A torcida dos vitoriosos comemora
e a crítica está em suspense.
Diante de tantas incertezas
quanto ao futuro, chego a uma constatação: A província contínua sendo província.
Em 2008 vencera uma campanha
pautada na esperança.
O candidato tinha origem humilde
e os discursos defendiam melhorias a conquistar.
Os vencedores de então diziam que
podiam fazer mais, que podiam fazer melhor. Discurso de esperança com grande
potencial de resumo em um slogan: “Yes, we can!”.
Após a vitória naquela eleição o
gestor apresentou realizações. Fez pela saúde o que não tinha sido feito antes.
Fez pelo desenvolvimento. E o seu governo se mostrou mais aberto à inclusão em
comparação ao anterior.
No plano externo ele passou a ser
respeitado. Galgou espaços em Fóruns de discussões e recebeu credibilidade dos
pares.
Em 2012 ele foi reeleito sem
grandes sobressaltos.
Na segunda gestão seguiu quase no
mesmo compasso da primeira.
Depois de sua eleição (2008), da reeleição
(2012), da aprovação do seu governo apresentada nas pesquisas, imaginava-se que
fazer sucessor ou sucessora seria uma tranquilidade.
“PERRRRRRRRRRDEU!”
A oposição veio feroz. De cara
lisa, sem receio de expor feridas abertas e ressentimentos.
Na força de um candidato midiático,
alçado à política pelo encanto das plateias nos seus shows, os opositores fizeram
reverberar o discurso único: “Tirar essa gente do poder!”.
— Mas
a economia melhorou...
— Temos de tirar essa gente do
poder, temos de mudar.
— Mas
a infraestrutura melhorou...
— Temos
de tirar essa gente do poder, temos de mudar.
— Mas
o dialogo melhorou...
— Temos
de tirar essa gente do poder, temos de mudar.
— Mas...
— Temos
de tirar essa gente do poder, temos de mudar!
Tempos temerosos.
A “mudança” vem com a volta de
grupos políticos de antes.
É como já dito em outro texto:
“A política é assim. Ela tem ares
provincianos. Seja numa cidadezinha de interior ou no maior centro de poder do
planeta”.
A vitória de Donald Trump nos
Estados Unidos da América me fez lembrar do golpe no Brasil; de alguns resultados
em eleições municipais; do Brexit no Reino Unido (ou seria desunido?); do
referendo a favor do conflito na Colômbia; do tratamento na Europa a quem foge
de guerras incentivadas pelos próprios governos europeus; do...
E, ao lembrar de tantas cenas
tristes e casos de intolerância, vi o mundo embalado por uma trilha sonora
depressiva, cujo refrão, ao inverso do dito em uma canção de sucesso, sintetizaria:
“Hate is in the air”.
Um comentário:
Como se vê, a nação que se arroga de "transmitir democracia" não é capaz de se fazer futurista e coerente. Imaginem o que virá...
Ró-de-Zé do Rádio nos ensina lição de lógica.
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