Por algumas oportunidades professores me convidaram para fazer falas motivacionais em escolas públicas. A intenção é sempre a mesma. Levar uma palavra de esperança aos jovens, quase sempre descrentes no futuro.
Hoje, embora o país tenha notoriamente mais oportunidades do que em um passado não muito distante, grande parcela da juventude segue sem motivação. Talvez por desesperança, quem sabe por falta de perspectivas, ou ainda possivelmente, por pressa.
É notório que a rapaziada de hoje não vive o tempo dos jovens de outrora. A hora continua tendo sessenta minutos. Os minutos, por sua vez, sessenta segundos. No entanto, observamos que “o tempo de hoje corre mais rápido”.
Se a juventude de outras épocas esperavam cartas de amor. Daquelas que demorariam horas intermináveis para chegar através um colega de escola, ou então em dias ou em semanas, via correios. A molecada de hoje se corresponde em instantes. Estão aí os celulares e as redes sociais da internet.
Por isso, para muitos destes jovens, é difícil vislumbrar o “distante” tempo do futuro. É “tudo ao mesmo tempo, agora”, como na canção dos Titãs. Para eles, mesmo que o amanhã possa está ali no virar da esquina, demora muito pensar ou esperar por ele. Vale viver o agora.
De tal maneira, para mim, conversar com estes jovens de hoje, dizendo que o estudo é importante porque lhes trará benefícios amanhã, não é a maneira mais eficiente de seduzi-los.
O propalado e batido “estude para um dia ser alguém na vida”, já “não cola” mais. Tão pouco, o incentivo ao estudo para se conseguir bens materiais no futuro. Como já dito, eles tem pressa. São do mundo do instantâneo. Nem todos pensam ou imaginam o futuro.
Penso que a melhor maneira então, seria mostrar-lhes os benefícios que o estudo pode lhes proporcionar no presente. E, para mim, o maior deles é deixá-los “ispertos”.
Parafraseando Raul Seixas, não posso entender como, em um mundo de tão fácil acesso ao conhecimento e a informação, exista muitas pessoas “aceitando a mentira”, sem esboçar qualquer dúvida ou questionamento.
Milhares de pessoas vão a uma fila, criando tumulto, sacar um “bônus”, sem qualquer confirmação oficial da fonte pagadora de que o mesmo seria dado, só porque “ouviram falar”.
Outros tantos retransmitem notícias falsas na internet, muitas delas sem cabimento algum, porque não possuem condições mínimas de analisar ou diferenciar um fato de um boato.
“Quem lhes garante de que vocês não estão sendo enganados?”. Pergunto aos jovens estudantes. Enganados pelas marcas, pela publicidade, pelas notícias, pelos políticos, pelas situações...
Digo-lhes que o estudo é a proteção que eles têm de melhor. Um escudo, para lhes deixarem menos vulneráveis a tantas enganações do cotidiano de nossa vida social. E este benefício, eles já podem começar a usufruir imediatamente. Os outros, certamente, virão como conseqüência.
Importante lembrar, que não há nada de novo no que estou falando. Já é dito há muito tempo. Está, inclusive, na Bíblia! João 8:32: “e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
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