Talvez agora em maio, em alguma escola do município, exista uma professora ou professor que resolva falar com os seus alunos sobre o histórico de Irará. Certamente dirão que o local onde hoje se encontra esta cidade, começou a ser povoado em 1817.
Depois, possivelmente, vão relembrar da emancipação política, ocorrida na data de 27 de maio de 1842. E justificarão que daí vem o chamado “dia do município”, mais conhecido como aniversário da cidade.
É possível que a maioria do alunado não tenha lá muitas preocupações com isso. No entanto, também é possível que alguns deles tenham curiosidades e procure, além da sala de aula, visualizar o Irará dos seus primeiros tempos. O triste é que estes alunos, pouco, ou quase nada, encontrarão como atestado físico de Irará nos seus primórdios.
Demolições - A sede do nosso município começou a ser construída onde hoje está a Praça da Purificação, ao redor de uma capela. Que capela? Alí não há mais capela, um dia decidiram derrubá-la. Inclusive, já ouvi alguém apontar aquela demolição como responsável por todas as mazelas e desacertos do Irará. A frase síntese diz: “Em cidade que derruba Igreja, nada vai pra frente”.
O destino da capela também foi reservado a todas as casas construídas ao seu redor e originárias da cidade. E as outras que foram construídas no lugar delas, também já foram derrubadas. Em Irará é assim. Palavras como “restauração”, “conservação” ou “tradição”, não existem no dicionário arquitetônico. “Derruba! Pra fazer uma nova, mais bonita, com porta de comércio que nem em Feira”.
Não é difícil perceber o dito. Experimente perguntar a alguém onde fica o centro histórico iraraense. Em hipótese de resposta, verás que há pouquíssimo de histórico por lá. Aqui o novo surgiu passando por cima do antigo. Se todas as cidades do mundo tivessem adotado o mesmo comportamento, jamais teríamos conhecido o Pelourinho de Salvador; os azulejos dos casarios de São Luis; as pirâmides do Egito; as ruas de Ouro Preto; o Taj Mahal; etc, etc, etc.
Fotografia - Da Purificação à Pedro Nogueira, restam poucas ou quase nenhuma casa que poderíamos chamar de histórica. Avolumam-se as portas de metal. Algumas se transformam em aberrações ao fazer um mistura desproporcional entre a estrutura antiga e a nova, transformada em ponto de comércio.
Se nada se fez para impedir o sumiço de muitas edificações comprovadoras do caráter histórico da cidade, tão pouco há esperanças de atitudes concretas para evitar a destruição das poucas que ainda restam. Nem se discute o assunto. “Tombamento municipal”; “leis de incentivo à conservação”; e “educação patrimonial”, entre outras, também são palavras fora de pauta por aqui.
Certa feita, ouvi falar que um comerciante, dono de uma casa com a fachada ambientada nas primeiras décadas do Século XX, ao planejar a derrubada do seu valoroso prédio para a construção de uma “moderna” estrutura comercial, teria dito: “quem quiser que aproveite e tire foto logo”. É triste admitir, mas, pelo andar da carruagem, ele tem razão.
Só espero que as pessoas que façam as fotos, também as compartilhem. Publiquem na internet, divulgue para os amigos, mostrem a quem quiser. E que assim, os jovens interessados possam ver, ao menos por fotografia, um pouco do Irará de antes.
4 comentários:
tenho 26 anos e fiquei muito emocionada quando vi asfotos antigas de irará.sou da terra mais atualmente residindo em salvador.
Relíquia!
Outro dia vi uma foto (antiga como esta) no álbum de um amigo, em uma rede social, também da Pça da Purificação.
Seria interessante se houvesse uma exposição com fotos como esta, para mostrar às novas gerações como foi a nossa cidade antigamente.
Essa foto poderia ir para o... http://www.iraraense.com.br/memoria
Alex, um amigo de Irará me informou sobre o site hoje, e fui até lá ver as fotos - da Praça, do Coreto e algumas outras.
Essa do Mercado poderia ser incluida no acervo do site
Adoro Irará e já tive o prazer de morar nessa santa terrinha ^^
Abraços
Olá! Sél!
Essa foto foi justamente do endereço que você falou. Ela foi retirado do albúm de contribuição de Tenivaldo Freitas Cruz. E se vc reparar direito vai ver que essa foto não é do mercado. Ele é da praça da purificação, mas do outro lado, em frente ao mercado. A casa maior é onde hoje a metade é uma loja de sapatos e funcionou por muito tempo a Coopertiva Agorpercuária. Abs!
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