As tabelas acima mostram o nível de acertos das pesquisas eleitorais nas duas últimas eleições aqui em Irará (2008 – 2012).
A cada eleição as pesquisas exigem cada vez mais respaldo e responsabilidade. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tipifica como crime a divulgação de pesquisas que sejam constatadas como fraudulentas. E, além disto, o TSE mantém regras rígidas para a divulgação e faz exigências aos institutos credenciados.
Uma das exigências do TSE é que o instituto tenha um estatístico responsável pela pesquisa. O estatístico é um profissional formado na universidade, que após a formatura recebe um credenciamento do Conselho Regional de Estatística, assim como os médicos tem o seu registro no Conselho Regional de Medicina e os advogados na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O estatístico corre o risco de perder o seu registro em caso de erros grosseiros.
Por isso, em centenas de eleições realizadas, são raros os erros grosseiros nas pesquisas eleitorais. O fato é que, quando acontece de uma pesquisa errar, o erro é mais lembrado pelo eleitor do que o acerto.
Interior
Nos grandes centros, as pesquisas eleitorais são geralmente contratadas e divulgadas por veículos de comunicação. Em cidades pequenas, como Irará, os veículos existentes não possuem condições financeiras de contratar um instituto de pesquisa. Por isso, só existem as sondagens contratadas pelos próprios candidatos.
Além de mostrar a intenção de voto do eleitor, a sondagem fornece diversas informações para o trabalho na busca por mais votos. Contudo, neste ambiente, só o candidato que tem vantagem na pesquisa costuma registrá-la no TSE e divulgá-la. Já quem tem situação desfavorável prefere a não divulgação, enquanto tenta a reversão do quadro.
É louvável quando um candidato, em situação inferior na pesquisa, trabalha o sentimento da “virada” e com isto consegue empolgar o seu eleitorado e, em alguns casos, até consegue a virada mesmo.
Re-make
Por outro lado, é deplorável quando um candidato, sem razão para contestar judicialmente uma pesquisa, entra na tática do “oba-oba”.
Assim, até quando uma pesquisa pode ter dados que lhe favoreça, o candidato em desvantagem ataca o resultado global e faz acusações vazias. Diz que a pesquisa é fraudulenta, mas não prova. E, sem elementos para entrar na justiça pedindo a impugnação da pesquisa, resumi-se às acusações de palanques, panfletos e carro de som.
Cria-se o “oba-oba” por tempo limitado. Porque, tão logo sai o resultado das eleições, as urnas comprovam o nível de confiabilidade de uma sondagem séria. Com isto, o candidato do “oba-oba” deveria ficar descredibilizado, mas nem sempre aos olhos de todos.
Infelizmente a cena aconteceu em Irará em 2008 e voltou a se repetir, como um “re-make” malfeito em 2012. O pior foi assistir pessoas as quais considero inteligentes descredibilizarem as pesquisas e preferirem acreditar nas acusações do candidato e nas aparências dos seus movimentos de campanha.
Lição
Espero que as duas experiências das eleições anteriores sirvam de lição para os políticos e para os eleitores iraraenses. Afinal, eleição deve ser um momento sério e não a hora do “oba-oba”.
Os políticos devem entender de uma vez por todas que a mentira tem mesmo perna curta. E por isto não vai longe. E que é possível comunicar numa eleição usando informações verdadeiras, porque, embora existam muitas maneiras de apresenta-la, a verdade é uma só.
Já para os eleitores, inclusive aos mais inteligentes, fica a dica para não se deixarem levar pelo “canto da sereia”. Felizmente, ao que demonstram as urnas, a maioria não tem cedido aos encantos.
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