso no gabinete do prefeito... A conversa foi amistosa. Bate papo quase que informal. Impasse resolvido. Diante do retrato de Paulo Souto, que ainda se encontra por lá (??) a autorização foi dada. O Bloco teve liberação verbal para entrar na Praça pela Rua Campos Martins, desde que não quebrasse nenhuma bandeirola da ornamentação pública. Para o Jeguerê foi fácil, com alguma manobra no mine-trio, chegaria à Praça, difícil ficou para o Pé de Mula. Mesmo tendo, mais uma vez, na sua programação o maior nome artístico do São João de Irará (Adelmario Coelho), o bloco não teve acesso à praça principal.
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São João da Bandeirola
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Não tem Jeguerê, nem Adelmário Coelho certo, após a conversa com o chefe do executivo do município, fiquei com a ligeira impressão de que a atração principal do São João de Irará são as bandeirolas. É, a moral da bandeirola anda mesmo alta, percebi isso diante da preocupação do prefeito e da explanação do fato de que, em 2006, o Jeguerê quando entrou na praça quebrou algumas fileiras de bandeirolas. Ele fez questão de pedir que o fato não se repetisse de maneira alguma. Por isso, se fez de tudo para que as bandeirolas continuassem reinando imponente, sobre os postes enferrujados que, ao que parece, foram retirados do canteiro central da Av. Elisio Sant’ana, para serem camuflados com tecido decorativo na praça. Como se percebe, essa administração dedica atenção especial para o item ornamentação, parece que a festa funciona em função do ornamento e não o contrário.
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A cereja sem bolo
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O item decoração é importante em qualquer festa. É como o próprio nome já sugere, seja falando “de coração” ou “de coroação”, a decoração dá toque final para abrilhantar o evento. É como se fosse a chamada “cereja do bolo”. Nesse setor, a organização das festas públicas de Irará tem demonstrado interesse. Seja na lavagem, com a montagem de uma boneca vestida de baiana derramando água, na grata homenagem a personagens iraraenses ilustrados nas suas caricaturas; ou no São João, através dos “pórticos” e representações de elementos como fogueiras e cisternas. Todavia, parece que se preocupam tanto com a ornamentação que esquecem de outras partes da festa e da estrutura da cidade para a mesma. Não dá só pra comer a cereja, sem o bolo.
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E por falar em estrutura...
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Irará, com suas praças, comporta tranqüilamente o desfile simultâneo dos blocos Jeguerê e Pé de Mula. Bastaria organizar os serviços de segurança, saúde e, claro, a estrutura da festa. Todavia, com a instalação de “pórticos”, impedindo a passagem de blocos, e a não sinalização e regularização do trânsito, fica difícil. Na reunião com o prefeito foi garantido que não seria liberado o estacionamento nos trechos do circuito do Bloco Jeguerê. Só que na hora do desfile o bicho pegou. Quem acompanhou o arrastão viu a atrapalhação que foi o bloco tendo de parar, de pedir para retirar carro, de decidir se desviava rota ou não, de... “Um absurdo” – como diria risadinha do “seu Valela”. Ainda bem que sem chuva, não tinha carro atolado, já pensou?
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Atoleiro artístico
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Se carro não atolou a mesma sorte não teve a programação artística do palco principal. A deste ano foi muito criticada e parece refletir a idéia de que o São João de Irará não tem merecido o devido planejamento. Entre os ilustres grupos desconhecidos, chamou atenção da cidade a banda Vaca Atolada. O ônibus da banda, trazendo seus integrantes, chegou com uma semana de antecedência. Depois permaneceu, porque dia 02 de Julho se apresentam em Ouriçangas. Um popular logo bradou, “uma banda que numa época dessas não tem onde fazer show, ficando esses dias todos em Irará, é porque não presta”.
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Sem ver o show, mas sabendo das conseqüências do atoleiro
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O cansaço e os compromissos me impediram de acompanhar os shows na praça. Malmente assistir à consulta do Dr. Xote na sexta. Não conseguir averiguar se o Bondy da Loirinha era uma banda de forró ou de Funk, como desconfiou nosso amigo Vitor Oliveira. E, consequentemente, não assistir apresentação de nenhum senhor beltrano e muitos menos da Dona Fulana. Houve quem me dissesse que a banda Vaca Atolada é ruim, que tinha um repertório desconhecido e usava de muita baixaria. Como eu não vi, não sei e também não posso julgar. Só sei que no dia seguinte, a distribuição de leite numa Padaria da cidade foi comprometida. Os clientes chegavam e a entrega do produto estava atrasada. Acho que teve vaca atolada na fazenda também.
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Na roça e na cidade
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Os tradicionalistas que me desculpem, mas não tem jeito. A cultura não é imobilista, nem estanque. É também o que se inventa e o que permanece. Nessa misturada toda, a onda de arrastão pegou. Em Irará, seja na roça ou na cidade eles pipocam em todo lugar. Vi as imagens de um arrastão na zona rural, cuja música nem era basicamente forró. Tendo como fundo musical um som carnavalesco, o arrastão seguia levando a multidão. Embora não se usasse cordas, a cena lembrava o desfile dos blocos de carnaval em Salvador. A estrada tomada pelas pessoas, era como se as cercas de arame farpado fossem as cordas e o mato verde em volta, os foliões pipoca.
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“Traga uma corda irmão. Irmão acorda!”
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É como canta Cazuza, mas é melhor ser “cobaia de Deus” do que prova de teste para o imprevisto. Tudo pronto para o Jeguerê sair e não apareceu sequer a metade dos cordeiros contratados. O que fazer? Nessas horas busca-se um plano B, C, D, E... Existe alguma alternativa para uma situação como essa? Difícil. Aí surge todo tipo de especulação. Propina, suborno, etc e tal. Não sabemos, não vimos. Serve de lição para acordar, não confiar cegamente até mesmo nos velhos parceiros. O jeito que teve foi colocar a mão na massa. Nós mesmos ajudamos a desembaraçar, esticar e segurar corda. Afinal o cliente é que manda. E pelo visto a grande maioria queria mesmo garantir o seu espaço privado, dentro das cordas.
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Festa pública ou privada?
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A internet representa um grande espaço comum. Tá na rede, é mais que peixe, é público. Seja blog, site ou Orkut. E foi justamente no Orkut que fiquei sabendo sobre um evento chamado Sexta do Cabeça Junina. Inclusive com comunidade relacionada a outras comunidades de grande aceitação. Depois a cobertura fotográfica do evento estava num sitio de internet. Entretanto, como a atividade era numa residência particular, fiquei sem entender se o evento era público ou privado. Na dúvida preferi não entrar. Parece que a festa tem pretensões de crescimento, acontecendo novamente no próximo ano, mas ainda continuo na dúvida. Talvez seja preciso que os organizadores do evento decidam qual caráter ele deve tomar. Se for público, que seja público. E se for privado, que se conceda ao menos uma credencial para a “imprensa” blogueira. Se o repórter não se atrasar, o convite pode até valer uma nota na “coluna social”. (Brincadeirinha viu? – não temos o perfil Renato Mendes - rsrsrs)
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Antecipação, atraso e descompasso com a hora do reggae
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Assim como aconteceu a Sexta do Cabeça Junina, também foi realizada a Sexta para “fazer a cabeça junina” na Casa da Cultura, ao som do reggae e de forró. A festa com Nação Karirí e Camarada Z estava marcada para começar às 16h. Cheguei lá por volta das 17h e ainda não tinha começado. Aproveitei o tempo para ir cuidar de outras coisas, adiantar algumas tarefas etc e tal. Eram quase 22h quando retornei e pra minha surpresa, os shows já tinham acabado. Fiquei o São João sem ouvir o som dos guerreiros Karirís. Há quem diga que ao final da festa houve uma troca de socos entre dois amigos. Porém, no outro dia avistei os dois brothers conversando. Daí pensei, das duas uma: ou tudo foi boato, ou os caras já havia acendido o cachimbo da paz.
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Um panfleto com mais do mesmo
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No sábado, véspera de São João, circulou um panfleto pela cidade, mas não era pedindo paz. Subscrito com o nome do Prefeito, a carta trazia um título clichê do clichê (Nunca se fez tanto em tão pouco tempo) e tentava abordar “obras” da gestão municipal. O texto parece ser de campanha eleitoral ou de um governo recém iniciado e não de uma gestão em seu penúltimo ano de mandato como é o caso. O verso da folha trazia a repetição de várias fotos de “obras”, que já apareceram em outro panfleto, no Natal do ano passado. Se a idéia é transmitir uma boa imagem do governo aos visitantes, o tiro pode sair pela culatra, porque a repetição deixa uma idéia de que a gestão nada fez do Natal ao São João. Fez? Se a impressão é o que fica...
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O que vai ficar.
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Paz, amor e boas lembranças é o que desejo que fique como lição e memória deste São João. No mais, ficará o sucesso e satisfação do público para a grande festa que fez o Jeguerê. A lembrança da casinha de taipa, tentando mostrar um caráter típico, com trio de sanfoneiro tocando, mas nada funcional e super mal localizada. E, principalmente, dentre tantas outras lembranças, o encanto e satisfação cada vez mais vibrante dos visitantes com Irará. Apesar dos pesares, terra de gente hospitaleira e irreverente.
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4 comentários:
Massa Ró,como sempre sagaz em suas observações e comentários.Só achei q vc devia falar mais do episódio mais engraçado,pelo menos pra mim do S. João.Quando Artur tentou aplicar aquele golpe na galera dizendo q ñ ia ter corda porQ o Jeguerê é um patrimônio de Irará,apesar de vender camisas a r$30,00 e o fato da galera ñ engolir essa balela e começar a vaiar o brother,que ao seu lado pedia a galera:"Deixa eu explicar,deixa eu explicar" sem ser ouvido.Foi cômi co.O forró com reggae teve mesmo um atraso por conta dos Camaradas Zs q chegaram bem depois do combinado mas rolou legal e no final rolou mesmo um desentendimento entre Neto man e Tigreize batera,doidões,mas na Nação Karirí é assim,não tem espaço pra ironias,indiretas ou insinuações.A gente resolve tudo democráticamente na porrada,kkkkk, pra nós esse papo de falar o q pensa por meio de subterfúgio e indireta é coisa de boióla enrrustido e ñ combina com a gente.
E a paz foi prontamente reestabelecida no mesmo dia,ñ por q fumamos o cachimbo da paz,porque isso pra nós é rotina até na guerra e vc conhece muito bem os efeitos da maconha na mente pra saber q ela ñ induz vc a fazer nada q ñ queira.Ela pode até fazer com q a gente deixe de executar aquilo q se tem vontade,rsrsrs,dá uma preguiiiiiiiça!As bandas na praça eu tb achei tudo um cu e adorei o comentário do atoleiro das vacas q ainda estão aqui presas nessa lama,hehe.Valeu man!
Grande Tooty !!!
Muitíssimo obrigado pelo comentário Man!
É através deles q a gente sabe q a galera ta lendo nossas considerações....
É como diz o Adão: “preciso feedback pra ficar na moral”.
Mas, agora vamos aos comentários (ou respostas) do comentário.
Quanto ao atraso do Reggae:
De modo algum quis denegrir a organização da festa por conta do atraso. Sei que esse tipo de acontecimento por aqui em terra tupiniqui já é rotina... Casa da Cultura, Colóquio e outras atividades que o digam. E quem sou eu pra reclamar... Tenho o horrível costume de atrasar, mas ainda conserto isso...
Relatei o fato do atraso da festa apenas para lembrar a minha cômica condição de “repórter” atrasado e adiantado!
Combate dos Kariris:
Nessa minha vida de pretenso escriba, tenho apanhado muito. Nem todos aceitam relatos ou comentários de suas atitudes. E se a crítica for através da palavra escrita e publicado num blog então...
Por isso, diante dos tropeços vou aprendendo e desenvolvendo novas maneiras de escrever. Como diz Tiago de Melo, “não tenho um caminho novo, o que tenho de novo é o jeito de caminhar”.
Já expliquei que nesse blog não faço jornalismo, o que significa dizer que não tenho tempo, nem recursos para apurar matérias, ouvir todas as fontes envolvidas nos episódios ou investigar os assuntos com maior amplitude. Então, estou preferindo citar alguns casos de forma generalista, para não correr risco de cometer abusos...
De tal modo, como não vi a cena, apenas falei que houve uma briga na festa entre “dois amigos”. Nem se quer mencionei que eles eram Kariris (já q naum entrevistei ninguém, nem apurei matéria etc e tal).
Achei interessante a ralação da briga, das pazes logo em seguida e do “cachimbo da paz”, tal qual canta Gabriel Pensador naquela canção. E vc sabe q tem estudioso defendendo o uso do “cachimbo” até para a paz no Oriente Médio, região de conflitos históricos, rsrsrrs. Por isso coloquei lá, “cachimbo da paz” que aparece no texto, também, de forma metafórica, em sentido conotativo, e não somente e simplesmente de maneira denotativa.
Foi dessa forma que a menção ao conflito interno do Kariris foi parar lá no texto. De modo algum pretendeu ser uma “indireta” ou um “subterfúgio”. Vc sabe que gosto dos debates e quando não me vem inspiração ou motivação para falar no momento, no mínimo escrevo algumas considerações posteriores, pois pode servir como reflexão e aprofundamento do tema (o teclado é meu divã hehehe).
Violência:
Como diz o Chico Buarque, “Deus me fez um cara fraco”, “pelo e osso, simplesmente quase sem recheio”. Por isso prefiro resolver as coisas democraticamente através do debate e do dialogo. Não tenho a mínima condição de resolver qualquer assunto “na base da porrada”. Nem acho que essa seja a maneira mais adequada. Penso que estamos na era da civilização. A barbárie pode até ser o futuro, mas por hora, ficou para os tempos da antiguidade.
Esse é um ponto de vista meu, mas acho que cada grupo tem o direito de resolver seus conflitos internos da maneira que achar melhor. Sendo assim, as considerações acima, assim como a citação no texto sobre a briga após a festa, de modo algum refletem “indireta” ou “subterfúgio”.
Indiretas:
Não sei se o uso de indireta caracteriza “boilismo inrustido”. Da mesma forma, também não sei se posso classificar como “viadagem” o uso de pseudônimo para escrever comentários com maior liberdade em jornais, estando em plena era democrática. Talvez o nosso amigo “Pitaco Dendê” saiba falar mais disso. Mas tenho uma certeza absoluta! Apesar do respeito que tenho a quem seja homossexual, por uma questão de preferência heterossexual, de modo algum (nem assumido, nem “inrrustido”) sou um deles. Vc não acha que em Irará já tem gente demais nesse partido? rsrsrsrsrsr.
A vaia dada a Artur...
É, pode ser que deixei de narrar esse episódio. Mas, o fato não foi problema pessoal de Artur, nem muito menos um golpe que ele tenha tentado aplicar.
Talvez Artur tenha se precipitado em dá a mensagem e na forma de tentar comunica-la. Infelizmente o erro, e o fato de não se estar alerta, “acordado”, para aquela situação, não atingia só o “Modesto”, mas a toda diretoria.... Graças a Deus, Lorinho, junto com a galera da segurança, conseguiu organizar o pequeno grupo de cordeiros presente e evitou um desastre para o bloco.
Agora não pense que foi brincadeira, viver a situação. Nem muito menos pense que estamos ganhando rios de dinheiro vendendo camisas do Jeguerê a R$ 30,00. Meus colegas de Salvador se horrorizam quando conto que montamos um bloco junino, com festa dois dias, camisas, mil litros de licor e outros acessórios por esse valor...
Para vc ter uma simples comparação, lembre que a camisa do Capita Folia (com um dia só de festa e uma estrutura bem menor – sem cordas, seguranças, carros de bebidas etc, etc) foi vendida pelos mesmos R$ 30,00. E se quer saber, O Capita ainda não deu lucro para a Charanga Comunicação, pelo contrário, nos tropeçamos em algumas dividas...
Pode ser que alguém diga que existem muitos patrocinadores neste tipo de festa. Mas, acho que vc Tooty conhece bem como funcionam alguns patrocínios aqui em Irará. Há poucos deles que são consideráveis, mas boa parte... são pouco significativos, tipo aquele que a PMI deu para o Colóquio 2006. Lembra?
Não sei avaliar se o Jeguerê é ou não um patrimônio cultural de Irará. Tb achei meio forçação de barra, quando Nilsinho colocou isso na música. Pode ser até que o Jeguerê, em seus dez anos, tenha se tornado um patrimônio, mas a herança maior que vejo nesse processo tem sido o aprendizado com a participação da galera. Uma história recente, de muita luta pelas produções culturais de Irará.
Para não falar de outras iniciativas de infância e adolescência e até do Verão Ativo, quero lembrar só do Bloco Evolução, Casa da Cultura e agora, Jeguerê e Capita Folia. Tem sido uma história de muita porrada na cara. É prefeito perseguindo, sabotagens, trabalho de equipe que não flui, pessoas que não entendem as propostas...
Por essas e outras, tenho dito nos últimos tempos ao brother Marcilio, que não vale a pena trabalhar com isso em Irará. Se pretendermos mesmo continuar nessa área de produção e comunicação que gostamos tanto, é melhor nos organizarmos para buscar outros horizontes...
Parece que Irará estar destinado a um pensamento tipo “ai ai, oi, oi”. E se quer saber? 2008 vem aí, mas pelo resumo histórico de Irará no últimos anos, podem até mudar os personagens, mas a história se repete. Acho que por aqui, a repetição histórica é mesmo uma farsa, como previu Karl Marx.
Um largo sorriso e um abraço pra vc Man !!
Valeu !
Ró o texto ta show de bola... Parabéns pelo Blog
Abraço
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