O acontecido se deu por volta das 21:30h, na noite do último dia 13 de abril, no Sobrado dos Nogueiras, em Irará. Era mais um recital de poesias Vinhos e Versos, promovido pela Casa da Cultura, acompanhado da exposição das telas de Juveraldo, artista iraraense. Enquanto aguardavam o inicio do sarau poético, as pessoas tinham acesso ao local, onde podiam apreciar as obras do pintor e tomar um pouco de vinho.
A característica de servir o vinho gratuitamente e o fato da data ser véspera da sexta-feira da paixão, atraiu um público pouco ambientado ao Vinhos e Versos. Muitos jovens se dirigiram ao Sobrado dos Nogueiras, sem a devida noção de como acontecia o recital de poesias, deixando claro que seu único interesse ali era beber vinho de graça. Um deles, mais cauteloso, chegou a interrogar se era preciso recitar alguma poesia para tomar o vinho. Diante da reposta de que a bebida estava disponível à todos, encheu seu copo, saiu e voltou algumas vezes, sempre acompanhado de uma turma de amigos. A noticia foi se alastrando pela praça da matriz e num determinado momento parecia que havia uma peregrinação rumo ao vinho da Casa da Cultura.
Os jovens enchiam seus copos de vinho quando perceberam a presença de um visitante inesperado. Tratava-se de um sarigüê de tamanho médio, demonstrando que o animal ainda não atingira a idade adulta. Diante do grito de alerta com relação a presença do bicho, a grande maioria dos jovens pareciam ter sido tomados por um instinto selvagem. Então se deu a correria com vistas a caçar e matar o animal. Após muitos pontapés e chineladas o sarigüê morreu ali mesmo, no salão principal do andar térreo do Sobrado dos Nogueiras, onde acontece o recital de poesias. Um dos jovens vangloriava-se do ato, enquanto narrava como ele deu varias chineladas na cabeça do “sujeito”. O estado eufórico do rapaz não lhe fez “cair na real”, nem mesmo diante de uma provocação irônica. “Você é o maior, é o valentão, matou o bicho”, ironizou um dos presentes.
O episódio mostra um pouco da mentalidade de alguns dos jovens iraraenses. A idéia de que matar um animal ou se embriagar de bebida, simplesmente pelo fato de que a mesma é gratuita, é motivo para se sentir o maioral. Talvez, eram esses mesmos os que estavam no grupo dos que, ao assistir o recital de poesias, perguntavam uns aos outros, em tons de riso: “Quem é o próximo otário que vai recitar?”. Como se vê, será preciso muita “poesia” para operar transformações sociais em irará.
A característica de servir o vinho gratuitamente e o fato da data ser véspera da sexta-feira da paixão, atraiu um público pouco ambientado ao Vinhos e Versos. Muitos jovens se dirigiram ao Sobrado dos Nogueiras, sem a devida noção de como acontecia o recital de poesias, deixando claro que seu único interesse ali era beber vinho de graça. Um deles, mais cauteloso, chegou a interrogar se era preciso recitar alguma poesia para tomar o vinho. Diante da reposta de que a bebida estava disponível à todos, encheu seu copo, saiu e voltou algumas vezes, sempre acompanhado de uma turma de amigos. A noticia foi se alastrando pela praça da matriz e num determinado momento parecia que havia uma peregrinação rumo ao vinho da Casa da Cultura.
Os jovens enchiam seus copos de vinho quando perceberam a presença de um visitante inesperado. Tratava-se de um sarigüê de tamanho médio, demonstrando que o animal ainda não atingira a idade adulta. Diante do grito de alerta com relação a presença do bicho, a grande maioria dos jovens pareciam ter sido tomados por um instinto selvagem. Então se deu a correria com vistas a caçar e matar o animal. Após muitos pontapés e chineladas o sarigüê morreu ali mesmo, no salão principal do andar térreo do Sobrado dos Nogueiras, onde acontece o recital de poesias. Um dos jovens vangloriava-se do ato, enquanto narrava como ele deu varias chineladas na cabeça do “sujeito”. O estado eufórico do rapaz não lhe fez “cair na real”, nem mesmo diante de uma provocação irônica. “Você é o maior, é o valentão, matou o bicho”, ironizou um dos presentes.
O episódio mostra um pouco da mentalidade de alguns dos jovens iraraenses. A idéia de que matar um animal ou se embriagar de bebida, simplesmente pelo fato de que a mesma é gratuita, é motivo para se sentir o maioral. Talvez, eram esses mesmos os que estavam no grupo dos que, ao assistir o recital de poesias, perguntavam uns aos outros, em tons de riso: “Quem é o próximo otário que vai recitar?”. Como se vê, será preciso muita “poesia” para operar transformações sociais em irará.
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Ambiente propício.
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Desconsiderando a noção do prazer no ato de rebeldia juvenil, vale a pena lembrar que muitas pessoas têm horror a sarigüê. É um animal estranho, feio e perseguido na zona rural, pela sua fama de atacar galinhas. É perceptível que o habitat deste animal é a mata e não o interior de residências e/ou prédios públicos. Mas o ambiente do Sobrado dos Nogueiras tem sido propicio à moradia de morcegos, ratos e agora sarigüês.
Diante do comentário de testemunhas de que o animal teria caído do primeiro andar do Sobrado, reforça a urgência por medidas providenciais para a situação do arquivo público do município. O arquivo está amontoado no andar superior da edificação há quase três anos. Desde de julho de 2003, quando o então prefeito Amaro Bispo - com aprovação da Câmara de vereadores - revogou a lei que dava direito à Casa da Cultura de Irará (CCI) usufruir o primeiro andar do Sobrado. Na época, Bispo com a certeza que tinha da aprovação de seu projeto, nem esperou o voto do legislativo e desarrumou o arquivo que funcionava no andar térreo, amontoando-o no andar superior do sobrado. A medida foi realizada a toque de caixa, para que pudesse abrigar a atual estrutura da Biblioteca Pública do Município. Prefeito e Governador inauguraram juntos as instalações da Biblioteca, ignorando a situação do Sobrado e o “entulho” jogado no primeiro andar.
Diante do comentário de testemunhas de que o animal teria caído do primeiro andar do Sobrado, reforça a urgência por medidas providenciais para a situação do arquivo público do município. O arquivo está amontoado no andar superior da edificação há quase três anos. Desde de julho de 2003, quando o então prefeito Amaro Bispo - com aprovação da Câmara de vereadores - revogou a lei que dava direito à Casa da Cultura de Irará (CCI) usufruir o primeiro andar do Sobrado. Na época, Bispo com a certeza que tinha da aprovação de seu projeto, nem esperou o voto do legislativo e desarrumou o arquivo que funcionava no andar térreo, amontoando-o no andar superior do sobrado. A medida foi realizada a toque de caixa, para que pudesse abrigar a atual estrutura da Biblioteca Pública do Município. Prefeito e Governador inauguraram juntos as instalações da Biblioteca, ignorando a situação do Sobrado e o “entulho” jogado no primeiro andar.
Na gestão atual, iniciada em janeiro de 2005, o problema persiste. O Prefeito Juscelino Souza ainda não se pronunciou a respeito da situação da Casa da Cultura no Sobrado, tampouco promoveu melhorias na estrutura do mesmo, com relação aos problemas de infiltrações no telhado e nas instalações elétricas. Apesar do informativo “O Tabuleiro” ter pontuado que foi feito uma reforma na edificação, o que se viu foi apenas uma pintura e a retirada das elegantes pedras portuguesas do passeio do prédio. No andar térreo, foi instalado o escritório do Departamento Municipal de Cultura, organismo responsável pela política governamental para o setor, no atual governo. De tal forma, ficam o Departamento e a Biblioteca no andar térreo, enquanto o arquivo desarrumado e a CCI, ainda que não de forma legal, no andar superior.
Além do arquivo desarrumado e do amontado de papeis, a atual gestão vem usando o local como uma espécie de depósito de objetos decorativos das festas públicas da cidade. Estes fatos dificultam a limpeza do ambiente e favorecem a proliferação de animais peçonhentos. Assim, arquivos históricos e documentos de governos passados ficam entregues ás traças, baratas, morcegos, ratos e sariguês. Curioso é que a chefe do departamento, em entrevista ao “O Tabuleiro”, disse que no primeiro ano de gestão, o órgão “arrumou a casa”, parecendo esquecer a bagunça no andar superior do seu local de trabalho. Haja sarigüê e instinto de extermina-los.
Fotos realizadas na sexta-feira, 14 de abril de 2006.
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