o show de Tom Zé foi a relização de uma vontade antiga nossa. Embora, alguém possa ter esquecido, sonhamos com isso desde 1998, dentro do Projeto Verão Ativo. Na época cheguei a telefonar para um mangagão e.... (melhor esquecer)
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Em 2008, cheguei sugerir pessoalmente, durante a abertura do Colóquio de Literatura Popular, a membros da gestão municipal da época para fazer o show, no que fui ridicularizado (na política deles só havia espaço para grupos tipo "Novo Tom" ou "Bonde do Maluco" ao invés de Tom Zé).
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Sobre isso, vejam texto que escrevi e enviei à lista de e-mails "iraraense" (ainda não tinha blog) em 10/06/2005.
O velho Tom Zé no lugar do Novo Tom.
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Por Roberto Martins
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É Tom Zé no Le Monde, no The York Times, na Alemanha, no globo inteiro. Turne no Brasil e no Mundo, só não passa em Irará. Talvez a terra natal do compositor baiano seja mesmo um “lugar improvável” (assim o Le Monde se referiu a lugar onde Tom Zé nasceu) para estar na agenda do Tom.
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Culpa dele? Acho que não. Tom Zé é um artista consagrado e como tal merece respeito. Cobra cachê e precisa receber pelo seu trabalho. Portanto, ninguém espere que Tom Zé dê uma de santinho e diga: “oh minha gente, valei-me minha menina jesus, não se descabelem que nós vamos fazer um show em Irará”.
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As evidencias nos levam a crer que não existem maiores interesses pelo show de Tom Zé na sua terra natal (ao menos da parte daqueles que podem contrata-lo). Tão Zi, como diriam os estadunidenses, é genial, toca músicas inteligentes e tudo mais, mas vejam vocês, o tropicalista saiu de Irará nos anos 50, e caminha para fazer 70 anos de vida. Mesmo que ele pule, cante, corra, grite e “trepe” com o vilão durante o show, vai ter gente tachando-o de velho. Quem sabe seja por isso que os iraraenses não estejam interessados em ouvir o velho Tom, mas sim o Novo Tom.
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Novo Tom é nome de um grupo de arrocha, estilo de música que nas palavras do professor Jorge Portugal, na tela do Fantástico, “é um movimento pós tropicalista e pós tribalista que surge da periferia para o centro”. Profundo, não? Talvez. Mas explicações à parte, o Novo Tom se destaca entre os grupos de arrocha pelo diferencial de suas letras. Elas não choram dores como as de Silvano Sales, se dizendo carente. Elas apostam num relacionamento de “método mais moderno”: “... Menina malcriadinha/ Leva tapa na bundinha/ mas este tapa/ vai ser bem gostosinho/ você vai até gostar/ e vai pedir mais um pouquinho/ dá um tapinha na bundinha/ ai!”.
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Pois é. Se você já ouviu os versos acima, entoados a partir de um porta malas de carro em porta de bar, agora já sabe conhece o grupo. Se não, não se preocupe, pois terá a oportunidade de conferi-los ao vivo, porque o Novo Tom, ao que tudo indica, será a principal atração do São João de Irará em 2005.
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Calma gente! Não se precipitem. Não defenderei um show de Tom Zé no São João. Defendo um show de Tom Zé em Irará. Mas enquanto isto não acontece, fico por aqui “uruburservando”. Estudando o pagode e quem sabe o arrocha também. Acho até que vou perguntar ao Macaco Simão se já inventaram colírio alucinógeno para os ouvidos.
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