Não quero opinar quem fala a verdade nas afirmações do ministro, Gilmar Mendes, e do ex-presidente, Lula. Talvez os dois. Talvez nenhum. Apenas, pondero aqui uma rápida consideração motivada por uma cena, na qual fui interpelado a comentar sobre o assunto em questão.
27 de Maio, Aniversário de Emancipação Política de Irará, 170 anos... de rombo. Sim, mas a data cívica não está discussão aqui. É só pra situar onde eu estava. Praça Pedro Nogueira, fotografando estandes do evento para o Portal Iraraense.
De repente, uma distinta senhora amiga minha, pessoa a qual tenho estima e consideração, interpelou-me, mais ou menos desta maneira:
-- Já viu a Veja desta semana!?. Tá tudo lá. Vergonha. O que a turma do Lula faz. Eu vou comprar a revista.
Como ainda não tinha visto a Veja da semana, nem tive como tecer maiores comentários. Entretanto, me preocupou a empolgação com que a interlocutora citou a revista. Era como se nas páginas da publicação estivesse a última verdade do universo.
Preocupação. Ainda existe muita gente boa por aí que pensa que a Veja detém a mesma reputação e credibilidade de décadas atrás. Dos tempos em que o Mino Carta estava por lá.
Parece não saber que a semanal dos Civitas virou a #vejabandida. Talvez nem queiram. E seguem consumindo as “maracutaias jornalísticas” da Veja, pensando estarem bem informadas, críticas e conscientes.
À noite soube pelo noticiário do que se tratava o fato pelo qual fui interpelado pela manhã. Tava na Veja. O ministro Gilmar Mendes havia afirmado ter recebido um pedido de Lula para adiar o julgamento do “mensalão”.
A primeira coisa que me veio à mente foi: “Lula nomeou 09 ministros para o Supremo e foi fazer um pedido destes logo a um ministro nomeado por FHC?”. Como diria minha tia: “Tá doidho!”.
Na sequencia da reportagem, ouvi falar que a proposta teria sido oferecida em troca de apoio da base governista de aliviar a barra de Gilmar na CPI do Cachoeira.
Ah! Se é assim, então é o ministro, o qual já foi chamado de coronel, o acusado de ter algum envolvimento na “lama do Cachoeira”, como batizou aquela minha amiga. “E apois!”
Como disse no inicio não quero julgar ninguém. Muito menos quero defender Lula, o PT ou quem quer que seja. Mas, algumas coisas me intrigam.
Porque o mensalão do PT, de R$ 30 mil, ofende mais à mídia gorda e tanta gente boa, como esta minha amiga, do que o mensalazão da reeleição de R$ 200 mil?
Porque aqueles poucos (sic) dólares numa cueca, ofendem mais do que o escândalo da desvalorização da moeda e os mais de R$ 1 Bilhão envolvido?
Porque as atrapalhadas de alguns aloprados e o consumo dos cartões de crédito corporativos, parece ter ofendido mais do que toda a “privataria tucana”?
Fico imaginando que Tom Zé tem razão. “Se rouba R$ 1,00 é moleque; rouba R$ 10, promovido a ladrão; se rouba R$ 100,00 já passou de Doutor... se rouba R$ 80 Milhões é a diplomacia internacional”. “O tamanho do roubo faz a honra do ladrão”.
Talvez por isso, alguns são chamados de canalhas e outros de doutores.
Volto a dizer que um roubo não justifica o outro. Mas não podemos celebrar o sujo e condenar o mau lavado.
Pra finalizar. Sobre o caso Gilmar X Lula, concordo com o comentário de Ricardo Boechat feito terça, 29, na Band News (ouça no player abaixo).
E na próxima vez que encontrar a minha amiga direi pra ela. “Veja, não leia!”. Tenho que alerta-la que este tipo de publicação é não é pra fazer nem como o faz o personagem Chaves, quando afirma que: "Eu só leio as figuras”.
2 comentários:
Me assusta ainda ter pessoas que leiam a Veja depois de tantos casos de mau jornalismo. E o pior são as outras empresas de comunicação (não são lá muito diferentes) que alimentam seus noticiários com especulações dessa revista sem credibilidade...
Há muito que venho recomendando - O nome já diz tudo: VEJA
Portanto não para ler, eles próprios assumem isso em todas as capas.
Quanto ao comentário da senhora amiga, que creio seja comum a nós dois,lembrei-me dos tempos das aulas de OSPB. rsrsrs...
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