Começo por Kitute Coelho
Um valoroso conterrâneo
Nele se inspira esse título
Seu cordel é espontâneo
Tem humor, realidade e ficção
Polêmicas, protestos, louvação...
É exemplo contemporâneo
Agora falo da forte lenda
Que o dito Cuíca se tornou
“Ele o tal de Santo Amaro”
Aos poderosos incomodou
E virou história de cinema
Josias Pires trás o dilema
E documenta o trovador
Histórico na Bahia também
Rodolfo Coelho Cavalcante
Escrevia versos de cordel
E publicava aos montes
Pesquisado na universidade
Conhecido em toda a cidade
É outro nome importante
A grafia pela pronúncia no “X”
Franklin Maxado Nordestino
Levou o cordel pra São Paulo
Barba branca, alma de menino
Advogado na sua formação
Ex-diretor, “Casa do Sertão”
E fez do cordel o seu destino
Bule Bule grande mago
Dos versos de cordel
Vende ideias para agências
É esplendoroso menestrel
Conhecido até no estrangeiro
Um mestre popular brasileiro
Canta embolada, faz escarcéu
Antônio Vieira, bate saudade
É só deste vate se lembrar
Ele fez a peleja da ciência
Com a sabedoria popular
A verve do cordel remoçado
Virou show, CD bem gravado
Bela história pra se contar
Asa Filho é o prefeito
Da “Cidade da Cultura”
Lá o “Augustinho de Ziza”
Segue firme sua ventura
De quem vive pela crença
Que o saber é recompensa
Seu Espaço é beleza pura
Agora falo do mestre
Jotacê Freitas, o professor
Pelos macetes de sua oficina
Muitos tomaram este labor
Já no IL- UFBA* dava a pista
E se firmou, grande cordelista
Pela estatura e pelo humor
Assinatura com nome cumprido
Estatura mediana, que nem eu
Antônio Carlos de Oliveira Barreto
Cordeliza assim que o fato se deu
Olho ligado no acontecimento
Faz da educação o seu intento
E tem no cordel, um orgulho seu
Conterrânea de Barreto
É a lutadora Maria José
Vi poucos escritos por ela
Mas aqui valorizo a mulher
Todas que escrevem cordel
A quem tiro meu chapéu
Boas vindas a quem vier
E o CRIA** fez escola
Fronte do saudoso Zeca
Magalhães falou da rima
Segurou firme a peteca
Gutembergue, Bahialista
Gente esperta e artista
Juventude ligada no ECA**
Lembremos de Jurivaldo
Com sua banca de cordel
Seja no Mercado de Arte
Na Feira-livre, sob o céu
Ensinou pra sua filha
É exemplo pra família
Essa luta merece troféu
O A Tarde certa feita
Deu bandeira a esse mastro
Narrou a Mudança do Garcia
Tendo o cordel como lastro
E para uma tarefa certeira
Um jornalista de primeira
O faconiano Zezão Castro
Não falei de todos os baianos
Foquei só nos que conheço
Amigos, colegas, inspirações
Gente de arte e de apreço
Tem muitos outros por aí
Não daria pra citar aqui
Desde o fim até o começo
Resisto o momento da despedida
Ora aqui preciso ainda contar
Boa origem dessa gente baiana
E tem de Salvador, Sta Barbara, Irará
Rumo de Bomfim a Antônio Cardoso
Tem Santo Amaro e o povo valoroso
Originários de longe, de outro lugar
Muito valor a essa turma
Arretada na lida e na alegria
Rima, verso e repente
Tradição, respeito, harmonia
Interesse pela arte popular
Nessa luta, vou proclamar:
Salve os cordelistas da Bahia!
Roberto Martins
Salvador, Setembro/2015
* IL-UFBA : Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia
** CRIA: Centro de Referência para a Infância e Adolescência
*** ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente
2 comentários:
Muito bem, poeta, você está no caminho certo ! As rimas estão perfeitas, a organização estrófica e a oração (coerência, coesão) também. Com mais um treinozinho de métrica você chega lá e certamente se juntará a todos nós ! Um fraterno abraço e sucesso, meu caro amigo Roberto Martins!
Venho parabenizar
O mais novo talento
Do mundo do cordel
Que nasce nesse momento
E assim nosso cordel
Vai firmando seu papel
NA crista do firmamento
Roberto, cabra retado
Assou poesia na brasa
Dourou nossos poetas
De cordel da nossa casa.
Daqui da nossa Bahia
Esses cabras todo dia
Mandam verso que arrasa
Bahialista gostou, viu
Estas no caminho certo
Vai sempre praticando
Métrica longe e perto
Pra amanhã ou depois
Sair com Baião de Dois
Verso cozido esperto
Inté + V e valeu, grande parceiro da poesia de cada dia!
Sérgio Bahialista
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